Autor de ‘Salve-se Quem Puder’ fala de final da novela e os desafios das gravações na pandemia
Por Redação - 16/07/21 às 12:22
Daniel Ortiz, autor de Salve-se quem puder, revelou que está feliz com o resultado da novela, que terá o último capítulo exibido nesta sexta-feira (16). Paralisada durante a fase inicial da pandemia, as gravações foram retomadas e finalizadas no segundo semestre de 2020, mas só neste ano a exibição aconteceu.
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Quanto a curiosidade dos fãs, principalmente em relação aos casais da trama, Daniel revelou que foram gravados mais de um final da novela. Luna (Juliana Paiva), Kyra (Vitória Strada) e Alexia (Deborah Secco) seguiram divididas em conflitos amorosos com seus pretendentes e o mistério de quem fica com quem é mantido para o último capítulo. Em entrevista a Quem, o autor contou o motivo de ter tomado essa decisão e comentou um pouquinho de como foi a produção.
“Quis manter um suspense porque, afinal, foi gravado tudo bem antes e achei interessante essa possibilidade [de gravar mais do que um final]. Assim, não há como vazar. São três triângulos amorosos centrais das protagonistas. Quando estreou, ainda não havia me decidido. Quis ver a reação e repercussão do público para ver com que Alexia, Kyra e Luna vão ficar. É difícil prever”, disse ele.
Enquanto o final de Alexia foi sinalizado, no penúltimo capítulo exibido quinta-feira (15), que será com Zezinho (João Baldasserini) e não com Renzo (Rafael Cardoso), as outras duas protagonistas terminaram o capítulo indecisas.
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“Na segunda temporada, a Kyra, que era noiva do Rafael (Bruno Ferrari), começou a se relacionar com o Alan (Thiago Fragoso). A Luna, que havia começado um relacionamento com Téo (Felipe Simas) reencontrou o Alejandro (Rodrigo Simas). Por já terem formado par numa temporada de Malhação, Juliana Paiva e Rodrigo Simas são dois atores que têm fã-clubes gigantes. Foi difícil escolher o desfecho.”
Daniel também contou que a entrada de Babu Santana era pensada enquanto ele ainda estava no confinamento do “BBB20”. “Fui #teamBabu durante dois meses e meio. Fiquei votando nos 20 paredões que ele foi. Acho que um dos pontos altos da retomada foi ele”, contou ele.
SEM PANDEMIA
Quanto retratar a pandemia na novela, Ortiz explica que ele e a direção da emissora concordaram em não abordar a situação na história. “Colocar a Covid, iria atrapalhar o DNA da novela. Novela de comédia nem sempre é valorizada. Na pandemia, a gente vê a importância de rir e de conseguir fazer rir. Fazer comédia, para mim, é mais difícil que fazer drama. Envolve timing, texto, ator, direção, trilha sonora. Fazer tudo isso na pandemia é de grande responsabilidade.”
ADAPTAÇÕES
De acordo com o autor, a paralisação exigiu que muitos cortes e adaptações fossem feitas. “Foi bastante intenso. Estava escrevendo o capítulo 96, em um domingo, e tocou o telefone. Era uma ligação do Sílvio de Abreu, então chefe de dramaturgia da Globo, que me disse: ‘A novela vai sair do ar e as últimas cenas serão gravadas segunda e terça. Decida qual será o final desta primeira temporada’. Tinha poucas horas para fazer isso e adiantei tudo. Trouxe o desfecho do capítulo 96 – com Luna encontrando Dominique – para o capítulo 54. A novela teria 160 capítulos. Joguei fora muito conteúdo escrito previamente. Em três ou quatro horas, mudei para adiantar tudo. Passei a escrever uma novela nova. Tiveram mudanças nesses decorrer. A Sabrina [Petraglia] ficou grávida, o [José] Condessa precisou sair da novela. Tive que readaptar tudo isso.”
DESAFIOS
Daniel Ortiz relata que os protocolos de segurança foram elaborados quando ainda estava na fase de reelaboração da trama. “Foi bem complicado porque, inicialmente, quando comecei a reescrever ainda não tinham os protocolos, tive que diminuir as cenas com os atores acima de 60 anos. Foi muito tenso. Acho que escrevi umas quatro versões de cada um desses capítulos. Terminei esgotado. Engordei oito ou nove quilos. Escrevia de segunda a segunda. Começava às 11h da manhã e terminava às 4h da madrugada – e ia comendo, comendo… Foi muito intenso. Terminei de escrever apenas um pouco antes de terminar de gravar. E era necessário reescrever, adaptar. Foi um trabalho olímpico. Tive que pensar muito rápido nas soluções. Sou ariano e gosto de trabalhar na pressão. Quando tudo é muito planejado, nem sempre dá certo para mim.”
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