Mar do Sertão: Autor coleciona sucessos na teledramaturgia e na literatura

Por - 15/08/22 às 21:00

Mário Teixeira de terno preto, camisa social azul, de braços cruzados, de óculos, sorrindoMário Teixeira assina 'Mar do Sertão' - Foto: TV Globo/ João Miguel Jr.

Paulistano de 54 anos, Mário Teixeira assinou a autoria das novelas “Liberdade, Liberdade” (2016), “O Tempo Não Para” (2018) e “I Love Paraisópolis” (2015), esta última ao lado de Alcides Nogueira. Foi coatuor das novelas “Os Ossos do Barão” (1996), “O Cravo e a Rosa” (2000) e “Ciranda de Pedra” (2008), além de ter colaborado com Silvio de Abreu em ‘Passione” (2010). Também foi roteirista de séries infanto-juvenis como “Sítio do Pica-pau Amarelo” (2001-2007) e “Castelo Rá Tim Bum” (1994).

Mário tem uma importante carreira literária que já lhe rendeu os Prêmios Jabuti e Fundação Biblioteca Nacional de 2015 com o romance “A Linha Negra”. São dele também “Salvando a Pele”, “Alma de Fogo” e “O Golem do Bom Retiro”.

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O escritor ainda assinou “Passaporte para Liberdade”, primeira produção da Globo, em parceria com a Sony Pictures Televison, totalmente falada em inglês. Agora, com “Mar do Sertão”, ele soma mais uma novela à sua vasta lista de trabalhos na TV Globo.

O autor resume seu novo trabalho: “A novela conta a história de amor de Candoca e Zé Paulino. Um amor posto à prova pelas circunstâncias da vida. Depois que sofre um acidente e é dado como morto, Zé Paulino vê Candoca se casar com Tertulinho, seu grande rival. Quando Zé volta para a cidade, 10 anos depois, e Candoca descobre que seu ex-noivo está vivo, apesar do amor imorredouro que existe entre eles, Candoca começa a achar que ele se transformou em outra pessoa. Só que, na verdade, o Zé Paulino que ela conheceu está sempre ali. A questão é se eles vão conseguir superar todas as mágoas que guardaram ao longo dos anos”, disse ele.

Mário Teixeira ainda ressalta de que maneira o nordeste é retratado na novela: “Como ele é: um lugar alegre e colorido. A geografia da novela é uma mistura do norte e do nordeste do Brasil. Nós temos cânions e temos caatinga. É uma realidade imaginada, já que Canta Pedra é uma cidade fictícia”, ressaltou o autor.

“Nós queremos mostrar o nordeste que vai muito além da aridez do sertão. Queremos resgatar a alegria do forró e a vivacidade da flor do mandacaru. Claro que a realidade da seca vai estar presente, mas é um pano de fundo, não é a história inteira. Canta Pedra é um lugar imaginado do Brasil, um microcosmo político e social do nosso país”.

Tertúlio (José de abreu) em Mar do Sertão
Divulgação TV Globo

Mário Teixeira ressaltou que “Mar do Sertão” tem vilões típicos do folhetim, como o prefeito que quer se perpetuar no poder a qualquer preço.

“É uma história com personagens de moral muito dúbia, mas, ao mesmo tempo, são vilões humanizados pela dureza da realidade da região em que vivem. Importante não esquecer o coronel Tertúlio, que guarda esse título anacrônico, símbolo do poder ancestral dos poderosos latifundiários da região. Mesmo amando a terra que o enriqueceu, ele não hesita em cometer atrocidades para se manter no poder. E sua esposa Deodora, personagem dúbio que se revelará no decorrer da trama”, adiantou

Para o novelista, o que tem de mais bonito em “Mar do Sertão” é o amor entre Zé Paulino (Sérgio Guizé) e Candoca (Isadora Cruz), que atravessa o tempo, e também o amor que Tertulinho (Renato Góes) sente por Candoca, que a princípio é um amor não correspondido.

“Tudo isso ambientado em lugar que tem muita luz, com uma natureza absolutamente frondosa, com um sol que vai iluminar o caminho dos nossos personagens. É uma novela absolutamente solar, muito colorida, cheia de brilho, cheia de vivacidade”, apontou.

A novela tem a luz do sol do sertão, mas jamais é uma luz cegante que impede a passagem, e sim uma luz que ilumina o caminho e que aumenta a nossa sensibilidade. Eu espero que o público se divirta e se emocione, mas também aprenda a jamais desistir. Essa novela conta a história de temperamentos absolutamente indômitos, de pessoas que sempre superam as dificuldades que elas vivem, e que sabem usar essas dificuldades como forma de crescimento”, finalizou o autor.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino