Tóquio 2020: Simone Biles é colocada como reserva e pode deixar a equipe

Por - 27/07/21 às 09:31

Foto: COB

Considerada a maior ginasta de todos os tempos, a americana Simone Biles ficou fora da prova de grupo nos Jogos Olímpicos de Tóquio, nesta terça-feira, 27 de julho. Durante a disputa por equipes, ela demonstrou desconforto após falhar na execução de movimentos. Foi, na sequência, deslocada para o time reserva. Inicialmente ficou a dúvida se a decisão se deu por lesão ou para poupá-la psicologicamente para a decisão do individual geral, em que é favorita.

A atleta não fez a estreia dos sonhos e, mesmo tendo cometido falhas em todos os aparelhos, a norte-americana fez o suficiente para avançar às finais em tudo na ginástica e ainda teve a melhor pontuação do individual geral.

Simone Biles desembarcou em Tóquio como a grande estrela da Olimpíada. Nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016, a ginasta conquistou quatro medalhas de ouro e uma de bronze (na trave). O peso, no entanto, gerou incômodo na ginasta mais condecorada da história.

Em comunicado, a USA Gymnastics (Federação de Ginástica dos Estados Unidos) afirmou que Simone Biles foi retirada por questão médica e que vai ser avaliada diariamente para as próximas finais. Sua permanência na equipe dependerá da evolução do quadro.

ERROS INCOMUNS

Em sua estreia em Tóquio, Simone Biles cometeu erros que espantou até quem não acompanha a ginástica. Na apresentação no solo, ela saiu do tablado e recebeu 0,3 pontos de punição. No salto, que é o seu aparelho mais dominante, também saiu do tablado. Na trave, deu dois passos na saída. Já nas barras, foi conservadora e sem brilho.

Apesar disso, Simone Biles avançou para as finais em todos os aparelhos. Biles também liderou a pontuação no individual geral e ficou 0.032 pontos na frente da brasileira Rebecca Andrade – que se classificou para as finais do solo, salto e individual geral.

Ao lado de outros atletas que marcam a modalidade, Simone Biles vem subvertendo os limites da ginástica artística com movimentos cada vez mais complexos e de difícil execução. Algo que seria impensável há mais de 40 anos, quando a romena Nadia Comaneci encantou o mundo nos Jogos de Montreal, em 1976, tornando-se a primeira ginasta da História a receber nota 10.

https://twitter.com/spampissavre/status/1419986963864735746

O BAILE DE REBECA

Teve “Baile de Favela” no Japão! E dos bons! A brasileira Rebeca Andrade está nas finais de solo, salto e individual geral, na ginástica artística feminina dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. A atleta de 22 anos, natural de Guarulhos, em São Paulo, deu show e causou na apresentação solo, ao som do funk “Baile de Favela”, hit de MC João. Feliz, ela recebeu a nota 14.066 e ficou em segundo lugar na disputa do individual geral, atrás apenas da grande estrela da ginástica, Simone Biles, dos Estados Unidos.

Antes do solo, a dupla brasileira se apresentou na trave. Nesse aparelho, Flávia Saraiva foi a melhor e conseguiu a qualificação para disputar a final da modalidade ao receber a nota 13.966. Rebeca ficou com 13.733. Apesar da nota excelente, Flávia se machucou e saiu da disputa sem se competir nos dois aparelhos seguintes (salto e barras assimétricas).

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No terceiro aparelho, o salto, Rebeca fez dois saltos e recebeu notas 15.400 e 14.800, tendo média de 15.100, pontuação suficiente para qualificá-la à final. A ginasta fechou sua apresentação nas barras assimétricas, ganhando nota 14.200, o que deu a ela o necessário para também disputar a final do individual geral.

https://twitter.com/KaiqueDalapola/status/1419266894419349504

HIT DO REVEILLON 2015/2016

Com a incrível apresentação de Rebeca Andrade no solo, o “Baile de Favela” figurou entre os assuntos mais comentado do Twitter. O funk, de MC João foi lançado em 2015 e mudou completamente a vida de João Israel Simeão, o MC João.

A música que lista bailes funk da periferia de São Paulo com um refrão impossível de tirar da cabeça, nasceu em uma casa espaçosa. O imóvel não fica na favela, tem piscina, dois andares bem decorados e varanda com vista para a Zona Norte da cidade. É a sede da GR6, empresa que gerencia uma equipe de garotos anônimos no resto do Brasil, mas tratados como estrelas nos tais bailes paulistanos. MC João, na época, era a revelação do time.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino