Vera Gimenez quer por ordem no Sindicato dos Artistas do Rio

Por - 26/06/13 às 16:32

Ag.News

Vera Gimenez bem descontente com a atual situação dos artistas que fazem parte do Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro.  A atriz, mãe da apresentadora Luciana Gimenez e do ator Marco Antonio Gimenez, conta a O Fuxico que está tentando se eleger para compor a nova diretoria para fazer várias mudanças.

E mais: ela garante que ocorreram fraudes nas eleições de 2010/2011 e que mudanças são emergenciais. Vera ainda diz que muitos artistas acabam 'pagando' mensalidade sem ter qualquer benefício.

O Fuxico: Você pretende assumir o Sindicato dos Artistas do Rio?

Vera Gimenez:  Sim, junto com minha chapa quero fazer muito pelo sindicato, que na realidade está inoperante há algum tempo. Fraudaram as eleições em 2010/2011. Daí, ocorreu um pedido deles no Ministério do Trabalho e foi negado. Eles foram convidados a “saírem” do Sindicato.

OF: Eles quem?

VG: Prefiro não citar nomes.

OF: Então, o que acontece?

VG: Há três meses,  esse pessoal, que estavam lá só mamando nas tetas do Sindicato, foi mandado para fora. Eles não podem mais se candidatar. A juíza determinou que deveria haver uma  junta governativa pra chamar para as eleições e teria de ser uma firma idônea. Como são bandidos…

OF: E o que você e sua chapa pretendem fazer?

VG: Queremos mudar tudo, fazer uma coisa que é importante. Pago caríssimo por um plano de saúde particular. Se tiver uma empresa decente, uma empresa séria tomando conta disso, seria melhor para todos. Para ter uma ideia, tem uma empresa de planos e saúde de uma prima psicóloga, onde ela paga R$ 600 pelo mesmo padrão de plano que eu tenho {Vera paga R$ 2.500 pelo plano dela]. Eu gostaria de chamar algumas firmas para ver o que ofereceriam de bom em plano de saúde para o sindicato. Ator, nesse país, ganha uma miséria e a maioria não pode pagar plano de saúde. A não ser que tenha de onde tirar dinheiro.

OF: Como funcionaria?

VG: Atores e técnicos que quisessem poderíam ter plano de saúdeatravés do Sindicato com preço acessível. Outra coisa que pretendemos implantar é a criação de um fundo de assistência para atores e técnicos desempregados há mais de três meses. Seria uma maneira de ver o artista com uma vida digna enquanto não arruma trabalho.

OF: Como se chama sua chapa?

VG: É a Resgate. Composto por pessoas como Tonico Pereira, Mickey Leão, um ator Bárbaro que está fora do ar, e faz um trabalho lindo com crianças especiais. Em 2010 eu votei nessa chapa e logo depois entrei para ela. Estamos tentando nos eleger.

OF: O Sindicato, então, não tem dinheiro para manter todos os artistas?

VG: O quê? Pra você ter uma ideia, tudo que as emissoras vão fazer precisam ter liberação do SATED. As emissoras pagam, shows pagam. Pra ter ideia ainda, o show da Madonna colocou dentro do sindicato R$ 80 mil. Cadê essa grana? O que fizeram pelos atores? Onde foi parar? Sendo assim, ninguém quer pagar o Sindicato porque ele não oferece nada, nem um advogado decente. Na época do Stepan [Nercessian], que hoje cuida só da Casa dos Artistas, e que cuidou bem do Sindicato, me auxiliou prontamente na época que precisei de um advogado quando meu filho atropelou e socorreu uma pessoa, que andava de bicicleta. Hoje, se você quer se aposentar, tem que ter um contador pago para te ajudar, pois nem isso o sindicato tem.

OF: Quando acontece a próxima eleição?

VG: Será agora, em julho.

OF: Você falou sobre o ator Mickey Leão?

VG: O Mickey Leão era do Zorra Total. Desde que começou a correr atrás da nossa chapa, há uns três anos, ele está também desempregado. São três anos correndo e tentando trabalho.

OF: Por quê acha que isso acontece?

VG: Porque o poder embriaga as pessoas. Quem está no Sindicato consegue colocar gente na Globo, na Record… Basta estar no sindicato e mandar. A emissora leva.

OF: Como tem visto as manifestações no Brasil?

VG: A principio, no primeiro movimento, eu não entendia bem a história. Mas, no bar da academia que frequento, conversei com um menino e perguntei em quanto havia encarecido sua passagem por mês. Ele me disse 'R$ 70'. Aí vi que a situação realmente era muito grave.  Surgiu, então, aquela passeata monstro em São Paulo e no Rio de Janeiro. Sou a favor. Mas as manifestações devem ser apartidárias, não pode ser política. Tenho horror ao PT, talvez porque quando estava na faculdade, o PT começou a ter força e eu via muitas coisas ruins acontecendo. Eu tomei pavor. Não gosto do Lula e a Dilma é um boneco. Ela não tinha de ir atrás do Lula, ele que tinha de ir atrás dela. Essas coisas me fazem estar a favor de todas as manifestações. Não fui à nenhuma passeata para não dizerem que eu queria era ganhar fama. Mas dou meu apoio sempre, na internet, nas redes sociais.

OF: O que a nossa Presidente poderia fazer?

VG: Eu não gostei desse negócio de instituição. Dilma devia cortar de 39 para 12 ministérios, isso ia diminuir a grana gasta. Sou contra PEC 37. Dilma devia dizer algo que soasse mais doce no ouvido das pessoas, não inventar instituições. Ela é uma petista chata e pentelha como todas. Não sou a favor de  Impeachment, pois ela foi escolhida através das urnas. Tem que fazer ela colocar a casa em ordem. Mensaleiro tem que estar na cadeia.

OF: Está com algum projeto na área artística?

VG: Nada. Na TV não há nada nem vou procurar, pedir pelo amor de Deus. Teve uma fase que eu queria muito estar em cena na TV. Mas agora não. Estou procurando uma peça, que quero produzir e atuar. Já no cinema, não conheço mais ninguém.

Em Tempo: O mais recente trabalho de Vera Gimenez na TV foi uma participação especial na novela Ti-Ti-Ti (2010), como uma cliente do costureiro Jacques Leclair, interpretado pelo ator Alexandre Borges.

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