Turma do Pagode comemora 15 anos de carreira: ‘Gratificante’
Por Redação - 27/09/16 às 15:00
Comemorando os 15 anos de carreira, a Turma do Pagode vem se destacando cada vez mais na música nacional e criando seu espaço na mídia.
Em conversa com o site OFuxico, Marcelinho, compositor e produtor musical falou da carreira, dos preconceitos e a das experiências com a banda.
Como foi se apresentar ao lado de Thiaguinho para a gravação do DVD? Foi muito diferente a expectativa da realidade?
"A apresentação ao lado do Thiaguinho na gravação do DVD foi muito tranquila e muito fácil. Já temos amizade fora dos palcos e ele é um irmão e grande amigo nosso! Nós compomos juntos e ele curte muito o nosso som e o resultado final da musica ficou muito melhor do que esperávamos. Tem tudo a ver com a gente!"
Como é a relação da banda com as redes sociais? Qual a importância dessa ferramenta para a carreira de vocês, já que atualmente tudo acontece na web.
"A nossa relação com redes sociais é muito intensa. Além das redes sociais do grupo, a maioria dos integrantes tem seus perfis pessoais, e utilizamos todas e procuramos manter uma grande frequencia de postagens e acesso. Hoje temos mais de 6 milhões de seguidores no Facebook e mais de 500 mil no Instagran e damos muito valor a elas, pois sabemos que é um excelente canal para estarmos em contato com nossos fãs."
Vocês já passaram por alguma situação constrangedora de assédio da fã? Em algum show ou no camarim.
"Situação constrangedora não. Tem aquelas loucuras de fãs invadindo a van ou a gente entrar no carro e descobrir que tem alguém no porta-malas. Os fãs sempre querem se aproximar, tirar fotos, autógrafos, conversar e tem os que fazem tatuagens, nos seguem em vários shows. Nós sabemos a importância que eles tem no nosso trabalho e procuramos dar atenção total. E usamos muito as redes sociais para interagir com os fãs de todos os cantos do País."
Quais foram as principais dificuldades de vocês ao longo dos 15 anos de carreira? Vocês mudariam algo no passado?
"Como qualquer artista passamos por grandes dificuldades, especialmente, no início da carreira, mas são as mesmas de todos os artistas que chegam em um certo patamar. No início é difícil conseguir atingir as rádios de todo o Brasil, se manter somente com a música, etc. O que mudamos, a respeito do passado, foi em termos de gestão. Hoje, depois de trabalhar com vários empresários e de aprender muito, há três anos optamos pela auto gestão e temos nosso próprio escritório."
Pegando pelo outro lado, como vocês se veem nos próximos 15 anos? Quais as ambições futuras da banda?
"Acreditamos que nossa carreira vem se solidificando mais a cada trabalho e é gratificante ver o que conquistamos. E daqui há 15 anos nos vemos fazendo o mesmo: muito samba, muito pagode e levando muita alegria ao público. Nossa maior ambição é conseguir manter isso, porque manter é muito difícil. Nossa ambição é daqui 15 anos comemorar 30 anos de carreira com a mesma clareza e a mesma vontade de 15 anos atrás."
Com quem vocês gostariam de fazer uma parceria inédita?
"É difícil citar uma única parceria porque cada integrante tem vontade de fazer parcerias com artistas diferentes. Então, tem vários nomes que sonhamos em dividir o palco, fazer uma música junto e um exemplo é o Fundo de Quintal. O Fundo é uma das nossas maiores referências, a gente é fruto do Fundo de Quintal e seria a realização de um desejo e uma grande honra."
Como vocês encaram a dificuldade de viver de arte atualmente no Brasil? Assim como em qualquer outro lugar no mundo. Vocês acham que a música internacional ou outros gêneros têm mais espaço em terras brasileiras?
"Essa dificuldade, principalmente no nosso caso que trabalhamos com samba, desde que me entendo por gente sempre escutamos: o samba vai acabar, o samba agoniza, mas não morre. E não vai morrer nunca! A dificuldade existe, assim como existe para pessoas de todas as profissões. E estamos aí para superar. Acreditamos que trabalhar com determinação é a melhor maneira de vencer as dificuldades.
Acredito que a diversidade do país contribuí para que todos os gêneros tenham espaço. Em algumas épocas um outro pode se destacar um pouco mais, mas todos, entre eles os grandes nomes da musica internacional, tem espaço aqui. No caso da música internacional, acredito que grandes artistas tem espaço aqui da mesma maneira que um artista americano pode ter espaço na Europa, Ásia, etc."
Em algum momento existiu um conflito entre a necessidade de vender música e a vontade de fazer algo completamente diferente por prazer próprio dos integrantes?
"O conflito nunca aconteceu porque procuramos sempre valorizar o nosso publico e procuramos gravar músicas que eles achem interessantes. Eu costumo dizer que um CD é como um buffet self service. No self service você não pode ter somente um tipo de prato, você precisa ter uma variedade de pratos, de tudo um pouco. No repertório de um álbum um tipo de música acaba prevalecendo, mas tem sempre espaço para algo novo e diferente."
Com a maioria dos integrantes negros na banda, vocês já passaram por situações de preconceito? Tanto pessoalmente (em shows, entrevistas, etc), como na web.
"Essa é uma questão muito pessoal de cada um, mas já sofreram sim. Mas, sinceramente, nem vale à pena citar determinadas situações porque seria dar ibope para essas pessoas e elas não merecem."
Vocês acreditam que a música pode ser um instrumento de luta contra esse tipo de discurso de ódio?
"Eu acredito que a música, assim como o teatro, o cinema e qualquer tipo de arte pode ser sim um instrumento para lutar contra todos os tipos de preconceitos. Mas eu, pessoalmente, acredito que quanto mais tocarmos no assunto mais as pessoas irão se promover."
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