Samara Felippo assusta fãs ao contar que está no hospital

Por - 23/01/20 às 14:40

Reprodução/Instagram

Na última quarta-feira (22), Samara Felippo compartilhou em sua conta no Instagram uma foto em que aparece ao lado das filhas Alicia, de dez anos, e Lara, de seis, frutos de seu antigo relacionamento com o jogador de basquete Leandrinho.

Porém, o que chamou mesmo a atenção dos internautas foi a legenda escrita pela atriz.

“Queria estar assim, mas estou sem elas e no hospital! Amanhã nos stories conto tudo, mas já está tudo bem", escreveu ela.

Rapidamente, a publicação recebeu inúmeros comentários de seguidores preocupados perguntando o que houve e desejando melhoras.

Racismo

Branca, mãe de duas meninas negras. Samara Felippo sempre fez questão de mostrar às filhas, Alicia e Lara – fruto de seu relacionamento com o jogador de basquete Leandrinho – que elas devem se orgulhar de serem exatamente como são. Sem distinção de absolutamente nada. Mas nem sempre a atriz de 41 anos consegue driblar as adversidades, neste caso, maquiada de racismo.

A atriz contou em suas redes sociais que Alícia, de dez anos, foi alvo de xingamentos e demonstrações explícitas de racismo durante a formatura na escola.

Em um longo desabafo, a carioca destacou que a maternidade de duas meninas negras lhe mostrou um mundo que desconhecia. E contou que a filha foi duramente xingada por um grupo de adolescentes.

"Garotos brancos de 14 anos, classe média, com a camisa verde e amarela, que descobri que um deles é filho de miliciano", detalhou.

Inconformada com o que viu e ouviu, a atriz saiu em defesa da filha.

"Agradeço ao que me fez sair da minha bolha branca e ter desde cedo esclarecido minha filha, enaltecido sua esperteza, beleza, coragem, seu cabelo, sua pele, suas raízes…e feito ela sair dessa situação de cabeça erguida e fortalecida", escreveu.

Leia o desabafo da atriz, na íntegra:

"Ser mãe de duas meninas negras me abriu pra um mundo eu onde eu descobri que não sabia nada. Não sabia sequer enxergar a dor do outro. Onde eu enxerguei privilégios por ser uma mulher branca numa sociedade tão racista." Esse é um trecho de uma fala minha na peça Mulheres Que Nasceram Com os Filhos, que num dia de ensaio me veio aos prantos. Eu sempre falo, escrevo mas nunca tinha passado com minhas filhas por uma situação de racismo. E pela primeira vez me deparei diretamente com o que muitos passam DIARIAMENTE.

Estávamos na festa de formatura da Alícia, enquanto os pais conversavam no salão de festas as crianças brincavam no parquinho ao lado. Quando uma delas veio até a mãe: "Mae, tem dois adolescentes zoando e implicando com a gente". Eu imediatamente levantei e fui a passos largos. As crianças relatavam: "Aqueles três, puxaram o cabelo do fulano, zoaram com a ciclana". Meu sangue começou a entrar em ebulição, fui que nem um bicho pra cima dos moleques e falei tudo que tenho vontade pra racistas, mesmo os ainda nem sabem que são. Garotos brancos de 14 anos, classe média de merda, com a camisa verde e amarela, que descobri que um deles é filho de miliciano. Os xingamentos para minha filha eram: marrenta, neguinha e cabelo ruim.

O clássico do racismo naturalizado. Agradeço ao que me fez sair da minha bolha branca e ter desde cedo esclarecido minha filha, enaltecido sua esperteza, beleza, coragem, seu cabelo, sua pele, suas raízes…e feito ela sair dessa situação de cabeça erguida e fortalecida. E assim continuo fazendo. Sei que não será a primeira e nem última vez que ela passará por isso. Agora eu te pergunto: se eu como mulher branca, cheia de privilégios, minhas filhas negras, mas ainda sim com seus privilégios, seja por classe social ou tom de pele (Sim, tom de pele conta nesse país! Quanto mais preta a pele mais preconceito sofre-se, leia sobre Colorismo) passamos por isso, imagina quantas meninas pretas passam todos os dias? Te pergunto: se eu mulher branca estou até agora chorando sozinha, com ódio e raiva, querendo esfolar a cara daqueles moleques e os pais deles, como não validar e enxergar a raiva e ódio de SÉCULOS de humilhação e violência? Acordem!"

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