Visto da areia ou da área Vip, show dos Stones impressiona

Por - 19/02/06 às 13:01

Agencia MT / Guto Costa

A repórter da equipe de OFuxico, no Rio de Janeiro, Flávia Almeida, é um dos nomes que ficará marcado no livro de presenças do show histórico dos Rolling Stones, nas areias de Copacabana. No diário de memória da jornalista também vai ficar a experiência de ter estado lá, no dia 18 de fevereiro de 2006.

E o que presenciou nos bastidores desse mega show, ela reproduz um pouco aqui, para os leitores do site que não tiveram a oportunidade de estar lá, e mesmo para os que estiveram, mas nem tudo puderam ver.

Flávia esteve, tanto entre os Vips que desfrutaram das mordomias do gigantesco camarote montado pela Claro/Motorola de cara para o palco, quase setindo o cheiro do suor de Mick Jagger, quanto no meio do povão, fazendo o trajeto de ida e volta do evento. Essa experiência, única e solitária – apesar de estar entre 1,3 milhão de pessoas, segundo estimativa , ela conta a seguir:

"Posso dizer que nunca fui fã de rock, como alguns famosos revelaram, mas confesso: me rendi ao som dos Stones. Taumaturgo Ferreira, ao chegar à Praia de Copacabana, contou uma historinha interessante. Foi um garoto que, ao contrário dos outros, não curtia os Beatles nem os Rolling Stones. Preferia Roberto Carlos, Caetano Veloso e Luiz Melodia. Ele nem estava tão empolgado para assistir ao show – como eu – mas, ao acordar, na manhã do dia 18, abriu um jornal e viu uma enorme foto do grupo. Segundo ele, as lágrimas rolaram e a visão sobre aquele que seria o maior show de todos os tempos, mudou.

Logo na entrada da área Vip, como acontece em todo evento aberto ao público, fãs esperavam a chegada de ídolos. A maioria parava para fotos, mas nada de autógrafos. Quando me deparei com a suntuosidade do palco, a riqueza de detalhes, o som perfeito, os telões com definição incrível e a proximidade sem igual que a área Vip proporcionava do quarteto, também mudei de idéia. Não chorei como Taumaturgo, mas tive que dar a mão à palmatória. Estava participando do maior e melhor show de todos os tempos. Mick Jagger estava ali, ao alcance dos meus olhos. Mesmo se eu não fosse alta como sou, o telão principal daria conta do recado, mas nem ele teve tanta utilidade. Para surpresa geral, parte do palco se movia de encontro à galera. Tive a sensação de que eles chegariam até o final da Praia de Copacabana…

O roqueiro Supla estava assistindo ao quarto show da banda – já havia conferido dois no exterior e um em São Paulo – e se impressionou com a qualidade. Serginho Groissman também viu pela quarta vez, e disse que aquele ali o impressionou pela estrutura e pela multidão. Imagina eu! Mas, eu não era a única encantada. Wanessa Camargo, Bruna di Túlio, Helena Ranaldi, Vanessa Lóes, Luiz Fernando Guimarães, Alessandra Negrini, Cynthia Howlet, entre outros, também assistiram pela primeira vez e ficaram boquiabertos.

Até Cláudia Leite, acostumada a multidões e adepta de outro ritmo, o axé music, se rendeu.
"Não gosto muito, mas o fato deles estarem juntos há tantos anos, me emociona. É raríssimo! Agora eu sei o que os Stones têm que encantam tanto o público. São shows, na essência da palavra", disse Claudinha Leite a OFuxico.

O camarote Vip estava um tanto espaçoso. Vips de verdade e outros nem tanto, mas todos no mesmo pique. Era tanta gente, que nem dava para ouvir o povão não-vip gritando. Mas, eles estavam lá, dava pra confirmar pelo telão. Um mar de gente! Nos prédios, verdadeiros formigueiros nas janelas. Não foi do Leme ao Pontal, mas do Copa ao Meridien, talvez…

Saindo da área Vip, indo de encontro ao público, a coisa mudava um pouco de figura. A temida insegurança, gerada pela violência urbana que assola nosso tão querido e decantado Rio de Janeiro, se fazia presente na muvuca. Por mais policiamento que se colocasse nas ruas, não dava pra controlar a massa humana que se formou no bairro de Copacabana. Em certas áreas, dava pra ouvir quase em uníssono: ‘Minha carteira! Levaram meu celular’!

Agarrei minha bolsa e, como cliente em porta giratória de banco, era levada pela corrente humana. Copacabana estava parada. O trânsito, um caos. Pessoas entravam nos ônibus pelas janelas, passageiros aflitos. Crianças – que não deveriam estar ali –, idosos pedindo respeito e jovens fora de órbita. Tinha de tudo.

O metrô, meio de transporte mais acessível, por vezes fechava as portas para conter a multidão. Caos total! Mas poucos reclamavam. A euforia era tanta por ter assistido à apresentação dos Stones, que valia qualquer sacrifício. Em vez de pedras rolando, como sugere a tradução do nome da banda, a emoção foi quem rolou solta naquela noite. E que venha o próximo mega show"!

Flávia Almeida, repórter de OFuxico
 

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