Conheça a carreira do ator Felipe Velozo, o Tomás de ‘Mar do Sertão’

Por - 18/09/22 às 18:20

retrato do ator felipe velozo de ternoDivulgação/Mateus Ross

O tempero, jeito e carisma do baiano de Felipe Velozo, de 35 anos, tem conquistado cada vez mais espaço no audiovisual. Após participar de produções no cinema como o premiadíssimo “Marighella”, das séries “Vale dos Esquecidos” (HBO Max), “Eleita” (Amazon Prime) e “Família Paraíso” (Multishow), ele enfrenta um novo desafio: dar vida a Tomás em “Mar do Sertão”, novela das 18h da TV Globo, a partir de 22 de setembro.

A novela já vem colecionando elogios e dá início a uma série de estreias que Felipe terá neste semestre de 2022. Conciliando os trabalhos, o ator esteve ainda em cartaz em Salvador, sua terra natal, esgotando os ingressos do Teatro Castro Alves como protagonista do espetáculo “5 segundos”, que segue temporada em setembro.

Sobre “Mar do Sertão”, o astro comentou: “Recebi o convite por meio da Márcia Andrade, produtora de elenco da novela. Fiquei feliz pela forma afetuosa que aconteceu, e aceitei de cara. Tivemos uma reunião com o diretor artístico Allan Fiterman, que me explicou sobre a trama, sobre o Tomás e fechamos”.

“‘Mar do Sertão’ é uma história de amor, linda, leve e retrata o povo nordestino com muita força, beleza e com certeza vai conquistar o Brasil”, analisou. Na trama, Felipe interpreta o gerente do banco central da cidade, apaixonado por Rosinha (Sara Vidal), e busca ajudá-la a realizar o sonho de entrar para a faculdade. Quem não gosta da ideia é seu pai, Seu Timbó (Enrique Diaz).

Seu personagem é um rapaz bonito, educado, simpático e sempre elegante. Um verdadeiro “bom partido”. “Me vejo muito no Tomás. Ele é sereno, honesto e tem como missão ajudar as pessoas por meio do seu posto na cidade”, contou.

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INSPIRAÇÃO EM AMIGO

A nova produção da Globo, que se passa no sertão nordestino, trouxe lembranças ao ator, que se inspirou em um amigo de infância para construir o personagem: “Acredito que o que aproxima um personagem do espectador é a identificação. As pessoas precisam olhar para a tela e achar possível aquela vida. Minha maior fonte de construção sempre foi a observação e dessa vez não foi diferente”.

“Tenho um grande amigo chamado Rafael, que chamo de ‘Careca’. Criado só pela Mãe, cozinheira, de origem humilde que sempre lutou pelo futuro dos filhos, Ele se formou numa universidade federal e conquistou um cargo de destaque no banco por meio de muito estudo e trabalho duro”, revelou Felipe.

“Vi ele passar cada etapa e transformar sua realidade. Quando soube do Tomás, só pensava nele e nesse tipo de brasileiro que não tem opção a não ser enfrentar e vencer”, garantiu Velozo.

O galã baiano está realizando um grande sonho ao estar na nova trama da Globo: “É um momento muito especial. Poder me juntar a essa empresa, falando sobre o Nordeste com um texto tão sensível, uma equipe tão competente e um elenco tão brilhante, considero um verdadeiro presente. Estou onde sempre sonhei. Viver essa história tem sido lindo”.

INÍCIO NO DIREITO

A trajetória profissional de Felipe não começou na frente das câmeras. Inicialmente, o baiano estudava Direito, e mudou seus rumos, seguindo o sonho na arte: “Durante a faculdade tive um sentimento de frustração muito grande com o judiciário deste país. Você percebe que as coisas não funcionam como deveriam. Percebi que ali não era meu lugar, estava me corroendo”.

“Decretei que a única coisa que não queria e não poderia ser era um humano frustrado. Abandonei aquela vida e nunca mais olhei para trás. Comecei do zero um novo ofício, sem nenhum contato ou conhecimento sobre aquele mundo, para buscar um lugar que me trouxesse realização pessoal, profissional e financeira”, falou ele.

“E foi assim que me apaixonei na atuação. Quando criança, fiz peças na igreja, mas sem objetivo profissional. O teatro não fazia parte da minha rotina, nem do meu imaginário. Por isso hoje eu defendo o trabalho de formação de plateia. A criança, o jovem, precisa ter acesso ao teatro para poder se aproximar desse universo”.

IDA AO CINEMA

O ator também comenta sobre “Marighella”, seu primeiro filme no cinema, e o local especial que a obra tão premiada ocupa em sua história como artista:

“Carrego comigo momentos, lugares, pessoas que marcaram minha vida. Ter pisado em palcos como Teatro Oficina, Theatro Municipal de São Paulo e no último mês no palco principal do Teatro Castro Alves, com certeza são experiências que me moldaram enquanto artista e pessoa”, relatou o artista.

“Agora, no audiovisual, Marighella ocupa um lugar especial. Por tudo que ele representa: meu primeiro filme, as pessoas, a história espetacular, por filmar na Bahia e por ser dirigido por Wagner. Foi um combo que até hoje me faz sorrir quando lembro. Fazer parte dessa obra é um troféu pra mim”, declarou ele.

Com grandes vitórias nas telinhas e nos palcos, o artista, que já foi dirigido por José Celso Martinez Corrêa, revela suas maiores inspirações nessa área: “Tive o privilégio de aprender e trabalhar com grandes mestres e inspirações, como Amir Hadad, Ana Kfouri, Hebe Alves e Fernando Guerreiro, mas considero o Teatro Oficina minha grande fonte de aprendizado. Estudar teatro naquele espaço e ser dirigido pelo Zé não tem como descrever”.

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IMPORTÂNCIA DA REPRESENTATIVIDADE

Para Felipe, a representatividade de artistas nordestinos na televisão é essencial para formar novos talentos dessa região: “Representatividade não é só uma palavra, é muito importante no audiovisual. Quando comecei a estudar teatro, por ter visto toda uma geração de atores baianos decolando na TV e no cinema, tive uma injeção de ânimo e possibilidades”.

“Olhava e olho até hoje para Wagner Moura, Lázaro Ramos, Luís Miranda, Fábio Lago, Vladimir Brichta, Daniel Boaventura e penso que também sou capaz de grandes conquistas”, contou Velozo,

Para conquistar espaço no audiovisual, artistas nordestinos precisam furar a bolha do regionalismo no Brasil, e com o ator não foi diferente. O baiano passou por dificuldades: “O mercado tem mudado e as grandes produtoras têm entendido isso. O Brasil é gigante em tamanho e pluralidade”.

“Mesmo assim, ser você mesmo nesse país custa caro, mas banco essa luta. Não existe riqueza maior do que entregar como artista a essência de quem eu sou. A minha origem, a minha cor, o meu sotaque e o meu suingue contam histórias que querem ser vistas”.

Felipe acredita estar vivendo seus maiores sonhos: “Agradeço a Deus por cada passo que conquisto. Ser artista e viver dignamente do meu trabalho, neste país, é uma benção. Cinema, teatro e televisão… estou realizando, todos os dias, grandes sonhos”.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.