Saiba tudo sobre a novela Boogie Oogie, da Globo – História – Cenografia
Por Redação - 01/08/14 às 12:06
Recriar os anos 70 exigiu uma longa pesquisa. As equipes de cenografia, assinada por Alexandre Gomes, e produção de arte, liderada por Nininha Medicis, empenharam-se na reprodução do clima descontraído e empolgante de 1978. Uma loja, uma cabine, a fachada de um prédio… Até mesmo uma carrocinha de cachorro-quente e a famosa vitrola são protagonistas dessa história.
A trama central de Boogie Oogie se passa na Zona Sul do Rio de Janeiro. Para reproduzir esta atmosfera, a cidade cenográfica foi dividida em duas áreas: uma rua de Copacabana, onde se localiza a casa da Sandra (Isis Valverde) e a de Inês (Deborah Secco), entre outras personagens; e uma rua de Ipanema, endereço da agência de viagens Vip Turismo, da discoteca Boogie Oogie, do curso de inglês, e da galeria com a boutique de Vitória (Bianca Bin).
Cada local é bem distinto e herda as características do bairro. A Copacabana de Boogie Oogie apresenta uma mistura de estilos e um comércio que começou nas décadas de 40 e 50 e que chegou aos anos 70. Lojas que não existem mais, como as de revelação de fotografias e as que vendiam disco de vinil, por exemplo, aumentam o ar vintage na cidade cenográfica, com cerca de seis mil metros quadrados de área construída.
Para gravar cenas na área externa da casa dos Veiga Almeida da Silveira, a direção escolheu uma locação com características arquitetônicas muito presentes em mansões na década de 70. Já o interior é todo gravado em estúdio, no Projac, que contempla ainda outros 12 cenários, como o ambiente da discoteca Boogie Oogie.
A casa noturna, destino de vários jovens da trama, apresenta uma mistura de detalhes de várias boates daquela época. A partir de referências pesquisadas em material sobre a Studio 54, a New York City, entre outras, a cenografia fez uma releitura desses ícones da era disco. O resultado é um grande ambiente com luzes coloridas, espelho e muita fumaça. Um amplo bar, sofás, pista de dança com cubos coloridos no piso, uma área para o DJ e um palco dão o toque final.
Em paralelo ao trabalho da cenografia, a produção de arte ajudou a reproduzir os anos 70 de forma mais realista possível. Segundo Nininha Medicis, a referência básica veio de filmes e documentários que retratam a época. Apesar de recriar uma época em que a Internet não existia, a ferramenta foi de grande importância para a equipe. A pesquisa de fotos na web ajudou a identificar o que se usava para decorar e compor o ambiente.
A mansão da família de Vitória (Bianca Bin), por exemplo, tem um cenário mais minimalista e com muito Op-art (Arte Óptica), um estilo artístico que utiliza ilusões óticas, bastante marcante na época. Já a casa de Elísio (Daniel Dantas) é mais simples e toda organizada. O tenente-coronel do exército e pai de Sandra (Isis Valverde) mantém as coisas no lugar. Para marcar ainda mais os anos 70, a equipe utilizou muito acrílico, cortiça e plástico.
A discoteca é um dos cenários que reconstrói em detalhes o clima do período em que se passa a trama. Globo espelhado, estroboscópio e a bagunça de cinzeiros, baldinhos de gelo e toda a aparelhagem de som do DJ, estarão em cena.
Na época também se curtia muito a praia e, para as cenas à beira-mar, a arte produziu pipas originais, pranchas de surfe com apenas uma quilha, além de galão de mate e barraca de sol feita de pano. Os quartos das personagens que entram no clima das ondas também estão cheios de referências. Entre um estilo e outro, surfista ou admirador da disco music, é possível identificar os códigos que ditavam a moda no final dos anos 70. Para ser cool e estar com o figurino em dia, era importante usar roupas e acessórios de marcas importadas, trazidas muitas vezes por aeromoças, como Inês, personagem de Deborah Secco. Ela usa uma bagagem estilizada e personalizada para a novela, como mala de mão, mala midi, porta passaporte. Como a personagem é jovem e divide o apartamento com um amigo, a casa seguiu uma linha mais jovial, com porta trecos e telefones de época, louça colorida, balde de cortiça e muitos livros.
A agência de turismo do personagem Fernando (Marco Ricca) é outro destaque. Como não existia computador nos anos 70, o papel é ainda um material importante do escritório e a equipe mandou fazer diferentes documentos de papel em gráfica, com a logomarca da agência. Era muito comum também entregar brindes, como canetas, calendários e chaveiros etc..
De um modo geral, a era disco é lembrada em todos os cantos da novela. Em cenas externas na cidade cenográfica, haverá velocípede, bicicleta, carrocinha de cachorro-quente e sorvete, vendedor de algodão-doce, além de crianças pulando corda, brincando de amarelinha, bambolê, andando de patins, entre outras atividades.
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