Ausência de negros na chamada de elenco gera desconforto em ‘Além da Ilusão’
Por Flavia Cirino - 25/01/22 às 12:50 - Última Atualização: 4 fevereiro 2022
No trailer que já está sendo exibido na Globo, de ‘Além da Ilusão”, Gaby Amarantos é a única integrante do elenco que não é branca e aparece em cena. Isso gerou um cero desconforto, uma vez que o elenco da trama de Alessandra Poggi é bastante diverso e o diretor, Luiz Henrique Rios, sempre teve muita preocupação com a diversidade em seus trabalhos.
Durante a entrevista coletiva realizada on-line na manhã desta terça-feira, 25 de janeiro, autora e diretor justificaram a ausência de artistas pretos na chamada “de elenco branco”.
“A gente é muito focado na questão étnico-racial no Brasil, o tempo todo. Essa é a primeira chamada de elenco, a gente fez uma estratégia em torno de três chamadas. Parte dessas coisas eu interfiro, outras não. Essa é uma novela de diversidade, sim”, enfatizou Luiz Henrique Rios.
Ele continuou: “Não nos preocupamos em ter só atores negros, mas em construir personagens como um médico, um delegado, uma cantora, núcleos. A gente tem uma história em dois universos: a primeira fase é plural, com uma história bem mais fechada e na segunda, temos famílias inter-raciais, personagens em todos os extratos. A gente vem de um lugar difícil nessa representação porque os lugares eram muito pré-determinados na história do Brasil”.
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CHAMADAS COM RECORTE PARA VENDAS
O diretor de “Além da Ilusão” afirmou que as três chamadas que serão exibidas têm o único propósito de vendas, de “chamar” para a história que será contada.
“A gente trabalha a diversidade de maneira muito importante. Acho que a chamada é um recorte de vendas, assim como as outras também terão esse recorte. Ela não é representativa daquilo que está no elenco. A gente tem pouco mais de um terço do elenco negro. A gente gostaria de ter mais. A gente toma cuidado de construir personagem que possam fazer parte do que a gente deseja, sob as perspectivas que a gente quer. De verdade, o que a gente quer é ter um país muito melhor e que a representatividade. Que a capacidade de sonhar seja mais diversa”.
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O ONTEM É HOJE!
Alessandra Poggi ressaltou que embora sua trama seja ambientada nos anos 30 e 40, ela é feita. Executada, no ano 2022, ou seja, não tem como deixar de se preocupar com questões que, na época, eram praticamente deixadas de lado.
“A novela é de época, mas é feita hoje. Temos a preocupação de contemplar as agendas atuais, e passa pela negritude. No meu time, tenho duas pessoas que estão me ajudando muito nisso, que é o pesquisador Ney Lopes e filósofo Renato Nogueira. Eles leem os capítulos, me dão sugestões e fazem adequações importantes para que eu possa conduzir esses personagens e as histórias desses personagens da melhor maneira possível. Esteamos tendo todo esse cuidado”, afirmou a autora.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino