Zeca Pagodinho sobre sua carreira: “Tinha vergonha, não me achava capaz”

Por - 21/04/13 às 16:53

Divulgação TV Globo/João Miguel Júnior

Zeca Pagodinho completou 30 anos de carreira e lembrou de vários momentos em uma entrevista dada ao jornal Extra, além de suas preparações para show e a simplicidade que gosta de viver sua vida.

Ele ainda confessou que não achava que seria capaz de fazer sucesso e que tinha vergonha de ser cantor.

“Não imaginava nada para minha vida. Tinha vergonha, não me achava capaz. Ainda não me acho. Gravo pensando: ‘Isso não vai dar certo’. E acaba dando. A vida é que foi me levando. Só queria mesmo ouvir a minha música nas rádios na voz dos outros. Para pisar no palco não sofro mais. Só não pode ser estreia, lançamento. Estreia é injeção, é sempre um inferno. Fico rouco, com febre, doente, achando que não vou conseguir cantar”, ele revelou.

Zeca Pagodinho ainda fala que não sabe muito de sua programação, nem para onde vai fazer shows com antecedência, além de como se prepara antes de cada apresentação.

“Eu gosto é de andar na rua, tomar minha cerveja, ver meus amigos. Só me falam: ‘amanhã você tem que ir pro aeroporto’. Quando chego lá, descubro para onde vou. Agora antes do show evito beber, procuro ficar calado para entrar com gás e não gosto de saber de notícia de ninguém. Acham que é frescura, mas tem gente que entra no camarim e fala: ‘Fulano morreu, deram tiro lá na portaria’. Deixa, que depois eu vou saber”, contou.

O cantor ainda confessou que não deixa a fama subir à cabeça e prefere a simplicidade.

“Eu tenho orgulho do que faço, mas não boto banca… Prefiro ser assim, de vez em quando isto um Armani. Mas gosto mesmo de camiseta, bermuda e chinelo. Ando de ônibus, van. Temos motorista, mas se vejo um amigo saindo de carro, pergunto para onde está indo. Todo mundo dá carona. Às vezes, paro no botequim, bebo, bebo, bebo e até que chega um amigo de carro e me leva para casa”.

Zeca Pagodinho também falou sobre o que o estressa no Brasil atualmente.

“Muita coisa me estressa: calúnia, ingratidão, ver criança jogando bolinha no sinal, essa garotada se matando por causa de briga de torcida. Também me irrita ver meu país afundando em desgraças, uma roubalheira danada. Não rola uma passeata bacana pela saúde, educação, pelo desemprego. As pessoas só se revoltam com coisas banais, sem necessidade”.

No final da entrevista, Zeca ainda lembrou de um show que tinha tudo para ser o pior de sua vida, mas acabou com uma grata surpresa.

Teve um pior momento que virou o melhor. Fiquei rouco num show no Credicard Hall, em São Paulo. O lugar parecia um castelo, lotado, e fiquei apavorado quando vi aquilo. Mas a plateia cantou o tempo todo comigo, fez o show para mim. Eu só ficava olhando, emocionado, triste, sem saber o que fazer naquela situação inusitada. Sou bem recebido em qualquer lugar aonde vou, não só no palco. Esse é meu grande troféu nesta vida”.

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