Pantanal: Conheça os detalhes que fizeram da novela um grande fenômeno da TV
Por Flavia Cirino - 25/03/22 às 12:46
O ano era 1990. A extinta TV Manchete tirou o sono de muitos profissionais de teledramaturgia, em todos os sentidos. Rogério Gomes recorda exatamente a tensão que viveu na época. “Pantanal” arrebatou o país e monopolizou a audiência. A partir daquele momento, a teledramaturgia nacional precisou ser repensada. Não havia atração na TV que parasse aquele retumbante e progressivo sucesso. A história da mulher que virava onça, o romance da filha dela com o jovem herdeiro fazendeiro, as mulheres fortes da trama numa época em que sequer se especulava a palavra empoderamento, fizeram de “Pantanal” um marco.
“Há 30 anos eu fazia uma novela na globo e a gente teve que lutar muito por causa do barulho que ‘Pantanal’ fez. Eu senti que tinha uma missão grande”, disse ele à reportagem de OFuxico.
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Passados exatos 32 anos do êxito de Benedito Ruy Barbosa, a fonte da maior concentração de fauna das Américas e maior planície alagada do mundo, volta repaginada, pelas mãos do neto do autor, Bruno Luperi. E Rogério Gomes tem a missão de contribuir para que o sucesso se repita a partir de segunda-feira, 28 de março, na faixa nobre da Globo.
“Pantanal” é uma saga familiar que tem o amor como fio condutor e a natureza como protagonista. Como toda adaptação, a história original passa por mudanças e atualizações necessárias para conversarem com uma nova realidade e uma nova geração. As atualizações, claro, não se limitam ao texto, mas também às imagens fascinantes do Pantanal que serão atualizadas.
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O VELHO JOVENTINO IMPULSIONA A HISTÓRIA
No tronco central dessa jornada, repleta de dramas familiares e conflitos, está a história do velho Joventino (Irandhir Santos) e seu filho, José Leôncio (Renato Góes / Marcos Palmeira). A lida como peão de comitiva os levou para o Pantanal, onde Joventino aprendeu a lição mais importante de sua vida: que a natureza pode mais do que o homem. Ao confiar o seu destino nas mãos da natureza, o peão compreende que nada se conquista através da força, ou no laço, como ele acreditava. Nascia, assim, a lenda do maior peão de toda aquela região. Joventino ficou afamado por trazer os bois selvagens, os ditos marruás, no feitiço. Porém, foi logo após essa compreensão que Joventino desapareceu sem deixar rastros, deixando o filho, José Leôncio, sozinho à espera de seu pai.
José Leôncio segue no comando da fazenda e, em uma viagem ao Rio de Janeiro, conhece Madeleine (Bruna Linzmeyer / Karine Teles), com quem se casa. Os dois se mudam para o Pantanal onde nasce Jove (Jesuíta Barbosa). A passagem de Madeleine pela fazenda, porém, é um caos. Com saudade da vida urbana e da mordomia da mansão de seus pais no Rio de Janeiro, a jovem não se acomoda àquela sina de solidão que é ser mulher de peão.
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Com o marido sempre em comitivas, ela se vê obrigada a conviver com Filó (Leticia Salles / Dira Paes), funcionária da casa a quem pouco conhece e nada confia. A verdade é que Madeleine não entende bem a relação de Filó com José Leôncio, tão pouco a relação dele com Tadeu (Lucas de Oliveira Santos/ Gustavo Corasini/ José Loreto), filho de Filó e afilhado do patrão. O que Madeleine não sabe é que José Leôncio e Filó tiveram um envolvimento, no passado, durante as viagens do peão.
