Sinhá Moça tem a difícil tarefa de substituir Alma Gêmea, no horário das seis
Por Redação - 12/03/06 às 17:20
Entre senhores, escravos, conflitos e romances desenha-se Sinhá Moça, a próxima novela das 18h, que estréia nesta segunda-feira, dia 13, na Globo. A trama já encara a difícil tarefa de, pelo menos, fazer o mesmo sucesso alcançado pela antecessora Alma Gêmea. A anterior dona do horário das seis alcançou históricos índices de audiêcia, ultrapassando a casa dos 50 pontos.
O remake de Sinhá Moça, cuja primeira versão foi exibida pela Globo em 1986, tem direção de núcleo de Ricardo Waddington, direção geral de Rogério Gomes e direção de Luiz Antônio Pillar e Marcelo Travesso. O texto é de Benedito Ruy Barbosa, adaptado por Edmara e Edilene Barbosa.
A história
A trama tem como espinha dorsal o romance de Sinhá Moça (Débora Falabella) e o advogado Rodolfo (Danton Mello), entremeada pelas disputas políticas que tomam conta do Brasil às vésperas da abolição da escravatura, na segunda metade do século XIX. Inspirada no romance homônimo de Maria Dezonne Pacheco Fernandes, a novela foi ao ar pela primeira vez em 1986, com trama de Benedito Ruy Barbosa e direção de Reynaldo Boury e Jayme Monjardim.
O grande encontro
Brasil, 1886. Em um vagão de trem, viaja Sinhá Moça, a filha do maior dono de terras da pequena Araruna: o Coronel Ferreira (Osmar Prado) ou, depois do título, o poderoso Barão de Araruna. Após alguns anos de estudo na capital da província, ela volta para sua cidade natal sozinha, o que é considerado um acinte para a época.
Tudo parece correr bem: com um sorriso no rosto e os olhos fixos na paisagem, Sinhá Moça segue tranqüila. Pelo menos até a chegada de Rodolfo, um jovem advogado que acaba de se formar bacharel. O encantamento entre os dois é imediato, mas a situação, certamente, não é favorável.
Por ironia do destino, os dois descobrem que se conheceram ainda pequenos e riem das brincadeiras de criança. Atraído por Sinhá Moça, Rodolfo tenta exatamente esconder seus ideais republicanos e abolicionistas, para garantir um segundo encontro com aquela bela mulher que, para sua infelicidade, é a única filha do maior escravocrata da região.
O casal chega a Araruna com o peito repleto de emoção: é hora de reencontrar as famílias, que esperam ansiosas. Na estação, aguardam, juntos, o Barão, Dr. Fontes e Ricardo, irmão de Rodolfo, sem imaginar que o jovem advogado e Sinhá Moça se conheceram durante a viagem e aquele era apenas o início de uma forte ligação entre eles e, claro, entre seus parentes. Os dois desembarcam separados, e seguem para seus mundos tão diferentes.
Perfil dos personagens
Coronel Ferreira (Osmar Prado) – O nobre Barão de Araruna. De caráter forte e dominador, herdou a região desbravada e colonizada por seu pai e o viu trabalhar arduamente para formar seu patrimônio. Defensor intransigente do regime escravagista, é extremamente inflexível com os negros e não aceita a idéia da abolição. Marido de Cândida e pai de Sinhá Moça, tenta apagar da memória seu envolvimento com a escrava Maria das Dores (Cris Vianna), na juventude.
Dona Cândida (Patrícia Pillar) – Fina e recatada, é a bela mulher do Barão de Araruna e mãe amorosa de Sinhá Moça. Atua como um pára-raio entre ambos, mas sem muita força para afrontar o marido. Reconhece e até aceita as idéias abolicionistas da filha, mas esconde esse sentimento. – Fina e recatada, é a bela mulher do Barão de Araruna e mãe amorosa de Sinhá Moça. Atua como um pára-raio entre ambos, mas sem muita força para afrontar o marido. Reconhece e até aceita as idéias abolicionistas da filha, mas esconde esse sentimento.
