Walkiria Ribeiro: ‘Ator, no Brasil, nunca terá carreira consolidada’

Por - 01/03/18 às 12:41

Divulgação/Globo/João Miguel Júnior

Na pele da doce, leal e extremamente maternal Balbina, Walkiria Ribeiro vem mostrando todo o seu talento na novela Tempo de Amar, que está no ar no horário das 18h, na Rede Globo. Em meio às gravações, ela encontrou um tempinho e conversou com o OFuxico sobre o atual momento na carreira, sua personagem e muitas outras coisas.

Logo de cara, Walkiria contou sobre a preparação para o papel e descreve o trabalho como “saboroso”. “Balbina é uma mulher singela, simples e que trabalha muito para deixar tudo naquela casa funcionando, mulheres como poucas hoje, uma homenagem às nossas avós e bisavós da minha geração. A preparação de uma personagem com um texto tão bem escrito, como os do Alcides e sua equipe, é um trabalho saboroso. Para Balbina o menos é muito, ela é feliz com pouco, com a felicidade e paz de todos na casa”.

Ao falar sobre a dificuldade que o “ator negro” enfrenta em algumas situações, Walkiria foi bem categórica. “O ator no Brasil nunca terá uma carreira consolidada, somos o oficio da inquietação, cada trabalho é um novo desafio e uma nova provação para aqueles envolvidos ali, o feito de um bom trabalho não é garantia de trabalho sempre. O negro nas artes ainda precisa de um nicho, de um estado social para atuar a sua arte. Tudo terá gosto e certeza de mudanças quando não houver mais a frase ‘atriz negra’, para o papel A ou B”.

Mostrando que o artista tem que ter talento para interpretar, Walkiria fez praticamente três trabalhos ao mesmo tempo. Além Tempo de Amar, ela trabalhou em Toc’s de Dalila e na série Marias, da Sony, e contou um pouco sobre essa experiência inédita em sua vida.

“Nunca aconteceu ao mesmo tempo. Foi a primeira vez que tive personagens tão diferentes em produções praticamente em paralelo. Imagine uma Copa do Mundo em 30 dias e você escalado para ser o técnico, o goleiro e o atacante, tendo que atuar com personalidades tão diferentes. O esquema tático foi foco, disciplina, persistência e muita fé”, revelou.

E, se você pensa que Walkiria para por aí, não tem nada disso. A atriz mostrou que ainda tem talento para o humor, já que teve uma passagem, inclusive, pela Praça é Nossa.

“Na Praça é Nossa, foi muito mais que uma passagem, lá foi minha escola de dramaturgia e tive monstros como professores, José Miziara, Jorge Loredo, Ronald Golias, Moacyr Franco, Zilda Cardoso, Jorge Lafond e tantos outros. A cada semana tínhamos uma oportunidade diferente, o Golias me deu fala no primeiro dia, foram muitos quadros, gravação ao vivo e com uma plateia sempre exigente. Carlos Alberto era muito generoso e um grande profissional, me deu a oportunidade de voltar a abrir a janela da saudosa Maria Tereza Fróes (Vamércia). Junto a este convite veio o da novela Escrava Isaura, pelo Herval Hossano, e eu não sabia o que fazer, pois ambos eram incríveis oportunidades e ele disse: ‘Vai lá menina e arrasa, esta oportunidade é única’. E eu fui”, afirmou.

Apesar de ainda estra com tudo em Tempo de Amar, Walkiria já está olhando lá na frente para seus futuros projetos. “Tenho feito aulas de canto, quero muito tirar um projeto da gaveta para teatro infantil, pretendo fazer um musical e continuar galgando maiores degraus na dramaturgia”, finalizou.

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