Saiba quem são as vítimas fatais da queda de balão em Praia Grande
Por Flavia Cirino - 22/06/2025 - 08:41

Um balão com 21 ocupantes despencou do céu em Praia Grande, no extremo sul de Santa Catarina, no sábado, 21 de junho. Lamentavelmente a queda aconteceu após o início de um incêndio no cesto da aeronave.
O governo estadual confirmou que oito pessoas morreram. Em contrapartida, felizmente outras 13 sobreviveram ao acidente, que abalou a principal região turística de balonismo do país.
A Polícia Civil colheu informações preliminares diretamente com o piloto, um dos sobreviventes. Segundo ele, o fogo teria começado na base do balão, provavelmente após uma falha no maçarico. Assim sendo, ao detectar o problema, o piloto tentou realizar um pouso de emergência. Ele e mais 12 passageiros conseguiram saltar antes da explosão completa. Com a saída dessas pessoas, o balão subiu rapidamente devido à redução de peso, enquanto as chamas se alastravam de forma incontrolável.
Ainda no sábado, o piloto foi ouvido pelas autoridades. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou que acompanha as investigações. A empresa responsável pelo passeio, a Sobrevoar, divulgou uma nota oficial onde declarou que o piloto era experiente e agiu com rapidez, seguindo os procedimentos recomendados para proteger os passageiros.
De acordo com a companhia, o equipamento utilizado na manhã do acidente possuía todas as autorizações exigidas pelos órgãos reguladores. A tragédia, que ocorreu em uma das regiões mais procuradas para voos turísticos, gerou comoção entre os moradores e visitantes da Capadócia brasileira, como a cidade é conhecida.
Quem são as vítimas do acidente de balão em Santa Catarina
Entre os mortos estão pessoas de várias regiões, incluindo famílias inteiras bem como profissionais reconhecidos em suas áreas de atuação. A Polícia Civil confirmou os nomes das oito vítimas no mesmo dia do acidente.
- Leandro Luzzi, de 33 anos, atuava como patinador artístico em Brusque, onde também ministrava aulas. Ele não conseguiu saltar a tempo.
- Leane Elizabeth Herrmann, de 70 anos, natural de Blumenau, fazia o passeio ao lado da filha, Leise Herrmann Parizotto, médica e servidora pública da mesma cidade.
- O casal Janaina Moreira Soares da Rocha, de 46 anos, e Everaldo da Rocha, de 53, morava em Joinville, no norte catarinense. Eles estavam a passeio na região. Ambos também não resistiram.
- Fabio Luiz Izycki, do Rio Grande do Sul. trabalhava no Banco do Brasil e era primo de 2º grau do prefeito de Barão de Cotegipe.
- Juliane Jacinta Sawicki, companheira de Fábio, era engenheira agrônoma e atuava em projetos ambientais no estado.
- A oitava vítima, Andrei Gabriel de Melo, oftalmologista com atuação em Fraiburgo, no Meio-Oeste catarinense. Era conhecido principalmente pela dedicação profissional.
Os 13 sobreviventes receberam atendimento médico imediato. O Corpo de Bombeiros e o Samu os encaminharam a hospitais próximos. Pelo menos cinco deram entrada no Hospital Nossa Senhora de Fátima, localizado no centro de Praia Grande. Todos já receberam alta, de acordo com os boletins médicos divulgados pela tarde.
As vítimas vieram de diferentes estados. De acordo com a polícia, 18 pessoas embarcaram sendo naturais de Santa Catarina, duas do Rio Grande do Sul e uma de São Paulo.
Capadócia brasileira recebe mais de 7 mil voos por mês
Praia Grande, apesar do nome, não tem litoral. Localizada no Sul catarinense, a cidade fica na divisa com o Rio Grande do Sul, junto aos cânions da Serra Geral. A geografia privilegiada transforma o município em um dos principais destinos turísticos do país, sobretudo para quem busca contato com a natureza.
Conhecida nacionalmente como a Capadócia brasileira, Praia Grande abriga dezenas de empresas que oferecem passeios de balão, trilhas, cavalgadas bem como expedições a cachoeiras. A prefeitura informou que são realizados mais de 7 mil pousos e decolagens de balões todos os meses, atraindo turistas de várias partes do Brasil.
Receba as notícias de OFuxico no seu celular!
A tragédia provocou um alerta para a segurança nos voos realizados na região. A repercussão do acidente levou autoridades locais a discutirem medidas de fiscalização e revisão de protocolos. Especialistas em aviação observam que, apesar da baixa taxa de incidentes com balões turísticos no país, a operação exige cuidados rigorosos e manutenção constante dos equipamentos.
O caso continua em investigação. A Anac confirmou que uma equipe técnica acompanha todos os desdobramentos. A Polícia Civil segue ouvindo testemunhas e analisando os vestígios encontrados no local da queda. Até o momento, não há confirmação oficial sobre a causa do incêndio. O maçarico continua sendo o principal ponto de apuração.

É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino