Victor Fasano se inspira no exemplo que tem dos pais

Por - 06/10/12 às 15:03

Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias

Victor Fasano assegura que o mais animador em um inicío de novela é ouvir as indicações do diretor com seu personagem.

"Esqueço tudo e vivo apenas aquela realidade. Me entrego plenamente quando estou fazendo a cena que estudei", valoriza.

Victor Fasano se inspira no exemplo que tem dos paisHá tempos o ator divide a paixão pela atuação com seu engajamento ambiental. Segundo ele, a carreira de ator o ajuda a ter uma aceitabilidade maior quando trata da defesa dos animais ou das demais causas ecológicas.

"Mesmo sem ter alguma formação nesta área, tenho boa aceitação pela minha imagem. Mas, principalmente, também pelo meu engajamento em relação ao meio ambiente", acredita. 

De volta às novelas após ficar à frente do reality Amazônia, da Record – que tem a segunda temporada prevista para 2013 –, ele vive o bem-sucedido empresário Nestor Brandão em Balacobaco. Mas o personagem já chega com os dias contatos.

"A minha morte e a da Teresa, minha mulher na trama, acontecem para destrinchar o drama vivido pela nossa filha Taís", diz, referindo-se às atrizes Juliana Baroni e Letícia Medina.
 

Na história de Gisele Joras, Victor vive a idealização do amor, com um casamento perfeito. A família de Nestor, Teresa e Thaís é realmente feliz, mas esconde um grande segredo. Ao contrário do que pensa a menina, Nestor não é seu pai biológico. E essa é a grande agonia dos pais, que, segundo o ator, não revelam a verdade por amor.

"O interessante em mostrar esse relacionamento quase sem defeitos é para enfatizar o sofrimento que essa adolescente quando descobrir a verdade após a morte dos pais", conta.

"É lógico que não existe essa perfeição toda, mas quando existe amor e não tem brigas sérias de dinheiro ou traição, os problemas não afetam de forma tão forte. É isso que a nossa família quer mostrar", filosofa.

Acostumado a ter relações de paternidade amorosas nos folhetins, Victor busca inspiração nos 60 anos em que seus pais viveram juntos. Para o ator, eles formavam o típico Casal 20.

"Eles sempre foram apaixonadíssimos. Mesmo já mais velhos, estavam sempre de mãos dadas, se olhando nos olhos e sempre se preocupando com o que o outro queria", recorda com emoção.

Quando ele precisa passar esse amor profundo frente às câmaras, tudo fica mais fácil quando traz de volta as lembranças do casamento dos pais.

"Adoro interpretar personagens paternos. Isso me traz toda a juventude, alegria e magia que só o jovem tem", empolga-se.

Esta é a segunda novela do ator na Record, onde estreou em Ribeirão do Tempo, em 2010. A carreira na tevê começou na Globo há 20 anos, quando protagonizou Barriga de Aluguel, trama de Glória Perez. Na casa, fez 10 novelas, além de seriados e minisséries. Entretanto, lá só teve uma oportunidade de trabalhar com a sua outra grande motivação, foi quando apresentou Globo Ecologia. Agora, 20 anos depois, o ator teve a certeza de que voltaria ao ar com programas ecológicos, mas na Record. O contrato com a emissora previa um programa sobre meio ambiente, além do comprometimento dele em atuar.

"Apresentei vários projetos para a Globo, mas não pude tocar da maneira que eu queria. Fui para a Record porque fui incentivado a falar sobre meio ambiente, que é o assunto que mais amo no mundo", prioriza.

Foi assim que surgiu o projeto Amazônia, que foi ao ar no início deste ano.

Aos 54 anos, o paulista continua com a mesma garra de expandir seus conhecimentos sobre a natureza, uma paixão que vem desde os tempos de menino.

"A televisão tem um poder enorme de educar. Eu não acho que grande parte do tempo está sendo direcionado para essa finalidade", reflete.

Por isso, ele vê a necessidade de propostas que levem conhecimento ao pblico, sem deixar de lado a descontração. Segundo o ator, esta é a linha do reality.

"O bom foi ver a mudanças que os participantes tiveram ao passo que iam conhecendo mais a natureza. Não tinha apelação. As pessoas estavam ali para aprender sobre meio ambiente", defende.

Passo no além
A morte do personagem de Victor Fasano em Balacobaco" será trágica, mas isso o ator tira de letra. Esta é a terceira vez que um personagem de Victor morre em folhetim. A primeira foi na Globo, quando ele deu vida ao Heitor, em Salsa e Merengue, de 1996. Mas, ao contrário de Nestor, não estava previsto que o personagem iria ter um fim dramático.

"Ele tinha uma personalidade tão ruim na trama, que acredito que o pblico queria a morte dele", lembra.

A segunda, por sua vez, foi no SBT, em uma curta participação de seis capítulos em Canavial de Paixões, de 2003.

"Eu sempre me emociono quando faço uma morte. Por mais que seja uma ficção, eu sempre imagino como seria terminar aquela história sem a morte", revela.

Para o ator, a morte de um personagem acaba deslanchando a trama, ou alguma história particular. É o que ele acredita que vá acontecer com a história da sua família na trama assinada por Gisele Joras.

"O problema maior é do autor que tem de escolher bem quem e quando, e não para o ator", brinca.

Instantâneas

# O engajamento pelas questões sobre a fauna e flora fez com que Victor Fasano chegasse a ocupar o cargo de secretário da Secretaria Especial de Proteção e Defesa dos Animais da cidade do Rio de Janeiro.

# Foi aos 18 anos, quando visitou a Região Amazônica pela primeira vez, que o ator adotou nova visão sobre as riquezas naturais do Brasil.

# Victor Fasano mora há quase sete anos em um sítio na Ilha de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, onde mantém diversas espécies ameaçadas de extinção, em um habitat totalmente reflorestado pelo próprio ator.
# Após a estreia em "Barriga de Aluguel", Glória Perez foi a autora com quem o ator trabalhou na maioria de seus papéis na televisão. Ele também fez "De Corpo e Alma", "O Clone", "América" e "Caminho das Índias".

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