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MADELEINE DEIXA O PANTANAL RUMO AO RIO DE JANEIRO
Madeleine foge do Pantanal levando Jove, ainda bebê, de volta para a mansão da família Novaes. O menino cresce longe do pai, que se viu incapaz de brigar pela guarda do filho. José jamais deixou de cumprir suas obrigações legais, enviando fielmente uma quantia excepcional de pensão mensal, sem se dar conta que onde sobra dinheiro, falta o afeto. Jove cresce acreditando que seu pai havia morrido, enquanto o pai, sem saber da mentira criada pela ex-mulher, não procurava o filho, acreditando ter feito o melhor ao se afastar de vez de Madeleine.
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Na ausência de Jove, o fazendeiro encontra em Tadeu um herdeiro, mais do que para as suas terras, para os valores e tradições de sua família. Com a partida de Madeleine, Filó revela a José Leôncio que Tadeu é seu filho. Apesar da alegria dos três – em especial de Tadeu -, a informação é guardada por eles à sete chaves. De forma que, da porta para fora, Tadeu segue apenas como afilhado do patrão, o que lhe dói profundamente.
Duas décadas se passam marcando a mudança de fase na novela. Jove descobre que seu pai está vivo e vai à sua procura. É desse encontro e de sua enorme expectativa, embalados por uma festança para todo o povo da região da fazenda, que começam os grandes conflitos entre os Leôncio. Embora desejem profundamente viver a relação entre pai e filho, José Leôncio e Jove são confrontados por um abismo de diferenças comportamentais e culturais, inaceitáveis aos olhos um do outro. Não bastasse isso, o rapaz ainda precisa lidar com o ciúme de Tadeu, que carrega no peito o vazio de não se sentir um “legítimo Leôncio”. Amado, mas não reconhecido. Para completar a confusão familiar, em determinado momento todos são surpreendidos com a chegada de um terceiro filho para disputar o amor e a admiração deste pai: José Lucas de Nada (Irandhir Santos) chega à fazenda por obra do destino e descobre ali os laços familiares que nunca teve.
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CENÁRIO DE AMORES, LENDAS E CRENDICES
O cenário pantaneiro abriga ainda o encontro entre Jove e Juma Marruá (Alanis Guillen). Filha de Maria Marruá (Juliana Paes) e Gil (Enrique Diaz), a jovem não abre a guarda para ninguém. Apesar da pouca idade, Juma é uma mulher forte, que aprendeu com a mãe a se defender do “bicho homem”, a espécie mais perigosa que pode vir a rondar a tapera onde mora. Também pudera. Foi o bicho homem que levou seu pai, sua mãe e cada um de seus irmãos. Forjada pela desconfiança, Juma se torna uma mulher selvagem e arredia.
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“Não existe quem consiga domar aquela onça”, dizem. Porém, as mesmas razões que afastam Jove de José Leôncio, o aproximam de Juma. Entre eles, uma linda paixão se inicia. Um amor puro, fruto desse encontro improvável e natural, que marca para sempre o destino de todos. Contudo, não demora para que as diferenças culturais e sociais do casal tornem a relação em muitos níveis complicada e bastante improvável. Para a alegria de uns e lamento de outros.
Em cada detalhe deste conto, há um fator comum: a necessidade de aceitar a natureza como ela é. E o grande porta-voz deste ensinamento é o Velho do Rio (Osmar Prado). Um encantado – uma entidade sobrenatural –, que na maior parte do tempo assume a forma de uma sucuri (a maior de todo o Pantanal), mas que também se apresenta na forma humana.
O Velho do Rio é responsável por cuidar não só daquelas terras e dos animais que ali habitam, mas por zelar pelas relações interpessoais que se desenrolam por lá. Para ele, o homem é o único ser que “queima as árvores que lhe dão o ar e envenena a água que bebe”. Essa e outras lições vão moldando os caminhos dos personagens, ao passo em que vão apresentando soluções e mais mistérios àquele universo. E ele não é o único.
Os moradores da região acreditam fielmente que Maria Marruá (Juliana Paes) vira onça, principalmente, quando precisa defender os seus, ou “quando fica com réiva”. E não se espantariam se descobrissem que o “dom” teria sido passado à Juma.
A MÚSICA COMO BÔNUS
Assim como aconteceu na versão original, a música é outro grande destaque desta história. A presença de Almir Sater, que esteve na versão escrita por Benedito, e retorna na nova versão, é um capítulo à parte. Ele vive o chalaneiro Eugênio, que leva e traz as pessoas ao Pantanal e, por isso, passa por quase todos os núcleos. Dentre os duetos especiais, o público terá a oportunidade de ouvi-lo tocar ao lado de Chico Teixeira (filho do parceiro de estrada de Almir, Renato Teixeira), que dará vida ao peão Quim na primeira fase da novela.
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Já durante as famosas rodas de viola que marcaram a segunda fase da versão original, Eugênio participará ao lado de Tibério (Guito) e Trindade, papel de Gabriel Sater, que encara o desafio de refazer o personagem original de seu pai.
Composta por Marcus Viana, a música “Pantanal” é um sucesso até hoje e pode-se dizer que foi responsável por boa parte da emoção gerada no público ao assistir às primeiras imagens da novela, durante as chamadas na programação da TV Globo. Para a trilha de abertura da nova versão da novela, a música de Marcus foi regravada por Maria Bethânia e Almir Sater.
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“É a canção de abertura de uma novela inesquecível e que terá uma releitura deslumbrante, de uma música muito inspirada, muito bonita, do fundo do coração do Brasil. É uma gravação que me comoveu, porque voltei a cantar com a viola do Almir Sater, isso é muito importante para mim, ele é um dos maiores músicos do Brasil, um grande compositor. É uma honra esse convite, fiquei bastante contente de fazer uma música poderosa, forte”, revela Bethânia.
Almir Sater está feliz em fazer parte dessa regravação, junto com Bethânia, na qual ele participa tocando uma viola caipira. “Faço um solo de viola, participando como músico. Uma honra enorme. Eu gostei muito de gravar “Pantanal” com Bethânia. Eu, Bethânia e ‘Pantanal’ temos uma relação antiga. Quando eu fiz a música “Tocando em frente” para entrar como um dos temas da novela, 30 anos atrás, ela me ligou perguntando se eu tinha alguma música nova. Falei sobre essa e ela pediu que eu cantasse por telefone. Cantei e na mesma hora ela disse que a música era dela. E assim foi. Ela gravou bonito, foi um dos temas de ‘Pantanal’ naquela época. Agora participarmos juntos dessa regravação fechando nosso ciclo ‘Pantanal’. Fiquei feliz, a gravação ficou muito bonita”, contou o músico.
TERRAS DE ALMIR SATER SERVEM DE CENÁRIO PARA A HISTÓRIA
Uma visita à fazenda de Almir Sater foi essencial para a definição dos locais de gravação de “Pantanal”. Almir, que deu vida ao peão Trindade na primeira versão da trama, em 1990, agora interpreta o chalaneiro Eugênio, no texto de Bruno Luperi.
O cantor e ator comprou as terras que possui hoje no Pantanal há 30 anos, logo que as gravações, dirigidas por Jayme Monjardim, terminaram.
“‘Pantanal’ foi um divisor de águas na minha vida. Comecei a trabalhar muito, como nunca antes, ganhei meu dinheirinho e logo comprei essa terra aqui onde estamos. Insisti 10 anos para que a antiga proprietária me vendesse, antes da novela. Quando fiz ‘Pantanal’ ela aceitou. Mas precisei comprar os fundos da fazenda primeiro para ela me vender essa parte na beira do rio. Aí fui virando fazendeiro também”, comentou Satter.
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Ao receber a equipe da nova versão em sua fazenda, Almir contou que depois de muita procura, Jayme havia escolhido aquele local. E que eles não encontrariam nada muito diferente do que ele encontrou na época. Portanto, ainda hoje, aquelas seriam as locações ideais para as gravações.
