Rodrigo, do BBB19, se emociona e fala sobre racismo: ‘Não posso me calar’

Por - 03/04/19 às 12:10

Divulgação/TV Globo

No Mais Você desta quarta-feira (3), Ana Maria Braga recebeu Rodrigo, que foi eliminado na noite da última terça-feira (2). Mal chegou à mesa do café da manhã e Rodrigo se emocionou ao falar dos amigos da casa.

"O choro é por rever pessoas na casa que quero para minha vida, mesmo sabendo que daqui a uma semana a gente vai se reencontrar. De ouvir o que eu disse e não me arrepender. Lógico que entrei num jogo para ganhar R$ 1,5 milhão, mas têm acordos internos que fiz, que respeitei e não me arrependo, como honrar minha família e jogar de uma maneira que não seja errada. Estar ali dentro não era muito fácil".

Ao comentar sobre o jogo, ele analisou pessoas que jogaram de um jeito que ele nunca faria. "Hoje, vendo algumas imagens, têm algumas falas da Paula, Hariany e Carolina que não era o jogo que eu escolheria. Mas está tudo bem! Valeu muito a pena a troca que tive com a Gabriela, Rízia e Hana".

Outro assunto abordado foi o fato de Rodrigo ter um ronco que incomodou muita gente, ainda mais no início do programa. O ex-brother explicou a situação para Ana Maria.

"Sofro de intolerância à lactose, que me faz desenvolver muito muco. Dentro da casa, como não estava fazendo espetáculo, tomei muito leite e comi muito queijo. Ainda fiquei num quarto com carpete, camurça e edredom muito peludo, isso potencializou (o ronco). Estava num lugar onde todo mundo roncava e a problemática era eu. Tem gente que lida muito mal com a diferença, com a dificuldade do outro, eu assumi que era uma problemática. Da forma que foi construída em relação à exposição, isso me afetou muito. Não foi uma conversa, se colocou uma assembleia como se eu tivesse roubado algo", disse.

Depois de dizer que o fato de não combinar voto o fez sair do jogo, Rodrigo se emocionou ao falar sobre sua religião, o candomblé, sobre os ataques de preconceito racial e religioso e a luta para que isso acabe.

"Não cheguei nesse programa para catequizar ninguém. Mais uma vez colocaram o candomblé como algo maligno e perverso sem o cuidado de perguntar do que se trata. Têm casas de axé que são depredadas e incendiadas. Infelizmente, temos parte do setor público que é indiferente a essa causa. Não posso me calar de forma alguma. Talvez minha missão tenha sido provocar esse tipo de reflexão na casa. Pouco importa sua orientação sexual, sua religiosidade. O que importa é sua história. Acredito muito nesse país. Precisamos consertar, tirar essas mazelas sociais debaixo do tapete. É difícil falar a palavra racismo. Esse palavrão realmente dói, é difícil de dizer, ouvir e assumir. Em pleno 2019, a gente ainda tem comportamento de Brasil Colônia. A gente ainda olha para o outro como ser inferior, como menor".

Sobre o futuro, Rodrigo quer continuar com o que vinha fazendo antes de entrar no BBB 19. “O programa me deu uma popularidade, que tenho que aproveitar. Vou continuar com meus projetos teatrais e buscar meios com os projetos sociais que realizo", finalizou.

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