Rodrigo Faro: “Dinheiro não me preocupa no momento”

Por - 21/07/13 às 10:23

Pedro Paulo Figueiredo/ Carta Z Noticias

Rodrigo Faro é do tipo que, quando traça um objetivo, dificilmente se desvia. Carismático e com cara de bom moço, ele poderia muito bem ter se acomodado no posto de galã de novelas globais como O Cravo e A Rosa e A Padroeira. Mas ser apresentador sempre foi uma meta na vida do então ator. 

"Sempre quis mostrar que poderia comandar um programa. Conversei com vários diretores da Globo, mas a oportunidade nunca apareceu", lembra. 

Na ânsia de se tornar comunicador, em 2008, ele trocou a Globo pela Record, onde, nas tardes de sábado, se encontrou no comando do O Melhor do Brasil. Já estabelecido no horário, desde o último mês de junho, Faro tem passado por mais uma prova de fogo: ocupar o horário deixado por Gugu Liberato na programação. E enfrentar a concorrida audiência dos domingos. 

 Rodrigo Faro: "Foi tudo de repente, mas não me deixei abalar pelo novo. Com humildade, encarei a proposta da emissora e venho trabalhando para entregar o meu melhor nesta nova fase do O Melhor do Brasil", garante.

Paulistano e corinthiano roxo, Faro é só sorrisos ao afirmar que, aos 39 anos, está realmente no lugar que sempre quis. Sua estreia na tevê, inclusive, foi em 1987, no comando do infantojuvenil ZYB Bom, da Band. 

"A tevê é um universo muito competitivo. É preciso ter determinação. Tenho esse foco desde muito novo", destaca. 

Nos anos 1990 e início dos anos 2000, enveredou por personagens de tintas populares na Globo. Um bom exemplo disso é o cômico Tainha, destaque de O Profeta, atual reprise do Vale a Pena Ver de Novo. 

"De vez em quando, eu dou uma olhada na novela e me divirto. Foi uma época gostosa da minha vida, mas voltar a atuar não está nos meus planos", esclarece. 

Do contrato com a Record, além de participações em novelas, Faro também já esteve à frente dos realities  Ídolos e A Fazenda de Verão. No entanto, ele é categórico ao afirmar que foi no O Melhor do Brasil que redescobriu o prazer em fazer tevê. 

"Agarrei essa oportunidade com força. E acho que a chance de estar no domingo é um reflexo dessa minha dedicação", analisa.

Na melodia
 

Além de apresentar e atuar, outra paixão de Rodrigo Faro é a música. Ainda nos anos 1980, ele chegou a fazer parte do grupo Dominó, sucesso juvenil da época. Quase 20 anos depois, já conhecido como ator de novelas da Globo, tentou se reaproximar do universo musical ao gravar dois álbuns, o adocicado Rodrigo Faro, de 2000, e o soul Chuva de Estrelas, de 2002.

"Os álbuns foram produzidos entre uma novela e outra e não foram divulgados da forma que eu queria. Atualmente, com o tanto de trabalho que tenho na tevê, fica muito complicado fazer música", assume.

Sem tempo para letras e melodias, Faro mata as saudades de sua carreira de cantor do jeito que pode. Fora as dancinhas e brincadeiras dos quadros de O Melhor do Brasil, a última aparição musical do apresentador foi na final da temporada 2012 do extinto Ídolos, apresentada por Marcos Mion. No palco do programa, Faro apareceu cantando Livin La Vida Loca, de Ricky Martin.

"Ensaiei bastante e fui lá cantar e me divertir. Como eu apresentei outras edições do 'reality', foi bacana participar como convidado", explica.

Outras caras
 

Ponto de maior audiência do O Melhor do Brasil, as performances de Rodrigo Faro no quadro Dança, Gatinho impressionam pela entrega do apresentador ao imitar grandes nomes da msica nacional e internacional. Faro não esconde o trabalho que tem em aprender as coreografias e fazer a caracterização para as apresentações, mas se mostra orgulhoso com o resultado no vídeo.

