Salve Jorge: Intérprete de Aisha fala do drama de sua personagem
Por Redação - 29/12/12 às 13:04
Dani Moreno está apenas na sua segunda novela, mas já conquistou uma personagem forte em Salve Jorge, de Gloria Perez. Interpretando Aisha, a atriz vivencia o drama de pessoas que foram traficadas ainda bebês. Como a personagem é intensa, a preparação também precisou ser.
"No início do ano, quando conversei com o diretor, já saí cheia de filmes, documentários, livros, histórias e tudo mais para me ajudar na preparação", enumera.
Mas Dani só percebeu a real dimensão da questão quando conheceu uma traficada da França que veio ao Brasil conversar com a equipe.
"Foi nesse primeiro contato pessoal, frente a frente, que eu entendi o vazio que o tráfico de bebês deixa dentro de quem foi adotado e não sabe de onde veio", explica.
Na história, Aisha foi adotada por uma família turca aos 15 dias de vida. A personagem sabia, mas não perguntava nada para a família biológica porque isso magoava Berna, sua mãe, encarnada por Zezé Polessa.
"Essa coisa foi ficando mais forte quando ela começou a tentar encontrar sua identidade. Em algumas cenas, Aisha olhava no espelho e demonstrava que não sabia quem era a pessoa refletida ali", avalia.
O que a jovem não esperava era que os documentos de sua adoção fossem falsos. A partir daí, começou a tentar descobrir toda a verdade com a ajuda da delegada Heloísa e do advogado Stênio, vividos por Giovanna Antonelli e Alexandre Nero.
"E, lógico, do Mustafá, que é o pai dela e apoia bastante essa busca, apesar da mãe ser contra", acrescenta, citando o papel de Antonio Calloni.
A procura de Aisha pelos pais biológicos gerou uma resposta do público que surpreendeu a atriz.
"A primeira coisa que as pessoas que me param na rua falam é: 'Você é rica, mora em um palácio. Para de procurar a sua família, você vai parar no Alemão!'", revela.
"Acho que essa não é a questão. Ela precisa conhecer suas origens", completa.
Por fazer a mãe sofrer, algumas pessoas que expõem sua opinião para a atriz têm considerado a personagem até mesmo uma vilã.
"A Aisha não está sendo má. A Berna nunca pensou em dizer a verdade para ela. Quando uma coisa é baseada em uma mentira, tudo desanda", defende.
A trama se complicou ainda mais quando a personagem Delzuite, de Solange Badim, descobriu que o caixão de sua filha estava vazio e que as chances de ela estar viva eram altas. Ao mesmo tempo, Aisha encontrou uma pulserinha igual a que a moradora do Alemão havia descrito.
"Acho que vai ser interessante agora essa busca paralela: a Delzuite pela filha e a Aisha pela mãe", afirma.
Viver uma personagem cheia de nuances em uma história dramática não é novidade para Dani. Sua estreia na tevê foi como a Marta de Amor e Revolução, do SBT, que mostrava os tempos da ditadura militar no Brasil. Estudando a vida inteira em escola pública, Dani sabia muito pouco sobre essa época.
"Sabia pelos meus pais, mas na escola nunca tocaram no assunto. Então, não foi só uma personagem, foi um encontro com a história do meu país que eu não conhecia", conta a atriz, que acredita que a novela despertou o mesmo sentimento em muita gente que não conhecia sobre o governo militar no Brasil.
Sua personagem, além de guerrilheira, era apaixonada por sua melhor amiga. Na época, a pergunta que a atriz mais recebia sobre o papel era em relação às dificuldades de interpretar uma lésbica.
"E eu dizia: 'Não faço uma lésbica, faço uma mulher apaixonada por uma pessoa que por acaso é outra mulher'. Tentei tirar a polêmica de foco", recorda.
Dani, antes de ir para o SBT, só havia feito peças e apenas durante o seu curso de teatro no Globe-SP, na Zona Oeste de São Paulo.
"Eu não esperava tudo o que aconteceu. Já tinha esse sonho de atuar em tevê guardado dentro de mim, mas trancado a sete chaves", confessa.
No momento, a atriz não tem outros projetos. Mas, ao fim da novela, pretende voltar aos palcos e começar uma carreira no cinema.
"Não quero abandonar a tevê, eu adoro isso aqui. Mas ator não vive sem palco, então preciso voltar. E também quero muito conhecer o mundo do cinema", admite.
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