Zeca Pagodinho dispensa cerveja e bebe água em coletiva de imprensa
Por Redação - 17/04/13 às 08:30
Virou marca praticamente registrada e não tem jeito: Zeca Pagodinho e cerveja são quase sinônimos. Estilo “corda e caçamba”. Mas o sambista surpreendeu os jornalistas presentes À coletiva de imprensa, realizada na terça-feira (16), no Rio de Janeiro, quando ele falou sobre ao lançamento de seu CD e DVD comemorativo de 30 anos de carreira, batizado de Vida Que Segue.
Antigamente, levava as crianças para a escola e já tomava umazinha às 9h da manhã. Hoje não dá mais, tenho muita coisa para fazer. Se amarrar meu umbigo num balcão, não saio mais”, disse ele, com uma garrafa de água em mãos, para espanto geral.
“Você já me viu bebendo água? Se eu estiver bem, bebo todos os dias. Mas estou com um problema na garganta. Já tomei até injeção”, justificou.
No novo trabalho, Zeca reuniu sambas que influenciaram sua trajetória, como Foi um Rio Que Passou Em Minha Vida, de Paulinho da Viola, Trem das Onze, de Adoniran Barbosa, e Eu Agora Sou Feliz, de Jamelão. Contudo, o disco traz também a música que dá título ao trabalho, Vida Que Segue, de Serginho Meriti. Na faixa, Zeca divide os vocais com as crianças do Instituto Zeca Pagodinho, criado em 1999 com o objetivo de levar música e cultura para a comunidade de Xerém.
Ao fazer um balanço de sua carreira, Zeca disse ter sido surpreendido com os rumos tomados.
“Eu só queria que minha arte fosse reconhecida. Não queria sair das esquinas do Irajá (bairro do subúrbio do Rio, onde nasceu e foi criado), onde eu estava. Foi a madrinha (Beth Carvalho) que me causou esse problema todo. No lançamento de um disco dela, no Asa Branca, na Lapa, que era a casa de shows dos bacanas, ela começou a tocar Camarão Que Dorme a Onda Leva, que estava fazendo sucesso. Aí, ela mandou me chamar e me empurraram no palco. Pensei: ‘Agora f*’.”, contou, relembrando também a parte ruim da história.
“Fui parar no xadrez da 5ª DP (Centro). Briguei com minha namorada e os policiais se meteram. Aí, eu briguei com eles e vieram mais policiais. Eles queriam aparecer, detonou.
Desde que deixou a bucólica Xerém, na Baixada Fluminense, pelo conforto da Barra da Tijuca, o bairro da moda, localizado na Zona Oeste do Rio apesar de ainda manter sua moradia na Baixada, onde sempre visita – Zeca disse que já se adaptou à mudança.
“O simples é mais fácil de lidar. Por aqui, eu ando na rua, peço carona. Pergunto: ‘aonde você vai? Tenho uma missão ali, me leva’”, contou.
Recentemente, numa enchente que assolou Xerém, Zeca foi alçado à super-herói, por ter salvado e abrigado muitas pessoas em seu sítio, no município. Mas ele não gostou da “promoção”.
“Não gosto disso. Eu não fui, eu sou daquele jeito, faço aquilo há anos. Não é só por ser Xerém, faria por qualquer um, desabafou.
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