Selton Mello volta às novelas e relembra Paulo José: “Meu maior ídolo”
Por Redação - 14/08/21 às 00:30 - Última Atualização: 13 agosto 2021
Selton Mello estreou, nesta semana, na pele de Dom Pedro II, o último imperador do Brasil, quando “Nos Tempos do Imperador” foi ao ar na segunda-feira, 9 de agosto. A nova novela é, no momento, a única inédita da Globo e é transmitida na faixa das 18h, mas também ilustra o retorno do ator às novelas depois de 21 anos dedicados aos filmes, às séries e à direção.
“É muito tempo. Aliás, eu, fazendo agora, admiro tanto os atores que fazem novela, porque é insano o trabalho!”, disse o ator, em conversa para a revista “Minha Novela”.
No entanto, o mineiro também lembrou da parte não tão glamurosa do trabalho. “Tem um outro lado da moeda que é o seguinte: 30, 25 cenas por dia. Bora, não pensa muito, não, bora! E isso é muito bom também [risos].”
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Essa agilidade, como o próprio Selton descreveu, é “uma maratona”, repleta de caminhos e malabarismo como “tirar um coelho da cartola”, sem tempo para ficar elaborando muito, o que ele ainda gosta.
O retorno para onde tudo começou ainda destrancou boas memórias ao artista que, aos oito anos de idade, iniciava a trajetória na arte.
“Eu lembro que isso [novela] foi a minha escola, onde eu comecei. Foi ali, criança, nas minhas primeiras novelas, ainda na Rede Bandeirantes, antes de vir para a TV Globo, em 1984, fazendo filho do Antonio Fagundes e da Débora Duarte, na novela ‘Corpo a Corpo’. Minha escola foi trabalhado com esses grandes atores, que tive a sorte de cruzar e aprender com eles. […] Era a minha Disneylândia”, contou, divertido.
“Adorava ver como o cara iluminava, botava a trilha sonora… Esse era o meu mundo da imaginação e eu estou voltando para a escola agora. Estou muito feliz”, afirmou.
PAULO JOSÉ
Durante o papo, Selton Mello citou Paulo José, grande ator que morreu na última quarta-feira, 11 de agosto, em decorrência de uma pneumonia. Os dois atuaram no cinema e, antes da triste notícia, Mello citou o carinho que sentia pelo veterano, passado também para Bel Kutner.
Vivendo “Celestina” na novela, Bel, fruto do casamento entre Paulo e Dina Sfat, é mais uma das esplêndidas atrizes com quem o artista contracena, incluindo Letícia Sabatella e Mariana Ximenes.
“Eu conhecia a Bel como a filha do Paulo José, que é o meu maior ídolo, que eu amo. Me sinto outra pessoa depois que ele foi o meu pai no filme ‘O Palhaço (2011)’. E a Bel era meio a filha do Paulo e agora estou trabalhando com ela. Bel é uma força da natureza, uma luz, tão divertida, ela é forte… Fiquei encantado por trabalhar com ela”, garantiu, enaltecendo também a equipe com quem colaborou durante as filmagens. “É uma coxia muito boa.”
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A REALEZA BRASILEIRA
Criada por Thereza Falcão e Alessandro Marson, “Nos Tempos do Imperador” é como a segunda temporada de “Novo Mundo” (2017), mais uma viagem pela história do Brasil.
Nesta parte, o País ainda vive sob comando real, possui regimes escravistas, mas garante mudanças importantes no rumo que seria tomado até a Proclamação da República enquanto o herdeiro de Dom Pedro I gerenciava uma nação desde a adolescência.
“[…] Ele foi um personagem importantíssimo na História do Brasil e não foi tão retratado quanto seu pai”, pontuou Selton, marcando assim o início de uma era. “Eu gostei disso, de ele não ter o peso de outro ator ter feito e ter sido referência. Mas eu gostei muito do que eu não li, do que estava nas entrelinhas.”
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Levando entretenimento e reflexão ao espectador, que vai descobrindo itens históricos, sente curiosidade em procurar, se informar, o imperador do capricorniano promete ainda passar pelas fragilidades. Selton Mello estudou muitos materiais para compor Dom Pedro II.
“O que esse cara fez, quais são suas falhas trágicas… porque é muito louco também essa coisa do imperador e o homem. Esse papel de imperador é uma espécie de personagem que ele faz […]. Atrás da aura de imperador, vivia também um menino órfão”, relembrou.
“Mas não veremos apenas isso. Perceberemos a grandeza deste homem, que sonhava um Brasil grande, recheado de conhecimento e educação. É um pouco fazer dois ao mesmo tempo, mas bastante sutil, muito no que não é falado e eu gostei demais dessa possibilidade […]. Vai ser um prazer assistir como espectador também.”
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