Sônia Braga revela por que está solteira

Por - 19/05/06 às 19:27

Depois de viver vários anos nos Estados Unidos, Sônia Braga, 55 anos, encara um novo desafio no Brasil. Ele será uma das estrelas da próxima novela das oito da Globo, Páginas da Vida.

Entrevistada por seu grande amigo José Wilker, para a revista Contigo! desta semana, a atriz fala de relacionamentos –  ela namorou com grandes astros do cinema internacional, como Robert Redford e Clint Eastwood –, da carreira, da vida nos Estados Unidos, de beleza e afirma que tudo valeu a pena.

Vaidade

Sempre muito vaidosa, a atriz começou a desenvolver esse cuidado especial com a aparência quando despontou em todo o Brasil com o sucesso de Gabriela, novela de 1975, da Globo.

“Antes, eu tinha muito problema com relação a isso (beleza). Eu não sabia o que era uma mulher de verdade. Eu apenas gostava de estar viva. Mas ainda não tinha me relacionado com a beleza. Isso só veio com Gabriela”.

Acostumada com o rótulo que ganhou, de uma mulher forte, bonita e acima de tudo, sensual, Sônia acredita que estes elogios fazem bem para o ego de qualquer mulher, afinal: “Quem quer ser feio? É a mesma coisa que fazer um filme e torcer para que ele seja um fracasso. O que há de mal em ser reconhecida, em ser bonita? Nunca entendi muito bem esse papo de “quero ser feio” e “quero ser um fracasso’”.

Amores

Quando o assunto é relacionamento, tudo vira uma grande brincadeira. Solteira no momento, ela agradece por isso. “Vou ficar dez meses no Brasil. Já pensou se estivesse namorando alguém da África, por exemplo? Seria um sofrimento. Vou fazer este trabalho (referindo-se a Páginas da Vida) sem mais nada para me preocupar. Hoje, o único homem da minha vida é o autor de Páginas da Vida, Manoel Carlos (risos)”.

Carreira

Conhecido pelos sucessos Dancin’Days (1978) e Gabriela, a atriz confessa à revista que foi exatamente nesses dois trabalhos que se sentiu totalmente despreparada para atuar. Acostumada a priorizar o corpo como sua principal matéria-prima, ela é adepta da dieta e dos exercícios físicos para esculpir e manter a boa forma.

“Até que percebo que estou pronta para a vida. Foram poucas as vezes que achei que não estava preparada. Isso aconteceu, por exemplo, em Dancin’Days (em 1978). Foi Daniel (Filho, diretor da trama) que me convenceu do contrário. Em Gabriela também aconteceu isso. Aquele trabalho me pegou totalmente de surpresa. Quando Daniel (que também era o diretor) me provou que tinha tirado a idéia de que eu era a própria Gabriela por causa da minha vida, eu entendi. Era uma época que eu morava num barco, vivia o sol, com os cabelos soltos, bronzeada. Percebi que, realmente, eu era Gabriela”.

Apaixonada por atuar, ela não escolhe seus trabalhos por causa do texto. “Eu sou uma pessoal do visual. Eu não faço teatro, por exemplo. Não acho graça no teatro. Gosto dos equipamentos de tevê, de ir montando a personagem, da dinâmica, das contribuições da equipe. No teatro, o ator domina o espaço sozinho”.

Brasil

Morando por 21 anos nos Estados Unidos, Sônia consegue ver seu país com outros olhos, e acredita que vivemos em uma colcha de retalhos. “Nós somos os piores, mas em algumas coisas somos os melhores. Temos um dos melhores cinemas e uma das melhores televisões do mundo”.

Não se julgando americanizada, e sim continentalizada, a atriz pede: “Eu sempre fui americana, da América do Sul. Vamos nos amar mais um pouco. Também somos a América”, finalizando.

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