"É uma grande homenagem aos artistas da música. É tudo fruto de muita pesquisa e horas de ensaio. Engraçado, sempre fico assustado ao me olhar no espelho e ao rever as danças. O público se diverte e eu também", ressalta.

O Fuxico: A transferência do O Melhor do Brasil para as tardes de domingo ocorreu de maneira inesperada para você e sua produção. Qual o balanço que você faz desse primeiro mês no novo horário?

Rodrigo Faro: Agora o clima é de tranquilidade (risos). Quer dizer, quase isso. O susto inicial passou e estou começando a me sentir mais seguro. Então, o trabalho fica cada vez menos tenso e mais prazeroso. Já idealizamos quadros novos, alguns já estrearam, outros foram testados e estão recebendo os últimos ajustes. Minha equipe trabalha com a ideia de fazer um programa cada vez mais forte e que possa ser bem recebido pelo público de domingo. A audiência está respondendo bem ao que estamos mostrando.

OF: O que mudou em sua rotina com essa alteração?

RF: Neste novo momento, a gente resolveu investir em pautas e quadros em externa. E isso demanda tempo e dedicação. Então, tenho trabalhado muito mais e fora do estúdio. Além disso, participo ativamente de toda a produção de conteúdo do programa. É por isso que eu acho que ele tem a minha cara. Dou meus pitacos e luto pelas minhas ideias, mas sempre de forma humilde e respeitosa, pois um programa de tevê não é feito apenas pelo apresentador, mas por uma grande equipe.

OF: Na grade de programação da Record desde 2005, quando era apresentado por Márcio Garcia, O Melhor do Brasil, é um programa identificado com o sábado. Em algum momento, você e a direção da emissora pensaram em esquecer o formato e levar para as tardes de domingo um programa totalmente novo?

RF: De jeito nenhum. Ficou decidido que até o nome seria o mesmo. Muito disso vem da confiança da direção da emissora na marca e nos bons números de audiência que o programa vem conquistando ao longo dos anos. Seria muito desperdício abandonar um projeto que já rende bons frutos por uma nova experiência. Chegamos a conclusão que o ideal é testar e ir adaptando o programa, mas utilizando um nome e um padrão já conhecido do telespectador. O bom disso é manter o público de antes, mas sem esquecer de conquistar outros espectadores.

OF: Apresentar um programa dominical sempre foi seu objetivo como apresentador? 

RF: Acredito que o domingo seja o alvo de todo mundo que quer seguir a carreira de apresentador. É onde estão os programas de gente consagrada como Silvio Santos, Faustão e Eliana. Portanto, sim, o domingo sempre foi um sonho para mim. Só que eu nunca pensei que minha estreia nesse dia fosse acontecer tão rápido.

OF: Por quê?

RF: Apesar das minhas ambições profissionais, eu sabia que a tarde de domingo da emissora já tinha o Gugu como nome principal. Além disso, meu trabalho no O Melhor do Brasil estava indo bem, não só na audiência e no conteúdo, mas sobretudo, comercialmente. Estava extremamente satisfeito com o caminho que estava trilhando.

OF: Aos domingos, a audiência do seu programa ainda oscila bastante – entre 6 e 10 pontos no Ibope. Você acredita que a troca do dia ainda não foi totalmente assimilada pelo público?

RF: Vai além disso. Estou chegando na humildade, de mansinho. Faustão é líder no horário há muitos anos, Eliana já está à frente de um dominical há sete anos. Ainda estamos experimentando, discutindo e tendo novas ideias. Pelo menos, estamos segurando a audiência que a Record já tinha no horário e o crescimento virá naturalmente. A audiência é importante, mas, no momento, estou mais preocupado em aprender, em me tornar um comunicador melhor e ser uma nova opção para o horário.

OF: Durante seu contrato com a Globo, de 1997 a 2008, você sempre deixou claro para a direção da emissora que gostaria de se tornar apresentador da casa e esse pedido nunca foi atendido. Depois de mostrar seu lado comunicador na Record, como você encararia a um convite para voltar à antiga emissora?

RF: Engraçado é que surgem muitos boatos de que a Globo estaria interessada em me contratar como apresentador. Mas isso tudo fica apenas no âmbito da especulação. Nunca recebi convite ou telefonema algum. Minha vida artística começou lá, deixei as portas abertas e tenho o maior carinho pelos muitos colegas que fiz nos bastidores das novelas. Mas sei que não existe na Globo o espaço que eu gostaria como apresentador. O futuro é imponderável e nunca descarto possibilidades, caso recebesse um convite, iria analisar com calma e ver se ele atenderia aos meus objetivos artísticos. 

OF: Quais são eles?

RF: Basicamente, quero continuar apresentando um programa no domingo. É o que me faz feliz na Record hoje. Me sinto prestigiado pela emissora e acho que isso é instigante para qualquer profissional. Conquistei meu espaço e tenho meu público. Isso me faz ver que fiz a escolha certa ao deixar a carreira de ator e, consequentemente, a Globo.

OF: A saída de Gugu Liberato da Record fez parte da reestruturação financeira que a emissora está passando. Como a restrição de orçamento imposta a vários programas da grade afetou O Melhor do Brasil?

RF: Sei da reestruturação da empresa, mas o corte de verba não chegou ao meu programa. Até porque O Melhor do Brasil é uma das produções mais rentáveis da casa. E sendo uma aposta da Record aos domingos, a direção reinveste boa parte do que ganha na formatação e na produção do programa. Não tenho do que reclamar, estamos lotados de merchandising durante a exibição e comerciais de peso nos intervalos. E ainda existe uma fila de anunciantes querendo fazer parte disso.

OF: Você tem autonomia para selecionar os produtos e parceiros comerciais do O Melhor do Brasil?

RF: Sim. E trato esses contratos comerciais com muita seriedade. Afinal, é o meu nome que está em jogo e quero ser associado a produtos e empresas sérias. É uma via de mão dupla: vendo produtos, mas quero que eles agreguem algo positivo à minha imagem. Tenho essa preocupação de fazer um casamento perfeito e produtivo entre a marca e o meu nome. Hoje, faço muitas campanhas. E devo isso, diretamente, ao desempenho do meu programa.

OF: Você sempre foi muito cuidadoso com sua vida pessoal e profissional. A imagem de bom moço ajuda na hora de fechar um contrato?

RF:– Acredito que sim. Mas minha imagem não é fabricada (risos). Tenho minha família, sou um cara normal, pé no chão, sem grandes extravagâncias. Sou acessível à imprensa e ao público, que me tratam com respeito e carinho. Acho que essa normalidade e proximidade com quem acompanha meu trabalho, além do tom popular do programa, despertam o interesse dos empresários em me ver à frente de seus produtos.

OF: Apresentadores de programas dominicais, geralmente, recebem os maiores salários da tevê brasileira. Sua transferência para os domingos já mudou seus rendimentos ou vínculo com a Record?

RF: (risos). Ainda não tive aumento e meu contrato continua com as mesmas bases, com vencimento em 2017. Dinheiro não me preocupa no momento. Tenho certeza que uma hora isso será conversado com a direção da emissora. Minha preocupação atual é garantir um programa de qualidade e fazer valer a aposta que a Record fez no meu nome.

Trajetória Televisiva

# ZYB Bom (Band, 1987) – apresentador.

# Antônio Alves, Taxista (SBT, 1996) – Dário.

# A Indomada (Globo, 1997) – Beraldo.

# Malhação (Globo, 1998) – Bruno.

# Suave Veneno (Globo, 1999) – Zenildo.

# O Cravo e A Rosa (Globo, 2000) – Heitor.

# A Padroeira (Globo, 2001) – Faustino.

# A Casa das Sete Mulheres (Globo, 2003) – Joaquim.

# Chocolate com Pimenta (Globo, 2003) – Guilherme.

# Cabocla (Globo, 2004) – Augusto.

# Alma Gêmea (Globo, 2005) – Zacarias.

# América (Globo, 2005) – Neto.

# O Profeta (Globo, 2006) – Tainha.

# Chamas da Vida (Record, 2008) – Tenente Wallace.

# Ídolos (Record, de 2008 a 2010) – apresentador.

# O Melhor do Brasil (Record, de 2008 a 2013) – apresentador.

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