‘Todas nós ganhamos’, advogada de Duda Reis festeja decisão da Justiça no caso Nego do Borel
Por Redação - 29/08/21 às 14:00
A advogada Gizelly Bicalho concedeu entrevista para a coluna Papo Reto, do jornal Extra. Na publicação, a ex-BBB que atua como advogada de Duda Reis contra Nego do Borel falou um pouco de como anda todo o processo e de seu trabalho na Justiça.
Ao ser questionada sobre como recebeu a decisão da Justiça que rejeitou a queixa-crime de Nego do Borel contra Duda Reis (ex, que o acusa o cantor de violência doméstica), Gizelly respondeu: “A decisão, no caso da Duda, a gente achou uma decisão coerente, sábia. Inclusive, era o que a gente estava esperando, e ficamos muito felizes. É uma decisão no caso da Duda em que todas as mulheres venceram. Todas nós ganhamos com isso. Não falo só como advogada, falo como mulher. Porque quando um homem acusado de tais crimes como ele, ele entra com um uma queixa-crime contra a mulher, é uma forma de ele calar, silenciar a mulher. Nós não aguentamos mais ser silenciadas. Então, pra mim foi uma vitória dupla. Era isso a atenção dessa queixa-crime. Silenciar. Silenciar tudo que ela viveu.”
Gizelly ainda contou qual foi o pior caso que ela já viu: “O caso da Duda foi um dos piores que eu já vi. Mas vou te contar um outro caso que terminou de forma trágica. Uma senhora muito pobre lá do Espírito Santo. Ela tava sendo agredida por vários anos em que morava com um senhor. Ele agredia ela de todas formas, fisicamente. E ela sempre registrava boletim de ocorrência. E a Polícia Civil não fazia nada, nada acontecia. Meses depois, ela conseguiu se separar dele. Ele entrou na casa dela, bêbado, foi agredindo ela de novo. Pegou uma faca e foi pra cima dela. Ela pegou essa faca da mão dele, e foi se defender. E acabou dando uma facada na perna dele. Só que ela acertou uma veia muito importante. Ele acabou caindo no chão e falecendo. Ela ligou para o socorro, para o Samu. A polícia chegou. Essa senhora pobre, sem advogado, assistida pela Defensoria pública. Ela foi pra audiência de custódia, onde era uma juíza. Essa juíza decidiu pela manutenção da prisão, converteu a prisão de flagrante em preventiva. Essa senhora ficou 30 dias presa. Eu vi o caso dela na televisão. Procurei o presídio onde ela estava, fui atrás, e, graças a Deus, depois de 30 dias, ela conseguiu sair. O próprio Ministério Público reconheceu o erro que tinha cometido, uma vez que foi legítima defesa, que a gente aprende nos livros. Ela não tinha alternativa, precisava salvar a vida dela. A gente buscou todos os boletins de ocorrência no qual ela era vítima. E ela tinha que ter tomado essa atitude pra se defender. Não foi uma facada no peito, foi na perna. Infelizmente, rompeu ali uma veia importante.”
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