Theodoro Cochrane abre o jogo sobre vício e apoio da mãe em sua recuperação
Por Flavia Cirino - 29/08/24 às 10:55
Theodoro Cochrane voltou aos palcos ao lado de sua mãe, Marília Gabriela, na peça “A Última Entrevista”, que estreia uma nova temporada em São Paulo na próxima sexta-feira, 30. Na performance, o ator reflete sobre o peso de ser filho da renomada jornalista, abordando temas sensíveis com uma honestidade que surpreende o público.
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Além disso, fora dos palcos, ele também tem se aberto sobre questões pessoais, incluindo sua luta contra o vício em álcool e drogas.
Em entrevista ao podcast “Desculpa Alguma Coisa”, Theodoro revelou ter passado por um “vício cruzado”, onde combinava o uso de cocaína e álcool.
Ele descreveu como essa combinação, inicialmente esporádica, se tornou mais frequente: “Descobri que eu teria o que é chamado de vício cruzado. Faz o padê (gíria usada para cocaína) e a cachaça, a cachaça e o padê, eventualmente. Era recreativo, uma vez a cada dois meses. A cachaça era uma vez por semana, tipo um gim-tônica. Eu ficava ótimo. E é uma merda ser um bêbado ótimo porque todo mundo te adora, você não fica violento… Só que durante a semana eu ficava muito deprimido.”
O ator relatou ainda como o vício impactava sua vida e relacionamento, mencionando que seu namorado notava uma mudança drástica em seu comportamento durante a semana:
“Meu namorado dizia que não era justo. Que na sexta-feira e no sábado, eu era maravilhoso, meus amigos me amavam. Mas na terça eu queria matá-lo e na quarta-feira, eu queria me matar.”
Theodoro avalia decisão de parar
Surpreendendo até seu terapeuta, Theodoro decidiu parar de repente com todas as substâncias. “Teve uma hora em que caiu essa ficha em mim e falei: ‘vou parar’. Meu terapeuta chegou e falou: ‘Você parou, mas ninguém para assim’.”
Theodoro Cochrane é diagnosticado com distúrbios psíquicos
Após três meses de abstinência, ele recebeu o diagnóstico de ciclotimia, um transtorno de humor caracterizado por variações entre euforia e tristeza. No período, Theodoro estava em Portugal com a mãe, ainda lidando com o luto pela morte do pai, o astrólogo Zeca Cochrane.
“Eu parei e começou a abstinência. Juntou com o luto, com o desemprego, com a minha mãe, com a distância do meu namorado…Eu estava três meses sem beber e usar nenhuma droga quando chegamos a um diagnóstico.”
Ao compreender sua condição, ele iniciou o tratamento adequado e encontrou um alívio significativo. “Um bom diagnóstico é salvador”, afirmou.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino