Morador do Retiro dos Artistas, Jaime Leibovitch volta às novelas
Por Flavia Cirino - 07/09/2025 - 14:44

Jaime Leibovitch retorna às novelas com uma participação especial em “Êta mundo bom”. O ator de 77 anos interpretará o Barão Deschamps, um aristocrata francês que se casará com a vilã Sandra, vivida por Flávia Alessandra.
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Animado com a novidade, ele destacou a alegria em dar vida a um personagem de sotaque carregado. “Foi delicioso fazer um barão francês e falar em francês”, contou.
Na trama, o veterano contracenará com Joana Solnado, intérprete de Inês. O encontro trouxe boas lembranças, já que ele descobriu a ligação da atriz com Raul Solnado, comediante que marcou sua infância. Além disso, Jaime aproveitou para reencontrar Eriberto Leão, com quem já havia dividido o palco, e ressaltou a parceria com Flávia Alessandra, a quem elogiou pela entrega e talento.
Entre Shakespeare e a televisão
O artista também está em cartaz com a peça “Hamlet”, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, sob direção de Bruce Gomlevsky. O espetáculo integra a trajetória da Companhia Teatro Esplendor, grupo que Jaime considera como família. “Depois de sete anos, voltei a atuar com a minha turma. Foi um desafio, mas também uma grande alegria”, destacou ele ao jornal O Globo.
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Ele contou que o compromisso com Shakespeare exigiu dedicação integral, o que o levou a recusar convites ao longo do ano. Porém, conseguiu conciliar o trabalho no palco com a participação em “Êta mundo bom”, algo que descreveu como uma conquista pessoal.
Vida e arte no Retiro dos Artistas
Desde a pandemia, Jaime vive no Retiro dos Artistas, instituição localizada em Jacarepaguá. A mudança aconteceu após a morte de seu filho em um acidente de carro, fato que transformou sua rotina. Lá, ele encontrou acolhimento e hoje colabora ativamente com o ambiente cultural.
Nos próximos dias, ele participará de um ciclo de palestras promovido pelo Retiro. A programação começará na segunda-feira, 8 de setembro, quando ele e Marcos Oliveira falarão sobre teatro. Além disso, Jaime coordenará a oficina “Fazer e pensar teatro” a partir do dia 20. Para o ator, a instituição vai além de oferecer moradia.
No dia a dia, o artista valoriza o contato com os colegas residentes e a convivência com histórias marcantes da classe. Apaixonado por leitura, ele destaca o prazer de usar a biblioteca da instituição.
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Jaime reconhece que ainda existe preconceito em relação ao Retiro, mas vê essa visão como reflexo de um estigma antigo contra atores. Para ele, a instituição representa a resistência da classe diante de séculos de exclusão. “A história da arte é marcada por rejeição e censura. Molière foi enterrado às escondidas porque era ator. Bibi Ferreira sofreu restrições escolares. Até pouco tempo, colegas foram impedidos de testemunhar em juízo por exercerem essa profissão”, destacou ao jornal.
Assim, entre a novela, o teatro e a vida no Retiro, Jaime Leibovitch reafirma seu compromisso com a arte, sempre celebrando a oportunidade de compartilhar experiências e continuar ativo no palco e na televisão.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino

























