Vestida a caráter, Leticia Collin surpreende como Leopoldina

Praça Mauá, região portuária do Rio de Janeiro. Em 05 de novembro de 1817, depois de cinco meses de viagem pelo Oceano Atlântico, Maria Leopoldina chegou ao Brasil. 210 anos depois, Leticia Collin, fazendo as vezes da imperatriz, emocionou jornalistas e historiadores ao encarnar a austríaca num encontro realizado na segunda-feira (13), no Museu de Arte do Rio de Janeiro, localizado exatamente na Praça Mauá, ao apresentar Novo Mundo.

"Bem-vindos a este passeio pela minha história. É um prazer recebê-los", disse ela, com irretocável sotaque. 

Após uma explanação histórica feita pela renomada pesquisadora Nataraj Trinta, Leticia surgiu caracterizada como a monarca. Ela dará vida à importante figura da história na próxima novela das 18h, Novo Mundo.

Descontraída, a atriz fez piada ao se referir ao seu parceiro de cena, Caio Castro. Na trama, ele interpreta Dom Pedro I.

"Estou muito feliz e quero dizer que gosto do Caio Castro, o ator que faz o meu esposo. Gostaria de ter mais cenas com ele. E de gravar menos externas no calor", brincou.

Quando foi convidada para fazer o teste para atuar na novela de Thereza Falcão e Alessandro Marson, Leticia determinou que o papel seria dela. 

"Eu sabia que ela era uma mulher especial pro Brasil. Pesquisando, vi que ela era um gênio! Se reinventou, acho que é a qualidade que mais admiro. Ela era é uma mulher incrível, de uma nobreza, muito maravilhosa. Tocou meu coração contar a história dela. Estou aqui, é uma sorte! Eu determinei que esse personagem seria meu porque é muito bom!"

A atriz não mediu esforços para fazer seu melhor. É sozinha construiu a personagem.

"Peguei no YouTube vídeos de alemães que moram aqui, pra treinar o sotaque. Tive aula de alemão, estou apreendendo piano, atirar, dança da época, tudo! É uma novela de preparação, praticamente uma peça de teatro".

O diretor, Vinicius Coimbra, foi só elogios à atriz.

"Ela veio pronta, o espírito da Leopoldina baixou na menina. Não me deu trabalho nenhum. Não demos nenhuma orientação a ela. Só tenho uma reclamação: pedi pra ela engordar e ela não engorda".

"Só emagreço com essas roupas quentes e pesadas", endossou a protagonista, aos risos.

Com estreia marcada para 22 de março, a novela vai destacar imagens nunca antes mostradas. 

"A Globo construiu uma Nau de 25 x 8 de largura. Trouxemos um profissional de 30 anos de experiência, Andy Armstrong, trabalhou em O Homem-Aranha entre outras produções.  Ele disse que em Hollywood não fazem um barco desse tamanho, nem em Piratas do Caribe. É esse ineditismo que surpreende. Usamos computação gráfica pra inserir a Nau no mar. São todas cenas no seco, em Curicica", brincou. 

Novo Mundo levará ao telespectador detalhes nunca antes amplamente abordados. 

"A gente queria falar de pessoas que não estão nos livros de História. Temos certeza de que é um período histórico extremamente importante para o país.  Essa novela nasce do desejo de falar de cidadãos que pensam no coletivo", destacou a autora.

Entenda quem foi Leopoldina 

Durante o Congresso de Viena, conferência entre embaixadores das grandes potências para redesenhar o mapa político europeu após a derrota de Napoleão, a arquiduquesa Leopoldina, aos 17 anos, só tinha uma preocupação: casar-se e, assim, não correr o risco de terminar seus dias na clausura de um convento. 

Foi durante o congresso que o futuro da arquiduquesa começou a ser desenhado. Cientes de que a união entre Áustria e Portugal seria vantajosa para ambos, representantes dos dois lados começaram a planejar o casamento de seus príncipes. Em meio às negociações, Leopoldina enfim conheceu o noivo por um retrato, que lhe foi entregue numa bandeja de prata. O contrato de casamento entre a filha de Francisco I e o filho de D. João VI foi assinado em 1816.

Os três primeiros anos da união foram marcados por paixão, recitais e passeios a cavalo. Quando a Marquesa de Santos apareceu na vida de Dom Pedro I, no entanto, o conto de fadas chegou ao fim. Não há consenso entre os historiadores sobre a causa da morte de Dona Leopoldina, que faleceu aos 29 anos, em 1826. Mas alguns livros sugerem que ela teria morrido semanas após levar um chute no estômago do marido durante uma discussão — a imperatriz teria se recusado a aparecer em público ao lado da amante de Dom Pedro I.

 

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Uma publicação compartilhada por O Fuxico (@site_ofuxico) em Fev 14, 2017 às 5:37 PST