Ully Lages não vê problema com assédio dos fãs de Rebelde

Por - 02/09/12 às 16:37

Luiza Dantas /Carta Z Notícias

Cada ator tem uma maneira própria de encontrar a essência de seu personagem. Uns gostam de se pautar basicamente em "workshops" oferecidos pela emissora. Outros recorrem à literatura ou filmes que abordem o mesmo tema da trama em questão. Têm aqueles que buscam uma referência no universo particular ou no próprio texto da história. Ully Lages, a misteriosa Lucy de Rebelde opta por misturar todas as alternativas anteriores. Mas a sua predileta é a pesquisa através de músicas que combinem com o proposto pela autoria da novela da Record.

"Quando ela entrou em surto, pesquisei novas músicas. Deixei para trás Nightwish e fui para a música clássica", conta, referindo-se à banda finlandesa de heavy metal.

 Na trama, assinada por Emílio Boechat – a autora Margareth Boury, que até então escrevia a novela, está temporariamente distante do folhetim para cuidar da sade , Lucy nunca foi como os outros jovens da idade dela. Dona de um visual soturno, um sorriso contido e movimentos travados, ela sempre é a mais séria do grupo de adolescentes na escola. As coisas se complicaram quando a personagem passou a ter surtos psicóticos. Para a atriz, a gota d'água pode ter sido quando Miguel, papel de Thiago Amaral, começou a mentir sobre a paixão dele por Alice, de Sophia Abrahão.

"A Lucy tem um ciúme obsessivo dele e isso pode ter colaborado a desencadear esse surto psicótico", explica.

A atriz carioca, que tem 19 anos e ascendência indígena, alemã e portuguesa, comemora a repercussão do seu papel na novela teen.

 "Escuto de tudo um pouco", conta, aos risos.

Segundo ela, parte do público entende que a personagem está maluca e isso justifica alguma das maldades que ela faz. Outros demonstram pena e tem aqueles que têm medo dela. "É bem mesclado", completa ela, que normalmente é mais assediada por crianças e adolescentes.

 Contudo, o retorno do público já lhe causou situações constrangedoras. Certa vez, ela estava com a mãe em um shopping no Rio de Janeiro. Quando se deu conta, estava sendo perseguida por um grupo de jovens fãs de Rebelde.

"Fiquei assustada. Quando você ouve um amigo falar que aconteceu com ele, até acha engraçado. Mas quando é a sua vez é bizarro", destaca.

Apesar do susto, ela não deixa de achar graça da situação.

"Eu fico na boa. No máximo uso óculos escuros porque é uma coisa minha. Mas não sou de disfarçar. Amo o que faço", avalia ela, bem-humorada.

  No ar na novela desde março, Ully acredita que ainda tem muito o que aprender para realizar o folhetim. Essa busca funciona como uma válvula propulsora para um trabalho cada vez mais verossímil. "A minha interpretação é tanto intuitiva quanto baseada no texto. O texto me ajuda a encontrar o ponto da cena no qual a emoção está e a emoção me ajuda a alcançar o texto", divaga.

      Adepta às mudanças que agreguem tons ao perfil da personagem, Ully está contente com o atual rumo da trama de Lucy. Apesar disso, ela pauta seu trabalho no caminho que o autor achar mais condizente com a história. Até mesmo uma guinada para a comédia. "Seria interessante. Essa personagem me instiga o tempo inteiro", derrete-se.

                Atualmente com um contrato por obra com a Record, a atriz não descarta ampliar sua gama de trabalho em outras áreas. "Tenho muita vontade de fazer cinema. Além disso, quero um dia fazer um grande musical. Dançar até eu danço. Mas cantar não é o meu forte", confessa, às gargalhadas.

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