Velório de José Wilker será realizado no Teatro Ipanema, Rio de Janeiro

Por - 05/04/14 às 20:23

Rede Globo/Estevam Avellar

O velório de José Wilker acontecerá no Teatro Ipanema, Rua Prudente de Morais, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O ator e diretor morreu na madrugada deste sábado (5), vítima de um infarto fulminante. Ele estava no apartamento de sua namorada, a jornalista Claudia Montenegro, em Ipanema.

Embora o corpo ainda não tenha sido liberado pelo Institudo Médico Legal de Niterói, a cerimônia está programada para começar por volta das 23h30 deste sábado. Ela será aberta ao público e seguirá até as 15h do domingo (6), quando o corpo será levado para o Memorial do Carmo, no bairro do Caju, centro do Rio. A partir das 18 horas será realizada a cerimônia de cremação, reservada apenas para familiares e amigos do ator e diretor.

José Wilker deixa três filhas, Mariana, fruto de seu casamento com a atriz Renée de Vielmond, e Isabel, de seu relacionamento com Mônica Torres.

TUDO SOBRE A MORTE DE JOSÉ WILKER

Trajetória

Nascido em 20 de agosto, em Juazeiro do Norte, no Ceará, ainda criança se mudou para Recife. Sua primeira experiência profissional foi, aos 13 anos, como figurante no teleteatro da TV Rádio Clube, do Recife. A vida como ator profissional começou no Movimento Popular de Cultura (MPC) do Partido Comunista. Estudou teatro, dirigiu vários espetáculos pelo sertão e realizou documentários sobre cultura popular. Em 1964, o trabalho foi interrompido pelos militares. De todo o acervo, que foi queimado, só sobrou o filme do cineasta Eduardo Coutinho, Cabra Marcado Para Morrer.

Em 1967, foi morar no Rio de Janeiro para estudar Sociologia. Mas largou o curso e decidiu se dedicar ao teatro, onde ganhou vários prêmios, como o Molière de Melhor Ator, em 1970. Foi quando o escritor Dias Gomes o convidou para o elenco da novela ‘Bandeira 2’ (1971), seu primeiro papel na TV.

Participou de quase 30 novelas na Globo. O primeiro protagonista veio em 1975, na primeira versão de ‘Gabriela’, como Mundinho Falcão. No remake, em 2012, foi convidado para integrar o elenco como o Coronel Jesuíno Mendonça, e ficou marcado pelo bordão vou lhe usar, que se tornou febre nas redes sociais.

Wilker tem no currículo uma série de personagens carismáticos, até hoje lembrados pelo público e que entraram para a história da dramaturgia brasileira, como o jovem Rodrigo da primeira versão de Anjo Mau (1976). Em 1985, viveu Roque Santeiro, personagem central da trama homônima de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, ao lado de Lima Duarte, como Sinhozinho Malta, e Regina Duarte, a Viúva Porcina. A novela marcou época na TV brasileira. O divertido Giovanni Improtta, de ‘Senhora do Destino’ (2004), lançou diversos bordões como felomenal e chegou ao cinema em filme que marcou sua estreia como diretor cinematográfico. Destaque também para o seu trabalho nas minisséries 'Anos Rebeldes' (1992), 'Agosto' (1993) e 'JK' (2006), quando deu vida ao presidente da República, Juscelino Kubitscheck. Na TV, dirigiu ainda programas e humorísticos, como o 'Sai de Baixo'. Seu último trabalho foi como o médico Herbert, na novela 'Amor à Vida' (2013).

Apesar da televisão ter conquistado o ator, José Wilker era um apaixonado declarado pelo cinema. Participou de filmes importantes como Xica da Silva (1976), Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), Bye Bye, Brasil (1979), O Homem da Capa Preta (1985) e Guerra de Canudos (1997). Artista múltiplo, também escrevia para revistas e jornais, foi diretor-presidente da Riofilme, apresentou programas na TV sobre cinema e comentou a cerimônia do Oscar durante vários anos. 

 

 

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