‘Nos Tempos do Imperador’ chega ao fim entre ‘mortos e feridos’

Na sexta-feira, 4 de fevereiro, a Globo exibe o último capítulo de “Nos Tempos do Imperador”. A trama, protagonizada por Selton Mello e Mariana Ximenes, tem um elenco de peso. A dupla Alexandre Nero e Roberto Birindelli se repete depois de Império, por exemplo. Letícia Sabatella, Michel Gomes, Daphne Bozaski e outras estrelas também encerram o folhetim.

Com tantos nomes importantes, é de se esperar sucesso. Na medida do possível, ele chegou. A trama venceu duas categorias do APCA: melhor novela e melhor atriz, para Paula Cohen, que deu vida a Lota na trama.

Além disso, Selton Mello foi indicado ao prêmio de Melhor Ator no Melhores do Ano do Domingão e Thereza Falcon e Alessandro Marson também concorreram, na categoria Melhor Novela.  Ainda foram mais quatro indicações no ‘Prêmio F5’ e outras dez no ‘Prêmio Contigo!’.

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Gravada ao longo de dois anos, foi a primeira produção que a Globo terminou depois do hiato provocado pela pandemia da Covid-19. OFuxico conversou com Roberto Birindelli, que deu vida ao paraguaio Solano López, rival de D. Pedro II.

Na conversa, ele fala a respeito da obra, que se destaca entre a crítica especializada, e dá detalhes da rotina desgastante de testes, exames e protocolos a serem seguidos durante quase dois anos de trabalho.

Foi sujeito a chuvas e trovoadas, mas foi. Eu me lembro que gravei a minha primeira cena no final de 2019 e terminamos agora, em novembro de 2021. Foram dois anos de gravação. Mas, entre mortos e feridos, conseguimos terminar”, pondera.

Um dos líderes da Guerra do Paraguai, de fato Roberto gravou ‘entre mortos e feridos’, como ele mesmo disse. O campo de batalhas foi um dos cenários comuns na reta final da trama, no qual diversas histórias paralelas ainda se desenvolveram, como o romance entre Pilar e Samuel, vividos por Gabriela Medvedovski e Michel Gomes.

RETRATO DA REALIDADE

“Nos Tempos do Imperador” não é só uma novela de época, mas também cheia de fatos da história brasileira. Transitar entre o real e a ficção pode parecer um desafio em certos aspectos. Para Roberto, há diferenças entre os dois trabalhos:

Obviamente é um recorte. Não é uma metáfora. É muito mais fácil de pesquisar, mas também a possibilidade de metáforas reduz demais. É legal, mas me sinto mais livre com a ficção, claro”

A trama assinada por Thereza Falcão e Alessandro Marson não deixa passar falas atuais do Presidente da República. Na boca dos vilões da história, soam como barbárie. Por exemplo quando Tonico Rocha, personagem de Alexandre Nero, afirma que não é ‘coveiro’, reproduzindo uma fala de Jair Bolsonaro ao comentar o crescente número de óbitos por Covid-19 no Brasil. Para Roberto, a novela retrata algo corriqueiro à época, mas que deveria causar indignação e revolta atualmente.

Aquilo é o contrato daquela época, o problema são os dias de hoje, porque aquilo não mudou. Ainda não mudou esse machismo, esse racismo. As vezes é muito legal ver essas cenas numa outra época, porque nos dá o distanciamento que permite a crítica”, afirma.

Ao longo de 2021, Roberto esteve no ar em duas novelas ao mesmo tempo. Além de “Nos Tempos do Imperador”, apareceu na faixa das nove com “Império”. Em ambas, atua com Alexandre Nero. Durante o papo, o ator também falou a respeito da parceria com o colega de profissão.

“Nero é bárbaro. A gente fica livre para criar, é muito divertido quando estamos juntos. É óbvio que dessa vez nós gravamos poucas cenas, mas é muito bacana trabalhar com ele”, pondera.

SEM PARADA

Birindelli se despede da Globo, mas já com data de estreia na Record TV. Ele dará vida a Samuel na próxima novela bíblica da emissora, “Reis”. Além disso, também já tem alguns projetos engatilhados para o streaming.

No cinema, longas com produção no Panamá e em Lisboa também estão na agenda do artista para 2022. Não para nunca!

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