Trilha de Amazônia terá música de compositor acreano
Por Redação - 23/07/06 às 12:25
Não será apenas a história da conquista do Acre pelo Brasil, que pertenceu a Bolívia no início do século 20, seus personagens ou as belezas naturais do local que farão parte da homenagem que Glória Perez estará prestando a seu estado natal na minissérie Amazônia, de Galvez a Chico Mendes.
Ao conseguir concretizar esse sonho antigo, a autora faz questão também de homenagear o compositor, instrumentista e arranjador acreano João Donato, de 72 anos, conhecido internacionalmente.
A forma encontrada foi incluir composições de Donato na trilha sonora da minissérie que começa a ser gravada em setembro, sob a direção de Marcos
Schechtman, e estréia em janeiro de 2007, na Globo. Glória e seu conterrâneo já conversaram sobre o assunto, num encontro em que OFuxico publica a foto – cedida pela autora – com exclusividade.
"O João Donato aceitou o convite e a trilha vai ter música dele, que, no momento, se encontra na Amazônia tomando um tacacá maravilhoso, preparado pela irmã dele, a Eneida" , revela Glória Perez.
João Donato
Filho de um major da aeronáutica, João Donato de Oliveira Neto, nasceu no Acre em 1934, mas ainda pequeno mudou-se para o Rio de Janeiro. Ainda na
adolescência demonstrou ter mais intimidade com a música que com os estudos regulares, que abandonou em 1949. Seu círculo de amizade era composto por músicos que se reuniam nos bares cariocas para tocar violão e, claro, falar
de música.
Nos anos 50, freqüentou o Sinatra-Farney Fan Clube, na Tijuca, zona norte carioca, que durou apenas 17 meses, considerado por muitos estudiosos como uma escola para toda a geração que mais tarde criaria a Bossa Nova. Donato
foi amigo de todos os expoentes do movimento bossanovista, como João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Johny Alf, entre outros, mas nunca se encaixou dentro desse rótulo. Pelo contrário, era considerado um músico excêntrico que tocava para si e não para os contra baixistas e bateristas que tentavam lhe acompanhar ao acordeão, piano ou trombone.
Também na década de 50, João Donato se manda para os Estados Unidos onde permanece durante 13 anos e realiza o que nunca tinha conseguido no Brasil: reincorporar a musicalidade afro-cubana ao jazz. Grava o disco A Bad Donato e compõe músicas como Amazonas, A Rã e Cadê Jodel. Retorna ao Brasil, reencontra a música brasileira que estava sendo feita no País, mas não abandona sua paixão pela fusão entre o jazz e ritmos caribenhos. Como arranjador participou de discos de grandes nomes da MPB como Gal Costa e Gilberto Gil.
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