Saiba tudo sobre O Astro, da Globo – Cenografia

Por - 07/07/11 às 13:27

Divulgação/TV Globo

As primeiras gravações foram feitas no Paraná. A Equipe de cenografia – concebida por José Claudio, com o auxílio de Eliane Heringer, nos estúdios, Isabela Urman, nas gravações externas, e Fernando Meirelles, na cidade cenográfica – visitou até cadeia de verdade para ter referências reais e construir não só o presídio como a cadeia local, na qual Herculano (Rodrigo Lombardi) ficará preso. O próprio presídio do Ahú, em Curitiba, ainda tem celas que não estão totalmente desconstruídas, e assim Isabela pôde reconstruir uma cela fictícia bem próxima da realidade, usando-as como referência.

Nos estúdios, foram levantadas as paredes da luxuosa casa de Salomão Hayalla (Daniel Filho), que segue a arquitetura de uma antiga mansão de Copacabana. Não muito longe, moram Youssef (José Rubens Chachá) e Amin (Tato Gabus), que terão suas casas cenográficas também em estúdio. O apartamento moderno e chique de Amanda (Carolina Ferraz) recebeu cenografia completa, com ares do bairro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. O cassino de Miriam (Mila Moreira) é todo ambientado em estúdio, assim como as casas da Penha, a de Neco (Humberto Martins), Herculano (Rodrigo Lombardi), o salão de Neco e a Kosmos.

A Penha ganhou uma cidade cenográfica só pra ela. O coração do Projac recebeu a reprodução de algumas ruas do bairro. O salão Penha Fashion e o bar Bafo de Ouro foram construídos para serem gravados por dentro e por fora. As ruas buscam retratar a parte residencial da Penha carioca.  As casas de Neco, Herculano e Lili (Alinne Moraes) ganharam também fachadas. A Igreja da Penha estará lá, reproduzida por computação gráfica.

“O salão Penha Fashion merece destaque na cidade cenográfica de ‘O Astro’. Nele, foram criados três corredores que evitam a invasão de câmeras no cenário e ficam em volta do sobrado. Com isso, as câmeras podem ser posicionadas através dos espelhos e vitrines removíveis. Um dos corredores, por exemplo, é disfarçado por uma porta de entrada, que, quando for preciso, será aberta ou removida para a câmera entrar”, explica o cenógrafo Fernando Meirelles.

O pedido dos diretores foi claro: realismo. E a pesquisa da produção de arte foi intensa, desde workshop sobre a cultura libanesa até pesquisa local no bairro da Penha e consultas a mágicos para dar o tom certo aos ambientes que serão apresentados. Para a família Hayalla, Silvana Estrella, a profissional que assina a produção de arte de O Astro, criou a partir de traços do costume libanês. Na casa dos Hayalla, a ostentação pode ser observada através dos detalhes dourados, a prataria e a decoração forrada de vermelho, com arranjos de flores e objetos característicos da cultura libanesa.

Para dar vida à Penha, a equipe de produção de arte foi até as suas adjacências e fez registros do local. Camelôs e barraquinhas distintas serão montados na cidade cenográfica para dar movimento real às ruas do bairro fictício. Já o apartamento de Amanda foi pensado para acompanhar o perfil do personagem, uma arquiteta moderna. Sua casa é clean e elegante. A casa de shows Kosmos foi concebida como um espaço místico. Para isso, mágicos foram consultados sobre a vivência do velho teatro, que recebeu um espelho infinito, piso com figuras que remetem à galáxia e simulação de estrelas, além de mesa de centro e jogo de luzes.

Na viagem, o presídio foi o ponto alto para a produtora Estrella: “Temos como base a novela de Janete Clair produzida nos anos 70, e isso nos possibilitou criar espaços atuais, sem perder a essência da trama. Mas a cadeia fugiu desse pensamento. Foi muito cativante fazer a ambientação de um presídio verdadeiro. A estrutura era perfeita e abusamos disso.”


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