Rodrigo Santoro recebe Kikito e homenagem no Festival de Gramado
Por Flavia Cirino - 16/08/2025 - 11:49

O 53º Festival de Cinema de Gramado abriu em grande estilo na noite de sexta-feira, 15 de agosto, com a presença marcante de Rodrigo Santoro. O ator, que um dia ocupou as poltronas da Serra Gaúcha como espectador, voltou agora em posição de destaque ao receber o Kikito de Cristal, além de eternizar suas mãos na Calçada da Fama da cidade.
O gesto simbólico representou não apenas a consagração de mais de três décadas de carreira, mas também a conexão profunda que o artista mantém com o cinema brasileiro.

Homenagem histórica e reencontro com o festival
Santoro subiu ao palco principal emocionado e acompanhado da esposa, Mel Fronckowiak, e dos pais. Durante o discurso, relembrou o início da trajetória aos 18 anos e refletiu sobre a proximidade de completar 50, no próximo dia 22 de agosto. Com lágrimas nos olhos, afirmou que o prêmio representava também a vitória do cinema nacional:
“São 32 anos desde que tudo começou. Trabalhei em muitos países, em muitas línguas, mas minha essência sempre foi muito brasileira. Este Kikito também celebra todos os que caminharam ao meu lado”, declarou.
Essa não foi a primeira vez que Santoro foi reconhecido pelo festival. Em 2013, ele ganhou homenagem com o Troféu Cidade de Gramado. Desta vez, no entanto, a cerimônia teve um peso ainda maior, pois coincidiu com a primeira exibição nacional de seu mais novo trabalho, “O Último Azul”, longa que já conquistou o Urso de Prata no Festival de Berlim.

‘O Último Azul’: estreia brasileira no Palácio dos Festivais
O filme dirigido por Gabriel Mascaro abriu oficialmente a mostra. E levou o elenco ao tapete azul, instalado na Rua Coberta, um dos pontos turísticos mais movimentados de Gramado. A produção apresenta Teresa (Denise Weinberg), uma idosa que, prestes a ter a transferência para uma colônia habitacional na Amazônia. Ela então decide realizar seu último desejo.
Para Santoro, que integra o elenco, a história tem forte dimensão simbólica: “O filme fala sobre o direito que todos nós temos de sonhar, de redescobrir a vida em qualquer momento. O idoso não tem um resto de vida pela frente, mas sim vida plena para ser vivida”, destacou.
O ator também pontuou que, apesar do reconhecimento internacional já conquistado, a expectativa maior está voltada para a reação do público brasileiro: “A gente já tem uma resposta do filme, mas a gente ainda não tem a resposta do nosso público”, observou.

Reflexões aos 50 anos e novos desafios pessoais
Além do sucesso profissional, Santoro atravessa uma fase de amadurecimento pessoal. Prestes a completar meio século de vida, revela sentir-se cheio de energia, projetos e planos. Inspirado pelos conselhos da avó, reforçou a ideia de que a vida é um aprendizado contínuo.
Receba as notícias de OFuxico no seu celular!
Entre os novos desafios que abraçou recentemente, destacou a paternidade e também o tênis, esporte que começou a praticar aos 48 anos. “Entendo que ‘50 anos’ é um marco, mas me sinto ótimo, com disposição, com vontade de continuar evoluindo”, disse.
Assim, o Festival de Gramado se transforma novamente em palco de um momento decisivo para Rodrigo Santoro: celebração de conquistas, estreia de um filme impactante e reafirmação de sua ligação permanente com o cinema brasileiro e latino-americano.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino

