“Eu soube que iriam regravar, achei bacana. De repente, estou em casa, eles chegam para nos visitar. Estavam escolhendo locações e aí vi que era sério. Eu falei: olha, o Jayme andou seis meses procurando um local até que ele chegou aqui. Você partir daqui já parte de um lugar que foi bom. Eles foram visitar outros lugares, mas sentiram que era aqui. Apresentamos fazendas próximas, pessoas que poderiam receber a equipe e tudo deu certo”, complementou.
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O local escolhido fica a cerca de quatro horas da cidade mais próxima. Ao redor, somente fazendas e natureza selvagem. As fazendas dão apoio à produção, seja para hospedagem, para gravação ou almoxarifado. “Foram 12 caminhões para contemplar todo o material de produção, produção de arte, cenografia, figurino, caracterização e tecnologia – estimamos algo em torno de 144 toneladas de material. Tivemos que fazer o transbordo para caminhões 4X4 a fim de levar para dentro do Pantanal. Para cada caminhão baú, usávamos em média três ou quatro caminhões 4X4”, conta a gerente de produção Luciana Monteiro, explicando a logística da viagem.
Entre funcionários das fazendas, transporte, equipe e elenco, cerca de 150 pessoas estiveram envolvidas diretamente com as gravações no Pantanal no segundo semestre de 2021. Toda essa movimentação foi necessária para gravar “apenas” de 30 a 40% da obra.
HAVIA UMA SUCURI NO MEIO DO CAMINHO…
Seja em externa, no Mato Grosso do Sul, ou nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, o departamento de arte é responsável por cada detalhe das cenas: a carne e as ferramentas de um churrasco; a sela da montaria; a rede da varanda; as bebidas da mesa de jantar; entre muitos outros itens. Uns mais comuns, outros mais peculiares. Para ‘Pantanal’, por exemplo, Mirica e sua equipe precisaram encomendar de uma artesã uma sucuri de quatro metros de comprimento. “Ela é maleável, temos que passar diariamente uma glicerina para não ressecar. Quando encomendamos, pedimos que houvesse a possibilidade dessa cobra entrar dentro da água”, contou a produtora.
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O “dublê da sucuri” é carioca, mas muitos outros produtos Mirica fez questão de encomendar no Mato Grosso do Sul, de pequenos produtores locais, como é o caso de alguns itens que servem à fazenda de José Leôncio (Renato Góes/ Marcos Palmeira), à tapera de Juma (Alanis Guillen) e à chalana de Eugênio (Almir Sater).
“Comprei a louça toda do povo Terena, produzida por indígenas da região. São travessas de cerâmica vermelha com desenhos indígenas para a fazenda, louças mais simples para a tapera e algumas sacolas que eles fazem de mercado, com desenhos lindos para a chalana, que encomendamos para homenagear esse povoado local. Quando entramos em contato com eles, tivemos ainda a oportunidade de conversar com o pajé e tirar algumas dúvidas sobre como são tratadas as pessoas que sofrem picadas de cobra ou são atacadas por animais, pois teremos em algumas cenas o que seria usado em casos como esses, já que o Velho do Rio em determinado momento irá ajudar uma pessoa, e explicará que aprendeu o ritual com indígenas”, disse Mirica, dando a dimensão da riqueza de detalhes do trabalho de seu departamento.
Além da presença real de alguns animais no set de gravação no Pantanal, eles são reproduzidos ainda graficamente em modelos 3D. O processo é o mesmo de Hollywood: eles reproduzem um animal modelando-o tridimensionalmente e produzem todo o esqueleto para que ele possa ser animado; algo comum nas produções da Globo, mas não com animais do Pantanal. O trabalho da tecnologia, contudo, nem sempre é visto nas telas.
Por vezes, a tecnologia atua nos bastidores, como por exemplo em relação à segurança do elenco. Foram usadas técnicas de aproximação e de implementação para transportar imagens de animais captadas no Pantanal e inseri-las em ambientes internos, por exemplo.