Sinhá Moça (Débora Falabella) – Nasce e cresce entre a doçura da mãe Cândida, os mimos da escrava Virgínia (Zezé Motta) e a rígida conduta de seu pai, o Barão. Mais velha, vai estudar na capital da província e retorna a Araruna imbuída dos ideais abolicionistas. Na viagem de volta, conhece Rodolfo, seu primeiro e verdadeiro amor, mas só se acerta com ele depois de descobrir suas verdadeiras convicções políticas.
Menina Sinhaninha (Larissa Biondo) – Sinhá Moça aos 10, 12 anos. Bela e meiga. Participação especial.
Pai José (Milton Gonçalves) – Homem altivo e forte, apesar de seus mais de 80 anos. Tem tantos filhos, netos e bisnetos, que não sabe contar. Transformado em escravo reprodutor pelo pai do Coronel Ferreira, permaneceu assim até o Barão assumir as rédeas da fazenda. Já velho, começa a sonhar com a liberdade dos negros e, por isso, morre no tronco.
Virgínia, a Bá (Zezé Motta) – Negra bondosa, sensível, meiga e respeitosa. Pariu um único filho em toda a vida, que lhe foi roubado dos braços ainda bebê, vendido pelo Barão num lote de escravos. Mesmo assim, trazida para a casa grande, salvou a vida da recém-nascida Sinhaninha, porque a mãe, dona Cândida, não tinha leite. Sempre manteve a esperança de um dia encontrar o filho, fruto de seu único e velado amor: Pai José.
Feitor Bruno (Humberto Martins) – Homem rude, que busca com crueldade a disciplina dos escravos. Não tem família, mulher nem filhos, e sonha manter, a qualquer custo, sua posição de feitor da Fazenda Araruna. Cumpre todas as ordens do Barão, e até adivinha aquelas que ele hesita em dar.
Capitão-do-mato (Maurício Gonçalves) – Um cão perdigueiro, cuja vida foi dedicada à perseguição de escravos fujões. Orgulha-se de ser o melhor entre todos, porque jamais uma vítima escapou-lhe ao faro. Já machucou muitos negros, mas isso não lhe traz remorsos. É o seu trabalho, o seu destino.
Delegado Antero (Jackson Antunes) – Delegado escravagista, que está sempre a serviço dos senhores da região e, em particular, do Barão de Araruna. Prepotente com os fracos, subserviente diante dos poderosos, defende seu cargo a todo custo, porque sabe o quanto lhe custou chegar ali.
Doutor Fontes (Reginaldo Faria) – Advogado formado, chegou à cidade atrás de carreira e fortuna, mas logo se casou com Inez e teve os filhos Rodolfo e Ricardo. Foi também amigo do pai do Coronel Ferreira, a quem serviu como defensor de muitas causas. Por esse motivo, goza da total confiança e amizade do Barão, porém o bom senso manda não enfrentá-lo.
Dona Inez Fontes (Lu Grimaldi) – Mulher de Fonte e mãe de Ricardo e Rodolfo. É esteio dos três nas horas precisas e, quando lhe dão os tais “cinco minutos”, fala tudo o que lhe vem à cabeça. Tem consciência de que o marido abdicou de seus grandes sonhos em prol da segurança da família e, por isso mesmo, sente por ele grande amor e respeito.
Rodolfo (Danton Mello) – Filho de Fontes e Inez, herdou do pai o talento jurídico e, da mãe, uma certa matreirice, que o leva a misturar o bom senso com seus próprios interesses. Forma-se advogado na capital da província e, na viagem de volta a Araruna, conhece Sinhá Moça, seu grande amor. Para conquistá-la e garantir outros encontros, esconde até sua convicção abolicionista e acaba agradando antes o pai do que a filha.
Ricardo (Bruno Gagliasso) – Filho de Fontes e Inez. Puxou à mãe. Pouco mais novo do que o irmão Rodolfo, nunca se sentiu muito atraído pelos estudos. Generoso e tímido, é amante da natureza e dos animais, dos quais vive cuidando. Vai consolar Ana do Véu (Isis Valverde) e apaixona-se por ela sem jamais ter visto seu rosto, o que já é uma prova de sua pureza e bondade.
