Pantanal: Transformações da caracterização marcam passagem de tempo
Por Flavia Cirino - 25/03/22 às 12:54
Aliada direta do figurino, a caracterização é primordial para marcar a passagem do tempo. Além disso, é imprescindível para personagens de aparência peculiar, como o Velho do Rio (Osmar Prado), que se transforma em sucuri; ou Maria Marruá (Juliana Paes), que se transforma em onça. Em “Pantanal”, Valéria Toth faz essa mágica acontecer.
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Caracterizadora na Globo há mais de 15 anos, ela assinou “Paraíso”, que também teve o Pantanal como pano de fundo: “Isso foi há mais de 10 anos, então tinha um pouco dessa imagem pantaneira, de quem trabalha no dia a dia com o gado, grande parte do dia no sol”, comenta Valéria.
A profissional destaca que seu primeiro passo foi entender cada personagem e seu universo dele, além de fazer uma pesquisa bem apurada sobre cada ator, estudando tudo o que ele já fez na TV e no cinema, para não cair na mesmice.
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“Vai que de repente o ator acabou de fazer algo com uma barba e você coloca barba de novo; a atriz acabou de pintar o cabelo de determinada cor, você pinta de novo… Aqui, por exemplo, muitos peões usam barba, então tive esse cuidado de estudar tudo que cada um dos atores fez”, explica.
Valeria destaca que, em “Pantanal”, grande parte do seu trabalho envolveu o fato de ter atores diferentes na primeira e na segunda fase interpretando o mesmo personagem.
Esses personagens precisam ter indícios, sutilezas que os aproximam, para que o público possa identificar o ator anterior nessa mudança”. Ela cita exemplos: “Malu Rodrigues e Camila Morgado, que interpretam Irma na primeira e segunda fase, respectivamente, ficaram ruivas, com cores bem parecidas. Tivemos o cuidado de pedir ao Renato (Góes) para deixar o cabelo crescer para se aproximar mais do visual do Marcos Palmeira, que passou um produto para abrir seus cachos. Os dois deixaram o cabelo crescer e ficaram com os cachos parecidos. Esses elementos mostram essa passagem de 30 anos”, explica.
Os envelhecimentos e marcas da vida tanto no Velho do Rio, interpretado por Osmar Prado, quanto na Maria Marruá, de Juliana Paes, também são destaques.
“Osmar Prado tem a pele muito bonita. Papinha falou que o Velho do Rio não poderia ter uma pele assim, então foi necessário manchar um pouco. O mesmo fizemos com Juliana. Também colocamos nela um megahair cacheado longo na cor marrom.” diz a caracterizados.
“Deixamos a sobrancelha crescer, fizemos umas manchas na pele para descontruir a beleza da pele dela, para parecer uma mulher sem cuidados. Ela vive isolada na tapera, não tem vaidade. Usamos maquiagem de efeitos especiais nas mãos, para registrar as marcas de serviços físicos pesados. Desconstruir uma atriz belíssima como a Juliana também é desafiador”, finaliza.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino