Stella Freitas: “É preciso abrir mão de vaidades se entregar’

Por - 27/02/13 às 12:03

Pedro Paulo Figueiredo/CZN

Com mais de 40 anos de carreira, Stella Freitas, a Hilda de Balacobaco, poderia ter feito todos os personagens possíveis. Mas, com papéis marcantes na tevê, a atriz encara seu primeiro trabalho fora da comédia escrachada.

"A Hilda é seríssima, pessimista. E é muito engraçado procurar esse mau humor em mim", avalia ela, que acredita que a novela lhe deu a oportunidade de criar algo totalmente diferente do que já havia feito.

Apesar da visão dura que tem da vida na história, Hilda é divertida, segundo a atriz.

"O humor vem nas citações que ela faz", afirma.

Consagrada no humor, em programas como Escolhinha do Professor Raimundo e Zorra Total, ambos da Globo, Stella afirma que não faz força para a personagem soar engraçada. 

"Eu nunca fiz comédia, acreditem ou não. Eu faço o que me é dado", diverte-se.

Para a atriz, o tom vira cômico por causa de sua facilidade em tornar as situações mais leves.

"Eu tenho uma cara engraçada, uma voz engraçada… Tudo favorece", entrega. 

Formada pela Escola de Arte Dramática, com vários cursos de interpretação e presente nos palcos de teatro desde os 15 anos, Stella garante que a principal característica de um ator deve ser a disponibilidade.

"É preciso estar aberto. Abrir mão de vaidades, preconceitos e se entregar", acredita.

Para compor a empregada ranzinza da trama de Gisele Joras, a atriz não teve uma preparação muito grande. Mas usou vários artefatos até chegar em um denominador comum entre si própria e a personagem.

"Uso referências pessoais, observação da vida. Fora isso, ainda busco na literatura, na pintura e até na música", revela. 

Perfil:
Nome: Maristela Andrade de Freitas.

Nascimento: 18 de maio de 1952, em São Paulo.

O primeiro trabalho na tevê: Especiais de teatro, na TV Cultura, em 1972.

Atuação inesquecível: Andréa Beltrão na peça A Prova.

Interpretação memorável: Na peça O Doente Imaginário, de Molière. Meu papel era a Nieta, ganhei até um prêmio por ela. E, na tevê, na novela Sassaricando.

Momento marcante: Todos.

O que gosta de assistir: Não sou muito noveleira. Gosto mais de assistir à notícia, como na Globo News.

Ator: Sean Penn.

Atriz: Meryl Streep.

Se não fosse atriz, o que seria: Gostaria de ser pilota de avião ou astronauta. Gosto muito de voar.

Novela preferida: Que Rei Sou Eu?, de Cassiano Gabus Mendes e Luís Carlos Fusco, exibida em 1989 pela Globo.

Cena inesquecível na tevê: Tony Ramos e Marília Pêra em O Primo Basílio, minissérie exibida em 1988 pela Globo.

Melhor abertura de novela: Não sei se é a melhor, mas gostei muito de Gabriela. 

Vilão mais marcante: Jackson, do Heitor Martinez, em Vidas Opostas.

Personagem mais difícil de compor: A Yolanda, de Central do Brasil. Ela roubava crianças, foi muito pesado. Era horrível para mim, mas foi legal fazer.

Papel que mais teve retorno do público: Dinaldainalda de Sassaricando e Virgínia de Ribeirão do Tempo.

Melhor bordão da tevê: E o salário, ó!'. Esse é o resumo de todas as nossas profissões. 

Que novela gostaria que fosse reprisada: Sassaricando.

Que papel gostaria de representar: Gostaria de fazer uma grande vilã.

Com quem gostaria de fazer par romântico: Nessa idade? Tenho de pensar em um velhinho, embora comediante nunca tenha um par. Mas, se fosse para escolher, escolheria o Caetano Veloso".

Filme: Noites de Cabíria, de Federico Fellini.

Livro de cabeceira: O Ator Invisível, de Yoshi Oda.

Autor: William Shakespeare.

Diretor: Woody Allen.

Vexame: Quando eu fazia a Cuca, no Sítio do Picapau Amarelo, estávamos gravando em Grumari, no Rio de Janeiro. E eu tinha de entrar no mar e acabei entalada lá, sem conseguir sair. Ninguém entendia por que eu não dava continuidade à cena. Foi horrível.

Projeto: Gostaria de fazer uma peça sobre uma grande professora de teatro chamada Myriam Muniz. Ela tem um método todo especial de dirigir. Tem até um prêmio de teatro que leva o nome dela.

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