Rodrigo Phavanello conta como a carreira musical o ajuda como ator

Por - 18/11/12 às 11:03

Ag.News

A maioria dos atores iniciam cedo suas carreiras, seja no teatro ou na tevê. Mas Rodrigo Phavanello só estreou na interpretação quando já estava com quase 30 anos. Isso porque começou sua trajetória artística como músico. E foi um dos integrantes mais populares do grupo Dominó. Só em 2005, Rodrigo fez sua primeira novela, Alma Gêmea, na Globo. Desde então, não ficou parado. Emendou sete trabalhos na televisão, entre folhetins, séries e minisséries. Atualmente, interpreta Plínio Policarpo em Balacobaco, da Record, emissora que não pretende largar tão cedo.

"Aqui na Record parece que você está em casa. Eles dão mais liberdade na interpretação", explica. 

Por coincidência, o personagem de Phavanello em Balacobaco é um locutor de rádio, profissão que ele conheceu de perto durante os dez anos de sua carreira musical. Com isso, o ator acaba usando muito de sua experiência da época em que se apresentava em rádios pelo Brasil para divulgar suas músicas na hora de compor Plínio Policarpo.

"Eu conheci vários locutores figuras na época em que cantava no Dominó, principalmente nas rádios AM. E isso me ajudou com o personagem", recorda. 

OF – Plínio Policarpo é um locutor de rádio bem retrô. Ele usa um figurino exagerado, fala de forma teatral e tem um comportamento caricato. Como você compôs o personagem?

Rodrigo Phavanello – Como o Plínio dá conselhos amorosos na rádio, eu fiz uma pequena pesquisa sobre conselheiros, além dos locutores que conheci ao longo da minha carreira no Dominó. Mas eu não gosto muito de fazer pesquisas para o personagem. Gosto de dar a ele um jeito único. A única preparação que tive foi um processo de leitura com o diretor da novela. Minha maior inspiração para o personagem é bem caricata mesmo, que é a do desenho Johnny Bravo. 

OF – Se você não gosta de fazer pesquisas para compor seus personagens, como é o seu processo de criação, então?

RP – Eu não sou um ator técnico, então meu processo de criação é diferente da maioria. Geralmente, vou pela minha intuição mesmo. Ainda mas com esse personagem, que já é muito caricato. Eu não posso cristalizá-lo. Tenho de deixar ele me levar. Assim, fica orgânico mais rápido, fica mais natural. 

OF – Balacobaco tem um tom muito forte de humor. Como manter seu personagem crível lidando com tantas cenas cômicas?

RP – O personagem já é caricato, tem uma voz sedutora, muitas caras e bocas. Além do figurino meio Zé Bonitinho misturado com Waldick Soriano, tudo muito brega. Então, tenho de tomar cuidado porque a linha entre a comédia e o "over" é muito tênue. Mas o que eu faço é me jogar na cena e confiar na direção. O Spinello é que me dá o tempero e o limite do personagem. 

OF– Esta é a segunda vez que você está em uma produção do Edson Spinello, a primeira foi em Rei Davi. Como avalia seu trabalho em conjunto com o dele?

RP – Eu sou fã dele. Pelo cuidado e perfeccionismo que ele tem com as cenas. O Spinello é um pai para todos os personagens, não deixa passar nada. Se você estiver com uma gola levantada, ele vê e vem consertar. É incrível porque, quando nós estávamos gravando Rei Davi, fui bater um texto com ele e, como eu tenho mania de impostar muito a minha voz, ele me disse: "Para de fazer essa voz de locutor de rádio AM". E quando ele estava escalando para Balacobaco, lembrou disso e me convidou para fazer o Plínio. Isso mostra o quanto ele é detalhista.

Rodrigo Phavanello é Eliabe na minissérie Rei Davi, da Record

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