Texto de Guerra dos Sexos é reescrito para se adequar à epoca
Por Redação - 26/08/12 às 11:33
Sílvio de Abreu rejeita a afirmativa de que o excesso de remakes no ar seja reflexo de uma suposta crise de originalidade na tevê. E jura que a nova versão de Guerra dos Sexos, que estreia na Globo em 1º de outubro, às 19h, é outra novela. Com a mesma ideia central e baseada na história que já foi contada por ele em 1983, mas de um jeito diferente e modernizado.
“O mundo mudou muito, assim como a relação homem/mulher. E também a minha própria visão sobre essa questão. Estou aproveitando a base, mas reescrevendo tudo”, garante o autor, que se reuniu com parte do elenco e o diretor Jorge Fernando, em São Paulo, para conversarem com a imprensa sobre o novo projeto.
A trama gira em torno da disputa entre Otávio II e Charlô II, que se tratam como Bimbinho e Cumbuqueta, vividos respectivamente por Tony Ramos e Irene Ravache. Na versão original, os apelidos eram Bimbo e Cumbuca e eles disputavam os negócios herdados de um tio falecido. Eram interpretados por Paulo Autran e Fernanda Montenegro, que serão homenageados nesta versão. Algumas cenas da primeira versão serão usadas como “flashbacks”. E, desta vez, serão esses personagens que terão morrido e deixado para os sobrinhos a luxuosa rede de lojas Charlô's. Bimbinha terá um quadro de Bimbo em sua sala, enquanto Cumbuqueta colocará na parede a imagem da tia. E essas fotos mudarão de expressão conforme o clima de cada cena, como ocorria na versão original.
“Venho de bons dramas, mas estou muito empolgado com esse retorno à comédia. Também será um reencontro com Jorge Fernando”, valoriza Tony Ramos, que não trabalha com o diretor desde As Filhas da Mãe, há 11 anos.
Assim como na primeira versão, para desfrutarem da herança recebida, Cumbuqueta e Bimbinho terão de morar na mansão da família e administrar juntos a empresa dos tios. O grande problema é que os dois tiveram um romance na adolescência, mas se transformaram em inimigos mortais com o passar dos anos.
“Esse é um trabalho muito difícil. O drama já vem pronto. Comédia não, a gente tem de ir tateando”, aponta Irene Ravache, que só tem uma queixa em relação a essa personagem.
“Pelo menos por enquanto, não estou beijando o Reynaldo Gianecchini, brinca.
Reynaldo volta às novelas depois de enfrentar um câncer. Os primeiros capítulos da novela, inclusive, foram lidos ainda no hospital, enquanto estava em fase de tratamento. Na época bastante debilitado fisicamente, se impressionou com a quantidade de cenas de ação que o “chofer” Fernando demanda. O rapaz trabalha para Bimbinho, mas se envolve no decorrer da trama com a ricaça Roberta, vivida por Glória Pires, e a romântica Juliana, personagem de Mariana Ximenes. Na hora de gravar o primeiro beijo com Glória, em uma sequência de sonho da personagem, confessa que até teve dificuldade.
“Bateu certo pudor, tamanho é o respeito que sinto por ela como profissional, aponta ele, que se lembra de quando assistia, ao lado da família, Guerra dos Sexos, aos 11 anos. Assisti porque adorava. Eu morava em Birigui e não queria perder um dia. Também por isso é um grande prazer poder atuar nesse projeto”, diz.
A vontade de Jorge Fernando é estrear com uma frente de 24 capítulos. Uma tarefa que ele mesmo considera quase impossível. Ainda mais que o diretor está trabalhando praticamente sozinho por enquanto, propositalmente. Vou abrir aos poucos para as outras pessoas da equipe porque quero colocar 'a escola na passarela' com a minha cara”, explica.
Jorge Fernando aponta também uma das grandes dificuldades de se fazer humor na tevê nos últimos anos.
“A comédia mudou. Antes, ria-se da forma como era feito e pronto. Agora, é necessária uma trajetória de verdade para provocar o riso”, pontua.
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