Vivência com cunhada autista ajuda Fernanda Machado em novela

Há dois anos sem trabalhar na televisão, Fernanda Machado volta ao ar na próxima novela das nove, Amor à Vida – que estreia nesta segunda-feira (20), na Globo. Na trama assinada por Walcyr Carrasco, a atriz dará vida à ambiciosa Leila, uma moça jovem de origem humilde que sonha em ser rica. E, para isso, faz o que for preciso. Ao conhecer e se tornar amiga de Nicole, menina rica de saúde frágil interpretada por Marina Ruy Barbosa, ela vê sua grande chance de se dar bem na vida. E junto com seu namorado Thales, de Ricardo Tozzi, arma um plano para tirar todo o patrimônio da ingênua herdeira.

"Ela quer ter as coisas, mas não tem dinheiro. E a solução que vê para isso é se transformar em uma oportunista e ir atrás desse sonho de ser rica", explica. 

Natural da cidade de Maringá, na Paraná, Fernanda veio para o Rio de Janeiro ainda jovem para seguir a carreira artística. Hoje aos 33 anos, a atriz já participou de mais de 10 produções na tevê, como Começar de Novo, em 2004 – sua estreia à frente das câmaras – Paraíso Tropical, em 2007, e Insensato Coração, em 2011, entre outras. Além da televisão, ela também se dedica ao teatro, onde teve seu primeiro contato com as Artes Cênicas, e ao cinema, área em que investe desde seu destaque em Tropa de Elite, dirigido por José Padilha em 2007.

"Eu cresci no teatro, mas aprendi que ser atriz é fazer tevê e cinema também. Esses anos em que fiquei fora da televisão, inclusive, participei de muitos longas", ressalta.

O Fuxico: Em sua carreira na tevê, você já interpretou algumas personagens de caráter duvidoso, como a Dalila, em Alma Gêmea, e a Laís, de Caras & Bocas. Mas sua personagem atual é a ainda mais inescrupulosa. Como foi a preparação para vivê-la?

Fernanda Machado: Eu e o Ricardo Tozzi ensaiamos muito com a ajuda do preparador de elenco Sergio Penna. Ele nos ajudou a construir uma relação de proximidade antes de começarmos a gravar. Eles são um casal que tem muita intimidade, então precisávamos dessa aproximação. E eu também a construí como se ela visse o mundo através da vida alheia, de pessoas ricas e famosas, por exemplo. Então, a partir daí, comecei a me aventurar no universo das redes sociais para saber como é essa relação das meninas com os itens materiais. Além disso, a Leila tem uma irmã autista e faz dois anos que eu convivo com a minha cunhada que sofre do mesmo transtorno.

OF: Você levou essa vivência para sua personagem?

FM: Eu já convivia diariamente com a Julia (irmã autista do namorado de Fernanda) muito antes de saber dessa personagem em Amor à Vida. Com certeza isso me ajuda a entender um pouco mais sobre esse transtorno. Como a minha personagem não vai entender as limitações da irmã, essa minha experiência eu passo muito para a Bruna (Linzmeyer), tento explicar como é uma pessoa que tem essa condição para ela aperfeiçoar sua personagem.

OF: Esse é o seu terceiro trabalho ao lado Walcyr Carrasco. Como encara a parceria?

FM: Foi ele quem me convidou para esse papel em Amor à Vida e nós já temos uma parceria há muitos anos. Trabalho com ele desde Alma Gêmea e nós só não fizemos mais novelas juntos porque muitas das vezes que ele me reservava para integrar o elenco de algum folhetim, algum outro autor acabava me escalando. Isso aconteceu com Sete Pecados e Morde e Assopra. Nos dois casos o Gilberto Braga me "roubou" no primeiro para fazer Paraíso Tropical e depois para Insensato Coração. Dessa vez, eu estava livre e nós conseguimos voltar a trabalhar juntos.

OF: Você disse que ficou esses dois anos fora da tevê se dedicando apenas ao cinema. Que tipo de retorno teve com essa experiência? 

FM: Esses dois anos trabalhando apenas com cinema foram muito importantes para a minha carreira. Aos poucos, conquistei um pequeno espaço no mercado internacional, até mantenho uma agente lá nos Estados Unidos. Participei, por exemplo, de uma produção americana chamada The Brazilian. E também protagonizei um longa brasileiro, o Confia Em Mim, ao lado de Mateus Solano, que será exibido no Festival de Cannes este ano. Então, todos esses personagens acabam me agregando mais experiência como atriz. Trago isso comigo para meus novos papéis.

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