Visto com sexo masculino impede Erika Hilton de representar o Brasil em missão oficial nos EUA
Por Redação - 23/01/2021 - 22:00 - Última Atualização: 17 abril 2025

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), uma das primeiras parlamentares trans da Câmara dos Deputados, denunciou nesta semana que teve o gênero registrado como masculino em seu visto de entrada para os Estados Unidos. O documento foi emitido pelo governo americano mesmo após o reconhecimento da missão oficial autorizada pela Presidência da Câmara.
Erika Hilton dá explicação brilhante sobre polêmica
Erika recebeu convite para participar da Brazil Conference at Harvard & MIT 2025, realizada em Cambridge. A viagem, tratada como missão diplomática oficial, seguiria o protocolo habitual em que o Legislativo brasileiro solicita os vistos diretamente à embaixada do país de destino.
Contudo, segundo a equipe da parlamentar, o processo ficou marcado por obstáculos impostos por novas diretrizes da administração do ex-presidente Donald Trump, que reassumiu o cargo recentemente.
A equipe de Erika relatou que, inicialmente, houve orientação para que a deputada solicitasse um visto de turista, ignorando seu status de parlamentar em missão oficial. Após insistência e explicações, o visto acabou concedido — mas com o gênero registrado como masculino. A informação, conforme Erika Hilton ressaltou, não foi fornecida em nenhum momento por ela no preenchimento dos documentos.
“É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha esbarrado em uma parlamentar brasileira indo fazer uma missão oficial em nome da Câmara dos Deputados”, afirmou Erika. Ela ainda ressaltou que se trata de um “problema também diplomático”.
Erika Hilton acusa governo americano de transfobia
O documento oficial teve emssão no dia 3 de abril. Para a equipe da deputada, a alteração resulta diretamente de uma ordem de Trump, assinada logo no início de seu novo mandato. A normativa impõe que os Estados Unidos reconheçam apenas dois sexos — masculino e feminino. “Considerados imutáveis desde o nascimento”, como destacou a Embaixada dos EUA em nota.
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A parlamentar classificou o episódio como uma forma de violência institucional. “É uma situação de violência, de desrespeito, de abuso, inclusive, do poder, porque viola um documento brasileiro. É uma expressão escancarada, perversa, cruel, do que é a transfobia de Estado praticada pelo governo americano.”
Erika Hilton também criticou a omissão diante do caso: “Quando praticada nos Estados Unidos, ainda pede uma resposta das autoridades e do Poder Judiciário americano. Mas quando invade um outro país, pede também uma resposta diplomática, uma resposta do Itamaraty.”
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A deputada decidiu não utilizar o documento emitido com o gênero incorreto. Como consequência, não compareceu ao evento nos Estados Unidos. A decisão da embaixada ocorre em um momento em que a atual gestão americana tem promovido restrições a políticas de identidade de gênero. Isso além do banimento de termos como “gay”, “lésbica”, “transgênero” e “LGBTQ” de seus canais oficiais.
A Embaixada dos EUA reiterou que, por lei, registros de visto são confidenciais e, portanto, não comenta casos específicos.
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