Manoel Teixeira (Oscar Magrini) – Comerciante próspero, dono de casas de aluguel, bem posto e acomodado na vida, depois de dura luta. Casado com Nina, teve com ela uma única filha, Ana, sua maior riqueza. Violento no passado, livrou-se da prisão por uma brilhante defesa de Fontes, a quem é profundamente grato.
Nina Teixeira (Gisele Fróes) – Casada com Manoel Teixeira, é muito grata ao doutor Fontes por ele ter defendido seu marido. Extremamente religiosa, fez uma promessa à Santa Rita que obriga sua filha Ana a cobrir o rosto com um véu até subir ao altar com Rodolfo.
Ana do véu (Isis Valverde) – É bela? É feia? Ninguém sabe na cidade de Araruna. Desde pequena, anda com o rosto sempre coberto e, por isso, foi apelidada de Ana do Véu. Só fica à vontade diante do pai e da mãe, porque assim reza a promessa feita por Dona Nina à Santa Rita. E a religiosidade dela é tão forte, que não há espaço para negociação: Ana só se libertará do fardo, quando subir ao altar com Rodolfo. Se por acaso isso não acontecer, terá de ir para um convento.
Augusto (Carlos Vereza) – Quando os grandes jornais do país ainda engatinham nas capitais, Augusto luta para viabilizar o seu boletim semanal, que ele edita usando os poucos recursos que tem. Abolicionista convicto, é em sua tipografia que os poucos simpatizantes se reúnem. Também vive sob o jugo do Barão de Araruna, e sabe o que isso representa.
Juliana (Vanessa Giácomo) – Neta de Augusto. É bela, faceira e inteligente. Cuida da casa com todo esmero e, nas horas vagas, às escondidas, procura aprender o ofício do avô na tipografia. Tem veneração por ele e quer sempre ajudá-lo. Quando Dimas aparece, sua vida muda.
Dimas (Eriberto Leão) – É Rafael, o menino da casa grande que viu o avô, Pai José, morrer no tronco e que foi vendido, junto com a mãe, Maria das Dores (Cris Vianna), a um mercador de escravos. Alforriado, mudou de nome e apresenta-se agora como Dimas. Volta cheio de ódio, querendo vingança contra o Barão de Araruna, seu pai.
Frei José (Elias Gleiser) – Pároco da comunidade há tantos anos, que até já perdeu a conta. Figura muito popular e querida, conhece Sinhá Moça e os demais jovens desde que eram crianças. Vive bem com os fazendeiros, sejam escravagistas ou abolicionistas, porque toma dinheiro de todos para sua igreja. Apesar de pregar a liberdade dos escravos, não chega a botar a mão no fogo acintosamente. Pelo menos, no início da trama.
Coutinho (Othon Bastos) – O pior dos fazendeiros. Alertado pelo filho José (Eduardo Pires), percebe a aproximação da abolição e, adiantando-se, alforria os negros de sua fazenda. Um golpe de mestre para a época, pois acaba com a escravidão propriamente dita em seus domínios, mas cria outra: a econômica. Os escravos continuam trabalhando para ele e ganhando uma miséria, que não chega para pagar o seu sustento. Embora livres, também não podem ir embora dali, pois lhe devem.
Nogueira (Rogério Falabella) e Everaldo (Chico Anysio) – Fazendeiros abolicionistas, que vivem sob a influência política e econômica do Barão de Araruna. Na verdade, são revolucionários de boteco e não colocam nada além das palavras na luta contra a escravidão. Importantes no jogo político da trama.
Mário (Caio Blat) – Filho do fazendeiro Everaldo, estuda Direito na capital e passa sempre férias em Araruna. Tem a audácia dos jovens e o senso de justiça necessário para montar, com os amigos Pedro, Vila e Renato, a Associação dos Abolicionistas de Araruna, lutando verdadeiramente contra a escravidão.
Pedro (Joaquim de Castro), Vila (Bruno Udovic) e Renato (Bruno Costa) – Três amigos que estudam Direito e sonham em mudar o mundo. Na luta contra a escravidão, fundam com Mário a Associação dos Abolicionistas de Araruna.
Martinho (Edwin Luisi), Tibúrcio (Fernando Petelinkar) e Viriato (John Herbert) – Escravagistas por convicção, como o Barão de Araruna, o baluarte da resistência.
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