Yan Acioli: o midas do estilo

Nascido em Brasilia, há 30 anos, é ele quem assina os looks usados por Sabrina Sato, Luciano Huck, Carolina Ferraz, Carol Célico, vesti modelos como Isabeli Fontana, Michelle Alves, já teve como clientes Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Preta Gil e Kaká e muitas outras celebridades. Seja homem, mulher, famosão ou nem tanto, para o stylist a empatia entre ele e o cliente é que vai ditar o resultado final.

Um detalhe: seu toque de midas não é apenas para momentos de festa! Até mesmo para uma simples ida de Sabrina Sato ao shopping, por exemplo, é ele quem pensa a roupa que a japa vai usar…

A reportagem de OFuxico conversou com Yan Acioli, que registra para vocês alguns truques de seu ofício. Confira!

OFuxico: Estilo é algo possível a qualquer pessoa? Você transforma a mulher mais improvável numa referência de moda?

Yan Acioly: Estilo todo mundo tem, independente de qual seja. Largado, despojado, perua, pessoa antenada, alguém que goste de consumir moda. O que acho é que essa transformação acontece quando você quer que ela aconteça e principalmente quando existe uma sintonia entre o profissional e a pessoa que contratou o serviço. Mas essa meta, essa vontade de virar uma referencia de moda, não é muito importante e pode até atrapalhar, o mais importante é você ter verdade no que está vestindo ser fiel a suas vontades que ai você segura qualquer roupa de uma forma mais bacana , você fica confortável num sapato de 20 cm ou você vai saber usar um vestido tomara que caia confortavelmente, sem ficar se arrumando. Se você tiver um profissional ao seu lado e vocês dois compartilharem da mesma ideia, se houver essa troca – porque é uma troca – o profissional tem que entender da pessoa que ele está vestindo e a pessoa tem que acreditar no profissional – se isso acontecer é meio caminho andado pra pessoa ter sucesso e, aí sim, virar uma referência de moda.

OF: Quais são os itens básicos no closet da mulher atual?

YA: Os itens básicos são itens de qualquer mulher desde muito tempo. Aposto num belo par de calças jeans, aquele jeans que deixa você se sentir muito poderosa, um tubinho preto que pode usar com um blaser de ombreira pontuda, acho chiquérrimo, um scarpin de bico fio e salto fino, um óculos aviador daquele bem tradicional mesmo, dourado com a lente verde escuro, uma bela bolsa, a bolsa diz muito sobre a mulher. Se você apostar uma bolsa mais cara, vale a pena pensar numa que você possa usar por muito tempo e principalmente em bolsas versáteis, dessas que você possa esconder a alcinha e usar num jantar à noite.  Falando numa mulher atual, de tendência, apostaria num casacão, numa jaqueta dessas bem oversized mesmo, bem masculinas e num tênis, tenho gostado muito de mulher com tênis.

OF: É possível montar um look incrível gastando pouco?

YA: Isso é a coisa mais certa do mundo. Bom gosto e preço não andam juntos É claro que quando você tem as duas coisas, tem mais liberdade de entrar numa loja sem se preocupar com o preço de nada, mas nada garante que você vá sair de lá bem vestido. E ao mesmo tempo você pode entrar numa loja de departamentos ou numa fast fashion e sair de lá muito bem vestida

OF: Você já recusou clientes? O que é preciso ter para ser alvo do seu bom gosto?

YA: Já recusei, já iniciei trabalho e depois de três meses vi que não estava indo pelo caminho certo, não estava seguindo o do meu coração, principalmente. Não é preciso ter nada para ser alvo do meu bom gosto. O mais importante nem é essa a palavra, não acho que eu tenha o gosto melhor do que o de alguém, mas acho que tem pessoas que se identificam com a minha forma de ver e interpretar a moda, mas acima de tudo eu interpreto muito mais a pessoa que estou vestindo, preciso de sensibilidade para saber como a pessoa que eu estou trabalhando acordou cada dia, independente de ser artista, modelo atriz ou cantora, são pessoas e tem vontades. Vocên tem que traduzir isso na forma que você se veste, a forma que você se apresenta para o público. Quando vejo que essa relação não é recíproca, não vai rolar, é como um namoro mesmo, eu prefiro sair logo no começo.

OF: Como começou sua relação com a moda?

YA: Eu sempre gostei de moda, venho de uma família basicamente de mulheres. Tenho uma tia-avó, a tia Léa, irmã da minha avó, que vendia roupa, vinha de Goiânia para Brasília com as últimas novidades da moda feminina e eu ficava ajudando ela a botar preço nas coisas. Mas a minha mãe sempre se vestiu muito bem, sempre gostou muito de moda e eu acompanhava isso dentro de casa. No último semestre da faculdade de Comunicação Social, eu tinha que apresentar uma peça publicitária e fiz um vídeo com o tema de moda. Decidi que ia trabalhar com isso. Mesmo sem ser estilista, fui atrás de um curso de produção de moda pra poder ver o que saia dali. Foi aí que me encontrei, me mudei pra são Paulo formado em Publicidade em 2005, fiz u curso de produção de moda de abril a julho e no mês de maio conheci a Sabrina Sato. Comecei como assistente do stylist dela, que na época era o Rafael Mendonça ele se mudou pra Nova Iorque em agosto e desde agosto de 2005 eu e Sabrina Sato estamos juntos. Ela é a minha maior vitrine, é a minha maior escola, a minha maior liberdade pra me expressar. Ela é a pessoa que mais acredita e confia no meu trabalho