Sérgio Guizé: ‘Sou tímido, me escondo em meus personagens’

Por - 03/05/16 às 08:51

Divulgação/TV Globo
Não tem quem não ame Candinho. O caipira protagonista de Êta Mundo Bom!, novela exibida na Globo na faixa das 18h, conquistou o país e tem garantido excelentes índices de audiência à trama de Walcyr Carrasco. Sérgio Guizé, na pele do personagem, vive um momento primoroso na carreira iniciada no teatro. Ele conversou com a reportagem de OFuxico e assegurou que o assédio tem sido comedido. Afirmando ser mais tímido que seu personagem, ele revelou ainda que, desde criança, sonha em ser pai. Confira essa e outras curiosidades.
 
 
OFuxico: Protagonista de novela, bonitão, como está lidando com o assédio?

Sérgio Guinzé: Algumas pessoas nem pedem pra tirar foto, querem mesmo falar do trabalho. A gente faz com tanta verdade, carinho, as pessoas querem falar disso. 
 
OF: A que você atribui o sucesso de Êta Mundo Bom?

SG: Aos textos, mesmo quando tem um quê de vilania, a gente passa amor e esperança.
 
OF: Candinho tem alguma coisa emprestada pelo Sérgio Guinzé?

SG: A gente tem em comum a esperança pelo melhor, sempre. É esse tipo de coisa que mais eu empresto pro Candinho. Às vezes tenho que fazer um esforço redobrado pra passar essa mensagem, de que tudo o que acontece de ruim, é pra melhorar. Tô aprendendo muito com ele e, realmente, tenho olhado o lado bom das coisas.
 
OF: A timidez dele encanta…
 
SG: Acho que ele não é tímido, eu sou. Nunca tive problema com a timidez. Eu me escondo atrás dos meus personagens. Sempre fui mais de observar do que falar. É que penso muito…

OF: Então Candinho não é o que parece?
 

SG: Ele reencontrou a mãe e tudo o que ele pregava no começo está acontecendo. Ele vai ficar mais duro, mas com a mesma essência, pregando as mesmas coisas. Do jeito que o Walcyr construiu, de que o que vale é o caráter. É o que vou levar, desse jeito, até o final. Ele vai passar por muita coisa. 

OF: Essa mudança tornou o trabalho mais difícil?
 
SG: É um trabalho muito pesado, mas no sentido bom. A gente tem que manter pulsando, são cenas difíceis, é um fazendo pelo outro. Não consigo acompanhar a novela, vou pra casa e estudo. Mas é uma alegria fazer uma novela de sucesso. 

OF: Você manteve a concepção original do Candinho, proposta pelo autor?
 

SG: A primeira coisa que vi foi o Candinho do Mazaroppi. Walcyr me falou do Chaplin, a maior fonte de inspiração para várias linguagens. Ele tem muito do Chaplin. 
 
OF: A interação com o autor, então, foi primordial para o sucesso do seu trabalho?
 
SG: Walcyr é muito generoso. Quando estreou a novela, fiquei doente. Me isolei de tudo, rede social, não sabia o que estava acontecendo, ele me ligou falando do quanto era emocionante. É um estímulo pra gente continuar brigando por ser assim até o final. É uma troca, tanto ele quanto o Jorge Fernando (diretor da novela) sendo um porto seguro. Em nenhum momento fui podado.

OF: Você está na estrada há muito tempo, e agora é alçado ao rol dos galãs. Como se sente?
 

SG: Galã… Não sabia direito o que era, porque no teatro não tem isso. Ou você constrói um personagem incrível ou constrói a imagem de um ator que fala muito bem. Me dão um texto, fico apaixonado e corro atrás desse personagem. Quando eu leio o personagem, já tenho mais ou menos uma ideia do que fazer. Se eu me trair nesse sentido, não vou ficar feliz.
 
OF: O que te seduz nessa novela?
 
SG: A obra, as pessoas, são estímulos muito bons. Sou apaixonado pelo personagem, pelo processo. É o que me faz deixar minha banda em São Paulo, a minha família.

OF: Falando em família, já pensa em formar a sua?

SG: As crianças são meu ponto fraco. São muito especiais, recebo mensagens, desenhos. Dei aula pra criança (de artes, num projeto vocacional da prefeitura de São Paulo), fiz muita peça pra teatro infantil. Sempre tive bicho, tenho um cachorro, Gustavo, e dois gatos, Nicolau e Amelie. Desde pequeno quero ser pai. 

OF: Podemos, então, esperar um casamento em breve com a sua namorada, Nathalia Dill?

SG: Sai de Santo André fazendo teatro e vim pra cá fazer Da Cor do Pecado, nunca tinha pisado no Rio de Janeiro, fiquei dois meses e meio em Portugal, num quarto de hotel, vivi em função da arte porque era isso que eu tinha que fazer. É hoje estou aqui, do jeito que eu gosto. Minha família vem, eu vou, não estou preocupado com a solidão, algumas coisas mudam. Tenho a Natália como uma parceira incondicional. 

OF: Esta gostando da atuação dela em Liberdade, Liberdade?
 

SG: Vi a estreia junto com ela, vi o capítulo que ela entrou, é um trabalho muito sofisticado de interpretação e ela está fazendo lindamente. 

OF: Você se viu, recentemente, na reprise de Caminho das Índias?
 
SG: Na época eu fazia peça aqui no Rio de Janeiro e ninguém me reconhecia. Nem lembrava que estava reprisando.
 

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