ATORES DE EMOCIONAM COM A ATMOSFERA PANTANEIRA
Bruna Linzmeyer interpreta a carioca Madeleine, que chega ao Pantanal contrariada após se casar com José Leôncio (Renato Góes). A atriz se sente um pouco como a personagem.
“Olhei tudo com uma certa lente para Madeleine, não estive no Pantanal como Bruna, turista, passeando. Lembro que o primeiro dia que acordei, vi que onde estávamos, de manhã, tinha uma quantidade gigantesca de pássaros, de barulhos que eu nunca tinha ouvido. É uma mistura de ser encantador e desesperador. Todos os dias eu pensava que o lugar não tem esquina. Você não caminha e vira. É uma continuidade de verde, de amarelo queimado, e tantas outras cores…”, comentou ela sobre as primeiras impressões que teve.
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Ainda sobre a rotina de gravações no local, Bruna ressalta: “O dia a dia é muito diferente do que estou acostumada, mas tudo isso é muito legal para a personagem e para o trabalho. Poder “usar” esses bichos, ter uma mão afastando uma mutuca, matando o mosquito… Isso eu vou poder levar para o estúdio. A Mirica, produtora de arte, arrumou um leque de palha lindo para a Madeleine. Existirão cenas dela se molhando com mangueira, gelo, água. As pessoas no Pantanal não se mexem muito, talvez seja uma maneira de conter energia. Eles estão mais acostumados, a Madeleine, não. Então, podemos colocar isso em cena, trazer essa vivência para o trabalho”.
Renato Góes, que faz par romântico com Bruna, ao interpretar na primeira fase o fazendeiro José Leôncio, também tirou proveito da vivência local para a construção de seu personagem.
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“Um mês antes da gravação, passei 15 dias no Pantanal. Liguei para uns amigos e expliquei que eu gostaria de conhecer o local. Fui com eles, passamos duas semanas. Nesses dias, fui para a casa do Almir Sater passar três dias e depois estive nas redondezas de Aquidauana, no Bosque Belo, a meia hora da cidade. Foi um impacto muito grande. É uma quantidade imensa de animais. Eu queria perder esse encantamento”, queria que meu personagem não tivesse um deslumbramento. José Leôncio está acostumado com biomas diferentes. E eu precisava quebrar isso. Portanto, esses 15 dias foram fundamentais”, revelou o ator.
Fábio Neppo, o Tião, que trabalha com Joventino (Irandhir Santos) e José Leôncio (Renato Góes) e é grande amigo de Quim (Chico Teixeira), mora em São Paulo. Ele passou mais de um mês na primeira vez em que esteve no Pantanal.
“Foi difícil acostumar com o calor, sou de São Paulo, onde morei a vida inteira. E um desafio representar bem o peão, ainda mais se tratando dessa novela, desse tema, lembrando das pessoas que fizeram a primeira versão, é uma grande responsabilidade. Mas eu procuro sempre me divertir. Nas horas vagas, aproveitei para conhecer os pratos locais, como a sopa paraguaia, que descobri que não é uma sopa, mas sim um bolinho salgado, bem gostoso e bem tradicional”, comentou.
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Já Chico Teixeira, que mora também em São Paulo, mas na área rural, se adaptou melhor ao calor, pois frequenta o Pantanal desde menino.
“O Pantanal mudou minha vida. Fui para passar 15 dias, passei dois meses. O Almir (Sater) me pegou numa tarde, pediu para eu fazer uma base para ele estudar um solo de viola, e eu voltei tocando para São Paulo, destravei na música. E eu só sabia tocar um ou outro acorde antes. Eu e Gabriel (Sater) fomos criados como irmãos. São lindas as histórias que tenho de lá, é um encontro comigo mesmo, me energiza. Olhar o céu estrelado no meio do Pantanal, o banho de rio, tudo me marcou”, disse Chico, que é filho do músico Renato Teixeira.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino