Selton Mello afirma que não teme a solidão
Por Redação - 02/05/18 às 18:31
Em 1979, aos sete anos, Selton Mello fez Sidney em Dona Santa, desde então o ator não parou mais. Numa entrevista com Carolina Dieckmann para a Top Magazine, o ator falou sobre a solidão, e a carreira. Inclusive do pensamento constante de desistir da carreira.
"Penso nisso toda hora! Neste momento em que respondo esta entrevista pensei em usar a oportunidade, me despedir e partir para o meio do mato e cuidar de plantar batatas. Mas algo me coloca para a frente, que não sei medir. Por isso uma força me leva a cantar, por isso essa força estranha no ar. Por isso é que eu canto, não posso parar. Por isso essa voz tamanha! Chega uma hora na vida de quem trabalha com arte que a obra ganha do criador. Tem gente que é tocada pelo que faço, e essas pessoas merecem que eu continue. Ok, é pouca gente, mas estou de olho nelas, faço por elas. Muito do fato de continuar vem disso, é como se fosse uma missão que não tenho o direito de interromper […] E pelos meus pais, maiores incentivadores e primeiros espectadores de tudo que faço, é por eles que também sigo em frente. Mas vontade de mudar o rumo da prosa tenho toda hora, dúvidas sobre tudo isso tenho o tempo todo. Só que tento usar isso para me impulsionar, não para permanecer estagnado. Cuido a cada momento para não ficar estéril artisticamente, procuro sempre viver grávido de ideias.", contou o diretor, ator, roteirista, dublador e produtor.
Além disso, Selton também falou de seus personagens preferidos retratados ao longo da frutífera carreira cinematográfica.
"Chicó de O Auto da Compadecida, pela enorme força popular. A obra magistral de Ariano Suassuna encontrou nas mãos de Guel Arraes o diretor ideal, e fizemos um marco no audiovisual. Mais de 20 anos se passaram e até hoje sou abordado com um sorriso no rosto por espectadores muito distintos e todos apaixonados por esse trabalho. Entramos nos corações dos brasileiros para sempre. […] O Palhaço, um êxito gigante com um filme sensível, que conseguimos a raridade de agradar público e crítica, algo popular e refinado, um orgulho danado desse trabalho.", contou Selton orgulhoso de seus 'filhotes queridos'.
Ele comentou ainda sobre a solteirice e o fato de não temer a solidão.
"Tô pensando ainda no gato! É lindo o que me mostrou, mas não paro em casa, e esse felino vai ficar aqui sozinho? Como é que eu faço com esse gato, Brasil? Não temo a solidão, sou amigo dela, me alimento de suas possibilidades. É uma escolha, e não tá ruim, não. Portanto, sobre o fato de sentir falta de alguém me esperando em casa…", brincou.
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