Mascarado, de ‘A Viagem’, revela que atuava ‘incorporado’
Por Raphael Araujo - 12/08/2025 - 09:40

Sempre que “A Viagem” retorna à programação, o personagem Adonay, o Mascarado, volta a despertar curiosidade. Interpretado por Breno Moroni, o enigmático personagem da novela de Ivani Ribeiro marcou gerações e segue chamando atenção na sétima exibição da trama no “Vale a Pena Ver de Novo”, da Globo.
Fora da TV desde 2005, Breno participou de novelas como “Uga Uga”, “O Clone” e “Chocolate com Pimenta”. Em entrevista ao Jornal Midiamax, o ator relembrou sua passagem pela obra, sem economizar elogios.
Confira o resumo dos capítulos de ‘A Viagem’
“Foi um momento mágico, as gravações eram diferentes das outras novelas que participei. Tinha um astral kardecista no elenco, nos técnicos, no ambiente, que as outras novelas não têm”, ressaltou, primeiramente.
E prosseguiu: “A diferença é essa: foi um projeto de arte. […] Todos me tratavam muito bem, tive bons relacionamentos, não tive atrito com ninguém. Ninguém era ranzinza ou causava climão. E o tema da novela também trazia essa questão da calma, da compreensão, da solidariedade. Foi mágico”.
Breno contou que, mesmo após 31 anos da estreia original, é reconhecido pelo papel. “Sou procurado quase todos os dias na internet. As pessoas me acham, perguntam ‘É você mesmo?’, e eu tenho que comprovar que sou eu”, relatou.
Apesar disso, ele admitiu que nunca assistiu à novela por completo. “A novela inteira não, apenas pedaços. Na época, saíamos do Projac no horário que passava. Na hora, eu estava no ônibus indo para casa. E também tem uma coisa do ator: não gosto de me ver na tela”.
Breno trouxe elementos marcantes do Mascarado
O ator revelou ainda que muitas cenas parecem inéditas para ele. “Quando me mandam imagens, pedaços da novela, eu não lembro quando gravei aquilo. Acho que aconteceu comigo pelo menos e com alguns outros atores, a questão do ‘encosto’, como se diz no espiritismo.
A personagem ficava em volta e tomava conta, os atores viraram meio médiuns. Então, eu realmente não me lembro. Me pergunto: ‘Ué eu fiz essa cena?’. E aí está lá, a cena, meu nome, tudo”.
“Essa questão de eu não conseguir lembrar o que eu fiz, acho que essa é a parte espiritualista, porque é como se alguém estivesse fazendo por mim. Tinha uma coisa de incorporação, assim como os médiuns entram em transe e, quando saem desse estado, não lembram de nada”, explicou.
Originalmente, Adonay teria falas, mas Breno sugeriu que o personagem se comunicasse por mímicas, ideia aprovada pela direção. “Eu introduzi técnicas que não se usam em televisão. Muitas coisas acrobáticas, malabarísticas, podia dançar… Acho que acrescentei muito como ator”, contou.
Criação e final diferenciados
Aliás, ele tem uma lenda da criação do mascarado: “Cheguei pra fazer um personagem pequeno, de um camarada que andava em um shopping com uma placa fazendo propaganda de guaraná. Me deram a máscara e um texto gigante”, contou.
Eu decorei, mas na gravação saiu tudo abafado por causa da máscara. Então eu disse ‘vou fazer mímica’. Algumas pessoas dizem que já estavam pensando nisso antes, porém, ninguém nunca me falou nada”.
O convite para interpretar Adonay veio às pressas: “Dois atores antes de mim não aceitaram o papel porque acharam pequeno demais e porque era de máscara, ninguém iria reconhecer. Mas foi muito bom. A produção estava com pressa, eu fui chamado numa sexta para gravar segunda. A atriz Mara Manzan era minha amiga e me indicou para o Wolf Maya, que era diretor da novela”.
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Breno também sugeriu um final alternativo ao Mascarado: “O personagem começou indefinido e foi indo assim até o fim. Minha sugestão era que usássemos um chroma key no meu rosto. Achei que deveríamos pintar meu rosto de azul ou verde e, quando eu tirasse a máscara, aparecesse um céu, nuvens”, relembrou.,
“E aí, por meio de um efeito ótico, a roupa desmancharia. Quem era esse mascarado? Um espírito. Seria um final melhor, porque as pessoas não gostam do desfecho do personagem, sempre reclamam, dizem que ele deveria ter casado. Essa era apenas uma das sugestões, a minha preferida, de que o Adonay seria um espírito”.
Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.

























