Rompendo barreiras! Anitta quebra tabus e surpreende mais uma vez
Por Redação - 04/05/21 às 02:00
Aos 28 anos de idade, Anitta parece ter muito mais. Não me leve a mal, isso não é nenhuma ofença. Envelhecer, parafraseando a psicanalista Maria Homem, é um processo natural e que não deve ser encarado apenas como o fim da vida. Mas essa não é a questão aqui e sim a malandra de Honório Gurgel.
Quando digo que Anitta parece ter mais do que 28 anos é porque a cantora tem trabalhando há tanto tempo que nos últimos cinco anos, dizendo bem por baixo, eu não lembro de vivenciar algum período sem que o nome da cantora fosse citado, seja sobre música ou as famosas fofocas.
Larissa de Macedo Machado saiu da periferia para ser a nova garota de Ipanema, ou melhor a garota do Rio e ela sabe que faz e fez isso muito bem. Na última sexta-feira (30), ela lançou o aguardado single "Girl From Rio", quase integralmente cantando em inglês e acompanhado de um clipe muito lindo, diga-se de passagem. É o próximo passo que ela toma na carreira, reinventando-se novamente.
Iniciando a trajetória musical no funk, como muitos jovens da periferia, Anitta passou pela "Furacão 2000", produtora e gravadora carioca famosa por difundir o ritmo pelo Brasil, lançando grande nomes, como Valesca Popozuda, Ludmilla, Bonde do Tigrão e até mesmo o cantor Latino. Entretanto, ela queria mais! De pouquinho a pouquinho a cantora conseguiu o estouro nacional com “Show das Poderosas”, lá em 2013. Quem não se lembra do videoclipe em preto e branco, dançarinos e Anitta, usando um top com detalhes brilhantes, ao centro, cantando aquela letra sobre recalque, sensualidade e poder feminino? As grandes discussões feministas começavam e dali em diante ela trocaria a rivalidade feminina pelo direito da mulher ser o que quiser, de ser livre.
Sonoridade e personalidade
Como uma boa ariana, Anitta não tem medo de enfrentar, romper barreiras. Nem o céu, nem a geografia, nem o funk são limites para ela.
Em 2015, a artista lançou “Bang”, música e disco muito bem produzidos, marcando a intenção dela em se aventurar por outros ritmos. O pop da jovem nascia ali. Não faltaram hits também. Tivemos “Deixa ele sofrer”, “Essa mina é louca (part. Jhama)”. Críticas vieram, claro, parecia que a origem dela passava por negação dela própria, porém, era só um passo na tentativa de ousar, alcançar mais um objetivo imposto por ela mesma. Era arriscar e inovar. Estava escancarada a vontade de Larissa em ser um nome de referência na indústria, nem que precisasse suar muitas camisas para tal.
Uma visão internacional, uma amornada e doses de mão na massa
Desde então, a vida pessoal de Anitta acabou se fundindo com o trabalho. Vimos as cirurgias plásticas dela, soubemos que é bissexual, que adora viver diversos romances, que é livre, que tem um outro irmão, que sonha com o sucesso além das fronteiras.
Foram quatro anos até a chegada de “Kisses”, disco de 2019, que, infelizmente, não mostrou a potência de Anitta. Sem coerência, a superprodução com diversas parcerias foi fraco para o projeto de “internacionalização” de seu trabalho, soando genérico, feito às pressas. Ela havia parado de cuidar da própria carreira, função assumida em 2014, para deixar Brandon Silverstein assumir. Mesmo assim, o tempo extra não colaborou. O EP “Solo”, lançado no ano anterior, contendo apenas três músicas, desempenhava melhor o espírito da Anitta artista.
Esses altos e baixos aconteceram também com os singles nos quais trabalhou. “Sua Cara”, com Pabllo Vittar e Major Lazer bombou absurdamente. Foi definitivamente o hit do Carnaval de 2018. Em 2016, “Sim ou Não”, com Maluma, e em 2017, “Downtown”, com J Balvin, fizeram barulho, e um barulho bom. “Vai Malandra” matou a saudade da Anitta funkeira. Só que ela seguiu o caminho frenético da era do streaming, cuja preocupação é a quantidade, mandando a qualidade para o segundo plano.
Nesse bolo aí muitas parcerias associadas à cantora surgiram, chega a ser difícil lembrar de todas. Algumas boas e outras nem tanto. Tentativa e erro desenfreadamente até que mais outra transformação aconteceu, positivamente.
Vem que vem com tudo
Além de ser o nome da música, “Girl From Rio” é o nome do próximo álbum da gata. Trabalhando com os produtores Stargate (responsáveis por sucessos de Beyoncé, SIA, Rihanna, por exemplo) e sendo dirigida por Giovanni Bianco, somente com uma canção ela deu um gostinho do que é se reencontrar artisticamente, quiçá pessoalmente. Não é todo dia que vemos “Garota de Ipanema” ser usada como base para uma obra atual e se saindo tão bem.
Nos resta esperar ter todo um projeto finalizado para análise técnica maior, contudo, uma coisa é certa: a presença de Anitta de Honório Gurgel brilha na Netflix, no YouTube, no Grammy Latino e na cultura brasileira, pois gostando ou não, ela sabe tirar leite de pedra e elevar o conceito de metamorfose.
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