Veja séries com representatividade LGBT que não são de romance
Por Raphael Araujo - 02/02/23 às 08:00 - Última Atualização: 1 fevereiro 2023
Representatividade e diversidade estão entre os assuntos mais comentados do momento e cada vez mais estão sendo buscadas, seja em representações políticas, ou até mesmo no entretenimento, como músicas, séries, filmes, livros, entre tantas outras mídias, mostrando que o mundo não se restringe a apenas pessoas “brancas, hetéros e cis”.
Diante disso, a comunidade LGBTQIAPN+ é sempre uma das mais citadas quando se fala de representatividade, e nos últimos anos, com o avanço das lutas e militâncias dessa causa, mais diversidade vem sendo trabalhada no audiovisual, a ponto de termos até séries majoritariamente voltadas para isso, como o caso da aclamada “Heartstopper”.
Porém, não é apenas em obras de romance como a citada que queremos mais representação LGBT, mas também em outros gêneros, afinal, em filmes como “James Bond”, de ação e espionagem, muitas versões do personagem são verdadeiros galãs e derretem os corações das mulheres, isso sem falar em “Velozes e Furiosos”, completamente voltado para a ação, mas com Don (Vin Diesel) tendo romances heterossexuais muito bem estabelecidos.
Pensando nisso, nós do OFuxico vamos citar filmes e séries que, apesar de não serem voltadas para o gênero de romance ou de mostrar a realidade da comunidade LGBTQIAPN+ (como na premiada “Pose”) mas que ainda assim acertam na representatividade. Confira!
THE LAST OF US (alerta de spoilers)
O mais recente caso e que deu o que falar foi o episódio 03 de “The Last of Us”, série da HBO, baseada no videogame de mesmo nome de Playstation, que desde seu anúncio se tornou uma das séries mais esperadas deste ano e a cada semana leva os fãs à loucura com sua excelente qualidade.
Nesse episódio em questão, a história toma um rumo diferente e adicional ao do jogo, expandindo a história de Bill (Nick Offerman) e alterando para que o relacionamento com Frank (Murray Bartlett) fosse mais explícito e explorado na trama. No jogo, Frank chega a morrer e ficar separado de Bill, enquanto que na série eles terminam juntos. Vale ressaltar que Bill chegou até a sentir que mudou para melhor graças a Frank.
“The Last of Us” trata de um universo pós-apocalíptico na tentativa de sobrevivência, além e ter cenas de ação e drama bem acentuadas, mas em um episódio, ao fugir de sue material-fonte, um belo casal homoafetivo surgiu com uma linda mensagem de amor e de se abrir em meio às diversidades. Isso no episódio mais aclamado até o momento, que chegou a receber nota 10 no site IMDB, um feito bastante raro. No Rotten Tomatoes, recebeu 97% de aprovação.
E esse deve ser apenas o começo, afinal, nos jogos de videogame, mais personagens da comunidade LGBTQIAPN+ marcam presença, e aliás, a própria Ellie (Bella Ramsey), protagonista da obra, é lésbica, e isso será retratado na adaptação televisiva futuramente, assim como mais personagens devem ser inseridos no restante da primeira e na vindoura segunda temporada.
SANDMAN
Falamos bastante de “The Last of Us”, que tal irmos de um mundo pós-apocalíptico para um mais fantasioso e “sonhador”? Pois em “Sandman”, série da Netflix baseada nos quadrinhos de mesmo nome escritos por Neil Gaimann, não faltam representações LGBT dos mais variados modos, mesmo que a obra explore a mente e transformação de Morpheus (Tom Sturridge) e do Sonhar.
Alex Burgess (Laurie Kynaston), filho de Roderick Burgess (Charles Dance), responsável por prender Sandman na Terra por mais de 100 anos, é gay e se relaciona com um dos membros da Ordem criada pelo pai. Johanna Constantine (Jenna Coleman) tem um episódio dedicado a ela, e seu namoro com uma mulher é parte essencial da subtrama. Nos quadrinhos, Constantine é homem, mas sua orientação sexual é abertamente fluída, e muitos o identificam como pansexual.
Quer mais? Coríntio (Boyd Holbrook), principal antagonista da série, principalmente no segundo aro (Casa de Bonecas), abertamente se relaciona com homens e surge se relacionando sexualmente com eles, principalmente quando quer seduzi-los em prol de seus objetivos. Na web, foi elogiado como uma “gay trambiqueira”, algo fora do usual. Mais uma figura marcante de “Sandman” que é LGBTQIAPN+ é Desejo, que assim como Morpheus, pertence aos Perpétuos, e não possui um gênero definido, sexo aliás bastante fluído. Coroa isso que quem dá vida a Desejo é Mason Alexander Park, uma pessoa não binária.
No fatídico episódio 05, o da lanchonete, Judy é abertamente lésbica, e chega a beijar a garçonete do local, assim como outros dois homens presentes chegam a se pegarem enquanto John Dee (David Thewlis) está suando o Rubi de Sandman para manipulá-los a colocarem seus desejos para fora, independente das consequências.
MUNDO ESTRANHO
Apesar de ser uma produção original da Disney, “Mundo Estranho” foi uma animação que passou bastante batida do público-geral ao fim do ano passado, sendo considerado um fracasso de público, crítica e bilheteria, e quem assistiu possui críticas à maneira que a história foi contada e à qualidade da animação, assim como a direção e forma como a mensagem é passada.
Porém, uma coisa foi muito bem-feita inegavelmente no filme: a representatividade. Parte dos principais personagens são negros ou indígenas, não se restringindo a pessoas brancas, e além de ser uma pessoa preta, Ethan (Jaboukie Young-White) é abertamente homossexual e possui interesse em Diazo (Jonathan Melo), e este fato é notado por todos à sua volta de forma natural, como deve ser.
ETERNOS
Um dos filmes lançados pela Marvel Studios em 2021 e que dividiu bastante opiniões, “Eternos” trouxe uma pegada diferente do que os fãs de super-heróis da editora estavam acostumados a consumir, com uma visão mais artística na direção e contando com personagens muito diferenciados, que propositalmente por sua história, simulavam a deuses entre humanos.
Aliás, eles mudam suas missões e visões com base no que aprendem com a humanidade, sendo o amor o principal elemento, seja entre os sentimentos que nutem um pelo outro, seja pelos romances que viveram no decorrer dos anos, sendo um deles o de Phastos (Brian Tyree Henry) com Ben (Haaz Sleiman), que gerou o primeiro beijo gay da Marvel em tela, acontecendo de forma simples e fofa, enquanto o eterno está se despedindo do marido e do filho deles, Jack (Esai Daniel Cros).
Vamos lembrar que “Eternos” é todo representativo, contando com pessoas de diferentes etnias, gêneros, sexualidades e até corpos, sendo mais uma certo do longa em relação ao assunto.
SUPERGIRL
A prima do Superman já teve uma série para chamar de sua pela CW, e uma das principais personagens da atração é a irmã terrena de Kara (Melissa Benoist): Alex (Chyler Leigh), que vem a ser sua melhor amiga, escudeira, aliada e confidente na trama.
Na segunda temporada, Alex passa a se envolver com Maggie Sawyer (Floriana Lima), cujo romance se desenvolve de forma natural e amável, fazendo os fãs torcerem pelo casal e que ele seja feliz, além de terem ficado tristes com o fim dele na terceira temporada, apesar de a justifica de visões opostas sobre maternidade ter sido algo plausível e realista, deixando a representatividade supercompleta.
MODERN FAMILY E ONE DAY AT A TIME
Tanto “Modern Family” e “One Day At aTime” são duas séries de comédia do estilo sitcom (comédia de situação) focadas em uma mesma família e como cada membro dela lida com a vida e “seu lugar no mundo”, com a principal diferente sendo que a segunda conta com representatividade e discussões relacionados à comunidade latina nos Estados Unidos.
Mas apesar de terem os elementos de tantas sitcoms que amamos, ambas acertam em trazer personagens LGBTQIAPN+ que possuem certeza do que sentem, ao mesmo tempo que vão se entendendo como tais, tudo isso com muito bom humor ao mesmo tempo que não esquece a seriedade do assunto.
Em “Modern Family”, Mitchel (Jesse Tyler Ferguson) e Cameron (Eric Stonestreet) são um casal gay que adotam Lily (Aubrey Anderson-Emmons), lidando com o preconceito dos próprios familiares quanto do mundo, enquanto em “One Day At a Time” Helena (Isabella Gomez) se descobre lésbica, descobrindo como se assumir às pessoas a sua volta e iniciando um romance com Sid (Sheridan Pierce).
GLEE
Por fim, vamos encerrar com uma das séries mais amadas pela representatividade LGBTQIAPN+: “Glee”. Ok, você deve estar questionando: mas a série se passa em um colégio, e em produções adolescentes, romances são esperados, então não se encaixa na regra indicada no início do texto.
De fato, é verdade, mas “Glee” merece uma menção honrosa por conta de seus impactos, e vamos lembrar que o gênero principal da série é de musical, enquanto batia recordes pela quantidade de personagens LGBT em uma mesma obra, merecendo seu lugar no ranking, além de personagens negros, asiáticos, portadores de Síndrome de Down e idosos, ou seja, muito representativa.
Quem não se emocionou com a evolução de Kurt (Chris Colfer), com descoberta de Santana (Naya Rivera) de que era apaixonada por sua amiga, entre tantas outras histórias?
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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.