Roberto Carlos se rende ao funk e transforma seu show em baile

Por - 06/12/06 às 09:02

Felipe Panfili

Não teve pro Tremendão, pra Ternurinha, pro Agitador de Festas ou para a cantora de voz ímpar. Além das apresentações em dueto com Erasmo Carlos, Wanderléia, Jorge Benjor e Marisa Monte na noite de terça-feira (05) no Claro Hall, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, o tradicional show de fim de ano de Roberto Carlos teve como ponto alto a apresentação de MC Leozinho. Falante e descontraído, o Rei contou como conheceu a música do funkeiro.

“Esse ano eu estava ouvindo rádio e escutei uma canção, um funk. E fiquei pensando: que letra maneira! Um funk com poesia, uma coisa bonita. Na maior simplicidade, mas uma canção de amor. Quem fez isso? Esse funk aí dá até pra eu cantar, mas não é a minha praia. Preciso que alguém me mostre o caminho. Vou passear um pouco nessa praia”, diz o Rei.

Leozinho entra no palco, ovacionado pela platéia. Na segunda fila, Ivete Sangalo se destaca cantando a música e dançando do início ao fim. José de Abreu assume o papel de animador e, como nos velhos tempos de Xou da Xuxa, virou um Papaquito, comandando a platéia.

No palco, enquanto o Rei cantava os versos “Se ela dança, eu danço”, Leozinho completava “Falei com o Rei”. E chorava. De tão emocionado, o funkeiro não conseguia olhar para Roberto Carlos. Roberto Thalma, diretor do especial, chama o dono da festa pelo microfone.

“Roberto, é o Thalma. Vamos regravar”, ordena.

“Tá bom, mas guarda essa aí porque a emoção foi verdadeira”, retruca o Rei.

Mais à vontade, Leozinho volta ao palco. Àquela altura, as cadeiras dispostas uniformemente no salão do Claro Hall já havia se transformado num mosaico, dando espaço para uma pista de dança improvisada. 

O funk fechou com chave de ouro as participações especiais do show. Mas antes de Leozinho fazer o público dançar, o Rei já havia feito muita gente chorar de emoção.

Tradição não ficou de fora

O show começou às 22h10, com a banda comandada pelo maestro Eduardo Lages tocando um medley dos maiores sucessos de Roberto. Até que ele entra em cena, de blaser azul marinho, camisa azul clara e calça jeans.

“Que prazer revê-los. Mais uma vez estamos aqui no Rio de Janeiro para fazer o nosso especial de fim de ano pela Globo. Obrigado por todo esse carinho, esse amor. Gostaria de dizer muitas coisas no início desse show, mas acho melhor dizer cantando. Quando eu estou aqui…”

Uma grua, cinco câmeras fixas e duas no palco registravam as imagens. Um enorme telão central mostrava figuras e situações variadas. Oito tevês de plasma nas laterais do palco também compunham o cenário, além de dois telões laterais da casa de shows.

Erasmo e Wanderléia foram os primeiros a dividirem o palco com o Rei. Após a exibição de um vídeo com imagens do passado do trio, cantaram Amigo. Em seguida, o Rei chamou aquela que considera dona de uma voz ímpar.

“Faz tempo que eu queria cantar com ela, mas nossas agendas nunca conciliavam. É uma das maiores estrelas do país”, diz, ao chamar Marisa Monte.

Juntos cantaram amor I Love You e Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo. Jorge Benjor, compadre de Roberto, foi o próximo convidado.

“Acontecem coisas na vida da gente que não sabemos explicar. Durante todo esse tempo de especiais, ele nunca esteve comigo. Para agitar a festa eu chamo o meu compadre Jorge Benjor! Sou padrinho do filho dele, Gabriel!”, diz.

Cantaram Que Maravilha e Taj Mahal.

Ainda em tratamento do Toc (transtorno obsessivo compulsivo), doença que o impunha as famosas manias, Roberto cantou a música Negro Gato, antes banida de seu repertório.

“Faz tanto tempo quem tenho a certeza de que a terapia está dando certo”, brinca.

Gery Simões e Maria Emir, mãe e irmã de Maria Rita, assistiram comovidas à homenagem que Roberto faz à mulher no final do show. No especial, que será exibido dia 16 de dezembro, não faltará a distribuição de rosas. Narjara Turetta, Pedro Malta, Leandro Hassum e Marcus Melhem foram alguns dos ganhadores das disputadas flores. Na platéia estelar ainda estavam Sonia Braga, Sidney Sampaio, Dira Paes, Joana Balaguer, Fernanda Lima, entre outros.

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