Último adeus a Nana Caymmi reúne familiares e famosos no Theatro Municipal

O Rio de Janeiro parou nesta sexta-feira, 2 de maio, para homenagear uma das maiores vozes da música brasileira. O corpo de Nana Caymmi foi velado no imponente Theatro Municipal, onde familiares, amigos e personalidades da cultura prestaram suas últimas homenagens à cantora, que morreu aos 84 anos após complicações de saúde.

O irmão de Nana, Danilo Caymmi, foi um dos primeiros a chegar ao local. Visivelmente emocionado, ele conversou com jornalistas e relembrou a luta da irmã, que passou nove meses internada na Casa de Saúde São José. Também presente, o músico Dori Caymmi não conteve o choro ao se aproximar do caixão. Ao lado dele, Stella Teresa, filha de Nana, amparou o tio no momento de dor.

Gil se despede

Outro momento marcante foi a chegada de Gilberto Gil, ex-marido da cantora. Gil, que viveu com Nana entre 1967 e 1969, chegou acompanhado da esposa Flora Gil e se emocionou ao beijar a testa da ex-companheira. Mais cedo, o cantor compartilhou uma lembrança dos tempos em que viveram juntos. “A música nos envolvia de forma intensa”, escreveu Gil no Instagram, relembrando o tempo em que moraram juntos em São Paulo.

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Diferenças familiares superadas

Mesmo após desentendimentos públicos, Alice Caymmi, sobrinha de Nana, também esteve no velório. Em suas redes, Alice escreveu que a perda é “indescritível”. Durante a cerimônia, ela foi consolada pela cantora Duda Beat. A trégua emocionou o público, especialmente após anos de distanciamento e conflitos familiares. Em entrevista à TV Fórum, Alice comentou que as tensões aumentaram com divergências políticas, mas que a dor da perda é maior que qualquer desavença.

Amigos famosos

Famosos como Elba Ramalho, Duda Beat e André Gonçalves também passaram pelo Theatro Municipal para prestar respeito à artista. A cerimônia reuniu diversas gerações da música brasileira, simbolizando o impacto duradouro da obra de Nana.

Nascida Dinahir Tostes Caymmi, filha de Dorival Caymmi e Stella Maris, Nana iniciou sua trajetória ainda criança, ao lado do pai. Sua estreia fonográfica foi em 1960, com “Acalanto”, composição feita especialmente para ela. Ao longo das décadas, consolidou-se como uma das mais respeitadas intérpretes da música popular brasileira.

De acordo com o jornal O Globo, a causa da morte envolveu uma série de comorbidades e um agravamento do estado de saúde após uma overdose acidental de opioides, usada no tratamento de uma infecção óssea.

Danilo Caymmi resumiu o sentimento da família: “Ela passou nove meses sofrendo em hospital e UTI com várias comorbidades. O Brasil perde uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o Brasil já viu”.

A cerimônia de cremação será realizada em evento reservado à família.