Sérgio Santoian dirige curta: ‘Não tenho medo da crítica’

Depois de clicar dezenas de artistas inspirados na personagem Ophelia, da peça Hamlet, de Shakespeare, Sérgio Santoian se prepara para lançar um curta metragem sobre a história que acabou criando para a dama do escritor renascentista. Na verdade, a inspiração nela é completamente independe do que acontece na história do autor inglês, mas tem muita coisa da peça no filme que tem estreia agendada para a terça-feira (23), na Faculdade Estácio, no Rio de Janeiro, com alguns dos convidados que participaram do projeto artístico.

Carolina Kasting, Jesus Luz, Bruno Gagliasso, Yuri Fernandes estão entre os convidados da sessão especial da produção de quinze minutos. A ideia é, ainda, estrear em alguns concursos de cinema no segundo semestre. Mas, antes que a gente fale demais, conversamos com o diretor da montagem para que ele conte como aconteceu a produção do curta.

“Surgiu, porque o Ophelia está se desdobrando em muitas coisas. O projeto de fotografia se uniu a alguma coisa de artes plásticas, vai virar peça, etc. E como eu estou fazendo faculdade, surgiu a oportunidade de fazer um curta, com o pessoal de cinema. Eu nunca vi nenhum curta baseado na história da Ophelia. Contei sobre o projeto e todo mundo ficou louco. Aí, decidimos adaptar a história do Hamlet para os dias de hoje e, em algumas cenas, fazemos uma alusão à história do Shakespeare!”, lembrou o agora cineasta sobre a produção do texto.

Ele ainda deixa claro que a adaptação não é uma releitura do texto Inglês. Na verdade, é uma oportunidade de criar histórias que virem outras coisas – para além do clássico britânico.

“É difícil ver um curta baseado num clássico. Eu dirijo, mas tem uma equipe de quase onze pessoas trabalhando comigo. Antony Almeida e Bia Carum – os dois já fizeram o Ophelia para mim (nas fotos) e são os protagonistas da história. Não por ter gostado mais dessa foto, mas porque na ideia do curta, foram as duas pessoas que eu pensei primeiro!”, explica, sobre o elenco da produção.

E ele ainda declarou que não está procurando agradar a crítica de modo geral. Na verdade, pretende mesmo se sentir saciado com o que está fazendo da obra artística. É uma obra e tanto para quem gosta de encontrar arte nas coisas.

“Eu não tenho medo da crítica. Também não vou me vangloriar muito se as pessoas vierem para mim e falarem ‘Sérgio, você é o melhor cineasta da face da terra!’, porque eu sei que não vou ser. Mas, tem uma coisa que é minha, que é de fazer as coisas. Eu vou fazer o que acho que tenho que fazer. Minha arte não é para ser entendida, é para me saciar. Quando eu comecei a fazer o Ophelia, eu não tinha intenção de chegar a ninguém com isso. Comecei a fazer as fotos para fugir da rotina de só fazer book de ator!”, enfrentou.

ROTEIRO (contém spoillers)

Santoian também explicou para a redação do site como acontece o desenrolar da história do casal. E disse estar satisfeito com o progresso do trabalho, principalmente, porque misturou facetas artísticas diferentes.

“O curta é basicamente a história de um casal que tem uma relação e, em algum momento, eles brigam e desenrola o que acontece em Hamlet. Mas, a gente deixa aberta a possibilidade da morte dela, porque, afinal de contas, qual seria a morte da nossa Ophelia nos dias de hoje? Talvez não fosse ir para um rio e ficar cantando até se afogar (Risos). Mas, ficou uma coisa muito bonita, porque, enquanto tem essa alusão à água, também essa identificação com o público atual!”, define o artista, dando uma ideia do que vem por aí na obra.

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