Rodrigo Andrade se inspirou em Al Pacino e Marlon Brando para Gabriela

Por - 18/08/12 às 10:13

Divulgação/TV Globo

Antes mesmo de integrar o  elenco, Rodrigo Andrade já sonhava com a possibilidade de trabalhar em Gabriela, da  Globo. Tanto que comprou o romance que inspirou a novela, Gabriela, Cravo e Canela, assim que  soube que fariam um remake. E começou a ler sem  compromisso. A iniciativa acabou sendo proveitosa  já que, pouco tempo depois, foi convidado para  interpretar o inescrupuloso Berto:

"Me encheu os  olhos poder estar em uma produção baseada na obra do Jorge Amado", revela o ator.

Apesar de o personagem ser pouco  citado no livro, ele ganhou destaque na primeira  adaptação televisiva, de 1975. E contribuiu para  alavancar a carreira do seu intérprete, Mário  Gomes. Na atual versão, o papel se tornou ainda  mais forte com a inclusão de novas tramas, como a  de Lindinalva, vivida por Giovanna Lancelotti.  Originalmente, a personagem é de outra obra de  Jorge Amado, Jubiabá. No folhetim de Walcyr  Carrasco, ela perde a virgindade com Berto, seu noivo e, após a morte dos pais, sem ter para onde  ir e sem o apoio do rapaz, acaba se tornando  quenga do cabaré Bataclan.

"Não assisti à  primeira versão porque esta é uma readaptação do  livro e o Berto apresenta muitos elementos  diferentes", avalia o ator, que acredita que o  personagem apresenta duas faces distintas.  "Dentro de casa, ele é um 'coronelzinho' que  segue as leis morais e políticas da família, mas  que da porta para fora não tem limites", opina.

A carreira de Rodrigo na tevê  começou em Paraíso Tropical, quando ele teve apenas uma fala encarnando um atendente de loja.  Depois de várias participações, conseguiu seu  primeiro papel de mais destaque, o cozinheiro Téo, de Caras & Bocas. O maior reconhecimento  veio, porém, ao interpretar o homossexual  Eduardo, de Insensato Coração.

"Só estou  trabalhando em televisão há quatro anos. Tenho  ainda muito para conquistar", avisa.

Confira a entrevista:

OFuxico: O Berto tem ares de vilão. Como é a resposta do público?

Rodrigo Andrade: É engraçado como as pessoas o criticam sem parar para pensar que o Berto é um personagem da  década de 1920. Por isso ele tem um perfil tão machista. Eu defendo o meu papel porque tento pensar como um homem do período e encontro justificativas para esse comportamento. A própria moralidade da época já dá esse tom de antagonismo.

OF: Quais foram as suas inspirações para compor o Berto?

RA: Eu me inspirei em personagens dos quais sou  fã. A postura, o jeito de falar e andar eu tentei buscar um pouco no Al Pacino no primeiro filme de  O Poderoso Chefão. Já o olhar tem mais relação com o John Malkovich em Ligações Perigosas, que é vazio, frio, calculista. Ao mesmo tempo, o Berto tem um lado muito másculo, um jeito solto que ele demonstra quando está com as quengas do Bataclan, que eu me inspirei no Marlon Brando em Um Bonde Chamado Desejo. Não quero me comparar a esses atores, claro, mas eles foram referências para mim.

OF: Você acredita que o convite para Gabriela foi graças ao sucesso do Eduardo, de "Insensato Coração"?

RA :Acredito que deva ter tido algum peso. O Eduardo foi muito bem visto pelo pblico e dentro da Globo também. Foi um marco na minha carreira.

OF: Além de atuar, você também é cantor sertanejo. Como divide o tempo entre as duas carreiras?

RA: Em determinados momentos, dou mais foco a um  lado do que ao outro. Só depois de Insensato Coração terminar, por exemplo, que eu lancei meu disco, Sete. Aí meu foco foi a música e eu saí para fazer shows pelo Brasil. Infelizmente, sinto Que ainda existe preconceito com o sertanejo.  Algumas pessoas acham que por ser ator da Globo eu deveria tocar Bossa Nova ou MPB. Isso não tem nada a ver. Não vou mudar meu estilo para fazer  mais sucesso ou ter certo tipo de imagem. Prefiro  trilhar minha carreira de cantor aos poucos, como fiz quando comecei como ator.

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