De clonagem ao tráfico: As polêmicas de Gloria Perez na Globo

Gloria Perez é uma das autoras mais bem-sucedidas da televisão brasileira. Suas novelas conquistaram o público, marcaram uma característica e criaram expectativas sempre que novos títulos chegavam na faixa das nove da Globo. Não será diferente com “Travessia“, próximo

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Com certeza, é fácil associar os folhetins da escritora com a cultura de outros países. O povo brasileiro já conheceu culturas das mais diversas através de suas novelas. Ela contou histórias no Marrocos, Estados Unidos, Turquia, Índia, entre outros.

No entanto, é preciso destacar que vários temas polêmicos e muito atuais chegavam com suas viagens ao redor do mundo. Dos bastidores da justiça brasileira (De corpo e alma) à clonagem humana (O Clone), Gloria trouxe dezenas de tópicos à tona. Alguns deles até amargos para o público. Vamos passear por alguns deles.

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AMÉRICA: O TRÁFICO DE DROGAS E A IMIGRAÇÃO ILEGAL

A história de Sol (Deborah Secco) e o sonho de entrar nos Estados Unidos movimentou o Brasil em “América“. A jovem queria entrar no país de qualquer jeito e construir uma vida por lá. Para isso enfrentou os mais diversos perigos. Entre eles, entrar ilegalmente no país, engolindo cápsulas de cocaína.

Outro assunto importante foi a cleptomania. Muita gente sequer conhecia o transtorno mental e coube a Christiane Torloni dar vida à personagem com compulsão por roubar itens dos mais diversos lugares. A situação, é claro, criou situações para lá de constrangedoras para ela.

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O CLONE: CLONAGEM E A ÉTICA NA CIÊNCIA

Imagina descobrir que você tem um clone seu, vinte anos mais novo? É o que acontece com Lucas (Murilo Benício) em “O Clone“. A trama girou em torno da expectativa de ver os dois irmãos se encontrarem, descobrirem que são clones um do outro e como Jade (Giovanna Antonelli) iria lidar com o triângulo amoroso entre ela e os dois clones.

Na trama, o Brasil se chocou com algumas tradições da cultura marroquina, como o direito à poligamia do homem e a subordinação das mulheres no relacionamento.

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SALVE JORGE: O TRÁFICO DE PESSOAS        

“Salve Jorge” se passa entre a Turquia e o Rio de Janeiro. Morena (Nanda Costa) é enganada por Livia (Claudia Raia) e embarca para a Turquia com o sonho de ser modelo, mudar a vida de sua família e conquistar uma carreira de sucesso.

Por lá, são forçadas a se prostituir em uma boate e a carreira de modelo se torna um verdadeiro terror para a jovem e outras garotas que caíram no mesmo golpe. As tentativas de fuga prenderam o público em frente à televisão.

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A FORÇA DO QUERER: TRANSEXUALIDADE E TRÁFICO DE DROGAS

Bibi (Juliana Paes) ganhou o apelido de Bibi Perigosa ao longo da trama. Ela e Rubinho (Emílio Dantas) se envolvem no tráfico de drogas e a esposa se torna a mulher apaixonada que faz de tudo para salvar o amado. O título “A Força do Querer” já aparece aí.

Paralelamente, a transexualidade de Ivan (Carol Duarte) é retratada com todos os conflitos e dificuldades que um homem trans enfrenta no Brasil até conseguir ser finalmente aceita pela família. Joyce (Maria Fernanda Cândido) criou a filha para seguir o padrão de uma clássica princesa e não aceita o comportamento da jovem.

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CAMINHO DAS ÍNDIAS: OS LIMITES DA RELIGIÃO

Mais uma vez Gloria Perez trouxe ao Brasil uma cultura pouco conhecida no país: a indiana. A tradição religiosa no país coloca jovens em casamentos acordados entre famílias, com pouca opção de escolha ou nenhuma chance de acordo entre os noivos. Com Maya (Juliana Paes) e Bahuan (Rodrigo Lombardi) não poderia ser diferente na história de “Caminho das Índias“. Contudo, ambos estão apaixonados por outras pessoas e, no caso da noiva, por um “dalit”, os impuros de acordo com uma religião do país. Até onde a religião interfere na capacidade das pessoas crescerem na vida?

Outro tema bastante polêmico é a esquizofrenia de Tarso (Bruno Gagliasso). O personagem caiu nas graças do público com uma interpretação louvável do ator. O tema chegou às discussões mais amplas da ciência brasileira e a grande população.

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EXPLODE CORAÇÃO – NAMORO VIRTUAL (EM 1996)

No século passado já era possível começar a namorar virtualmente. Gloria Perez mostrou isso para todo o país. A trama começa na Espanha e, mais uma vez trata os acordos entre famílias para casarem seus filhos. Agora, na tradição cigana. Dara (Tereza Seiblitz) vivia um romance virtual com Igor (Ricardo Macchi).

Além do namoro virtual, o machismo intrínseco em algumas tradições e a expectativa da população com a chegada da internet para as grandes massas também mexeram com os ânimos do país. Mas, Gloria não passou ilesa dessa vez e a trama recebeu críticas das populações ciganas do Brasil.

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DE CORPO E ALMA – O CÓDIGO PENAL BRASILEIRO

Talvez essa seja uma das tramas mais difíceis da carreira de Gloria. Durante as gravações, a filha da autora, Daniela Perez, foi assassinada por Guilherme de Pádua e a esposa, Paula Nogueira Peixoto.

Depois que voltou aos trabalhos, já com os personagens da filha e do assassino fora da trama, ela caminhou o assunto para as falhas do Código Penal Brasileiro e a demora para a elucidação de qualquer caso.

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