Silvio de Abreu fala sobre ambição e vaidade à revista

Por - 14/05/06 às 14:39

Silvio de Abreu é responsável por algumas das melhores novelas já exibidas na Globo. Autor de Guerra dos Sexos, Rainha da Sucata, Torre de Babel, A Próxima Vítima e, atualmente, Belíssima, o gênio da teledramaturgia fala sobre sua carreira para a Revista Quem desta semana.

Estreando na tevê em 1977, na extinta TV Tupi, junto com Rubens Ewald Filho, na adaptação de Éramos Seis, o autor acredita que a ambição não funciona sozinha, quando se luta para a realização de um sonho.

“Não só a ambição material, mas a intelectual, de querer saber mais, de ser feliz, de mudar as coisas. Não é um sentimento ruim. O que é negativo é a ambição desmedida pelo dinheiro e pelo poder, que não respeita nenhuma regra e passa por cima das pessoas e dos sentimentos”.

Consagrando-se em 1983, com Guerra dos Sexos, um grande sucesso, onde o humor e a comédia pastelão predominavam, Silvio acredita que o preparo do último capítulo da trama é um dos mais felizes de todo o processo, afinal:

“O trabalho está pronto e não vou ter de escrever no dia seguinte, depois de meses e meses de dedicação absoluta àquela história. Vou voltar a viver, sair, jantar fora, visitar os amigos, viajar, ler, escutar música, assistir a filmes, ir a teatros, a shows”.

Envolvido em um meio onde a vaidade prevalece, o autor, de 63 anos, revela o truque para conseguir lidar com esse sentimento. “Lido com as vaidades no mundo da tevê com humor, porque, no fundo, tudo é um enorme ridículo”.

Apaixonado declarado por sua profissão, Silvio de Abreu admite que o mundo da ficção é muito mais bonito e divertido que o mundo real. Ele ainda acrescenta: “A realidade me aborrece, a ficção me estimula”.

Questionado pela revista de como seria uma possível novela que abordasse como tema principal este início de século, o autor diz que falaria da deterioração dos costumes, da falta de ética, da moral cada vez mais elástica, do valor da aparência em detrimento ao valor do caráter e da esperteza ocupando o lugar da bondade.

Achando graça, ele finaliza: “Espera aí, já não estou escrevendo essa novela"?

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